Eduarda 25/09/2013
Sinopse: August Pullman, o Auggie, nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial, que lhe impôs diversas cirurgias e complicações médicas. Por isso ele nunca frequentou uma escola de verdade... até agora. Todo mundo sabe que é difícil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tão diferente. Prestes a começar o quinto ano em um colégio particular de Nova York, Auggie tem uma missão nada fácil pela frente: convencer os colegas de que, apesar da aparência incomum, ele é um menino igual a todos os outros.
Narrado da perspectiva de Auggie e também de seus familiares e amigos, com momentos comoventes e outros descontraídos, Extraordinário consegue captar o impacto que um menino pode causar na vida e no comportamento de todos, família, amigos e comunidade - um impacto forte, comovente e, sem dúvida nenhuma, extraordinariamente positivo, que vai tocar todo tipo de leitor.
"Toda a pessoa deveria ser apludida de pé pelo menos uma vez na vida, porque todos nós vencemos o mundo."
Confesso que não me interessei pelo livro quando todo mundo amou, mas agora estou amando.
Conheci o livro no lançamento aqui no Brasil, consegui o e-book e comprei o livro físico numa promoção, mas só li agora, porque não era prioridade na minha interminável fila de livros. Agora me pergunto o motivo de ter demorado tanto para lê-lo: é extraordinário. Poderia ter lido em poucas horas, mas prolonguei a leitura para ‘digerir’ toda a mensagem boa que ele traz.
Auggie tem 10 anos, tem uma deformidade, uma aparência incomum e, como a própria sinopse nos traz, isso impactou sua vida social a começar na escola, mas de forma positiva. Ele tem uma deformidade, ele não é a deformidade. Eu me identifiquei com o fato de ter sido uma pessoa incomum nas mais de 5 escolas que frequentei quando criança/adolescente, pois me mudava muito e era sempre a aluna nova, da outra cidade, com sotaque diferente e era normal para mim ter que provar para as pessoas que eu era igual a elas.
“Sei que não sou um garoto de dez anos comum. Quer dizer, é claro que faço coisas comuns. Tomo sorvete Ando de bicicleta. Jogo bola. Tenho um Xbox. Essas coisas me fazem ser comum. Mas sei que as crianças comuns não fazem outras crianças comuns saírem correndo e gritando do parquinho. Sei que os outros não ficam encarando as crianças comuns aonde quer que elas vão”. (pág 1)
Vivemos numa sociedade multicultural, multirracial e, ainda assim, multipreconceituosa (e eu não sei se essas palavras existem). Apesar da ‘diferença’ do Auggie ser outra, o sentimento de que ‘oi, eu sou normal’, ‘oi sou igual a vocês’ é o mesmo de toda criança, de toda pessoa. Somos humanos, somos iguais, apesar das diferenças. O livro desperta emoções e reflexões que me fizeram concluir: todo mundo precisa ler esse livro.
Além de Auggie, outros membros da família e amigos {Summer e Jack ♥} fazem parte da narrativa e, além de fazer com que a leitura flua bem (amo narradores intercalados/revezados), ficamos sabendo como as coisas acontecem também sobre a visão de outras pessoas. Destaque para a narrativa da irmã, Via {♥} cheia de carga emocional, por ter convivido com os dilemas da família com relação ao irmão e por ela, quase sempre, se achar em segundo plano em detrimento dele.
“Depois que você vê alguém passando por isso, parece loucura reclamar por não ter ganhado o brinquedo que pediu ou porque sua mãe perdeu a peça da escola. Aprendi isso aos seis anos. Ninguém nunca me disse. Eu simplesmente soube.”
Além disso, ele tem uma cachorrinha de estimação, a Daisy, e eu fiquei morrendo de vontade de ter uma Daisy!
“ Puxei as cobertas até as orelhas e imaginei a Daisy se aninhando junto a mim, sua língua grande e molhada lambendo meu rosto inteiro, como se fosse seu rosto favorito em todo o mundo. ”
Indico a leitura, como falei, a todo mundo. Não que eu ache todas as pessoas no mundo preconceituosas, não é isso: mas com a leitura eu percebi como Auggie lida bem com toda a situação, como familiares e amigos são importantes nas nossas vidas e como as lembranças que as pessoas deixam em nós sobrevivem à existência nesta vida.
“ Esse preceito significa que deveríamos ser lembrados pelas coisas que fazemos. Elas importam mais do que tudo. Mais do que aquilo que dizemos ou do que nossa aparência. As coisas que fazemos sobrevivem a nós. São como monumentos que as pessoas erguem em honra dos heróis depois que eles morrem. Como as pirâmides que os egípcios construíram para homenagear os faraós. Só que, em vez de pedra, são feitas das lembranças que as pessoas têm de você. ”
Indicado para todas as idades. É um livro lindo.