Isabela.Oliveira 01/06/2020
Crítica e punição
A dama das camélias é com certeza um livro fora do comum. Escrito pelo filho bastardo de Alexandre Dumas (autor de Os Três Mosqueteiros é O Conde de Monte Cristo), Alexandre Dumas Filho herdou do pai o dom da narrativa. O casal principal caem em um amor proibido, um assunto bastante clichê mas ainda assim narrado de forma original.
Marguerite Gautier já inicia a história morta. Quem conta todos os pormenores, através de um relato falado e depois transcrito por um amigo, é sei amante, Armand Duval. O grande diferencial se dá pelo fato de Marguerite ser uma cortesã, e por levar sua vida da maneira mais leviana possível, provocar o mal estar de Duval, que deseja que ela seja apenas sua.
O romance crítica veementemente a sociedade francesa e a moralidade da sociedade que rodeia Marguerite. Ela é condenada por ser cortesã, e tb condenada quando decide viver um amor recíproco, pela sociedade, por seus amigos, pelo seu amante e até por ela mesma. É uma personagem extremamente sozinha e triste, que não vê saída para sua situação.
O leitor é levado a presenciar a punição de Marguerite pela vida que leva, como também ocorre em inúmeros romances, tendo como maior exemplo Madame Bovary, de Gustave Flaubert. No entanto, o leitor não evita se sentir desconfortável com o fim dessa história, visto que a crítica à sociedade da época é bem maior é mais justificada que a conduta de Marguerite, e mesmo assim a vida segue impávida à sua morte.
Definitivamente um livro que atende às expectativas e ainda é típico de discussão mesmo após tanto tempo.