Laís 16/01/2016Li o primeiro livro, Perdida, por indicação de uma amiga. Confesso que comecei a ler sem muita vontade pois logo de cara não me afeiçoei a personagem principal, Sofia, e eu tenho um certo problema em me apegar a um livro quando o personagem principal não me seduz, por melhor e mais criativa que a história seja. Desde o começo sempre achei Sofia muito infantil pra idade dela, além de muito teimosa, chegando a ser chatinha às vezes. Enfim, o primeiro livro só me prendeu da metade pro final, quando as coisas entre a Sofia e o Ian começam a acontecer e com certeza, foi por causa dele, que é um personagem muito mais simpático, charmoso e interessante que ela. Passei para o segundo livro mais por curiosidade do que por vontade e aconteceu a mesma coisa com primeiro: o início do livro não me prendeu, sofri pra chegar até a metade e só tive certa animação um pouco antes do final. E o motivo foi o mesmo que me incomodou no primeiro livro: Sofia. Para mim, ela é muito chata, teimosa e ás vezes até arrogante, talvez pelo motivo que todo mundo já tinha percebido desde o primeiro livro menos ela (ela só percebe isso no final do segundo livro): o fato de que ELA era a diferente naquele lugar, então ELA deveria se adequar as regras e costumes da época e não o contrário. A Sofia escolhe ficar no século XIX por causa do Ian, o amor da sua vida, bla bla bla, mas não consegue se adaptar aos costumes da época e nem faz um mínimo esforço pra isso? Essa arrogância dela realmente me irritou muito durante as duas leituras, principalmente nessa segunda, pois ela estava lá por livre e espontânea vontade. Outa coisa que me irritou na Sofia foi o excesso de gírias. Meu Deus! Tudo bem, todo mundo no século XXI fala gírias e é difícil mesmo nos livrarmos de algumas quando é preciso, mas, minha nossa, a menina tem 25 anos e não consegue NUNCA falar a palavra "Obrigada"? Só sabe falar "Valeu"? Então quando ela ia a um médico, ou enquanto ela fazia faculdade ou em qualquer outra situação mais formal ela dizia "valeu"? Fora as tantas outras gírias que ela usa o tempo que até nós, que somos do século XXI temos uma dificuldade para assimilar. Outra coisa: ela se diz SUPERMEGA fã de Jane Austen, tem um livro surrado dela na bolsa, mas não faz a mínima ideia de como as coisas funcionavam no século XIX? Oi? Qualquer um que tenha livro algum livro passado nessa época ou visto algum filme ou mesmo estudado um pouco de história, tem uma noção de como as coisas eram e não iam ficar esperando que houvesse banheiro e água encanada nas casas do século XIX.
Anyway, A Sofia me incomodou MUITO nos dois livros e foi o meu único problema (apesar de ser um problema bem grande, sendo a personagem principal e os livros serem narrados em 1ª pessoa). Fora isso, não há outros defeitos na história, o argumento é super criativo, não há muitos livros de viagem no tempo que sejam leves e divertidos assim e tudo o que acontece na história (tirando a Sofia) é coerente. Os outros personagens são ótimos: a Madalena e o Gomes são um encanto, a Elisa é uma fofinha e o Ian *suspiro* ah Ian, um verdadeiro gentleman: educado, delicado, charmoso, sensível e maduro - aliás, mais maduro que a Sofia - e, sinceramente, foi por causa dele que terminei os livros e estou realmente com vontade de ler o terceiro, que é contado por ele, o que me faz acreditar que vai ser o mais interessante dos três. A Carina é uma ótima escritora, sua escrita é fluida e gostosa, mas em alguns pontos a narrativa se prende a devaneios, cenas e diálogos desnecessários e eu honestamente, até pulei algumas páginas que não fizeram diferença nenhuma. O livro poderia muito bem ter umas 100 páginas a menos. De qualquer maneira, não é um livro de todo ruim, só podia ter melhorado alguns pontos negativos do primeiro. E Carina, temos sempre que agradecê-la por ter nos agraciado com o Ian e todo o seu encanto.