Mariah 15/05/2021
Médico e Filósofo
Trecho recorte:
""Médico e filósofo só podem unir-se quando ambos reconhecerem que a expressão
""processos psíquicos inconscientes"" é ""a expressão apropriada e justificada de um fato solidamente estabelecido"" Só resta ao médico encolher os ombros quando lhe asseguram que ""a consciência é uma característica indispensável do psíquico"" , e talvez, se ainda sentir respeito suficiente pelos enunciados dos filósofos, ele possa presumir que eles não estavam tratando da mesma coisa ou trabalhando na mesma ciência. [...] É verdade que o médico não pode saber desses processos inconscientes até eles produzirem na consciência algum efeito que possa ser comunicado ou observado. Mas esse efeito consciente pode exibir um caráter psíquico inteiramente diverso do caráter do processo inconsciente, de modo que não há como a percepção interna encarar um deles como substituto do outro.""
Tradução:
O paciente A sofre conscientemente de algo e se queixa ao médico, mas o paciênte descreve sintomas incognitos que não os leva a lugar algum. Ressalte para o paciente estar passando por outra coisa, outra situação que não soube identificar por se iconsciente.
O paciente B apresenta o mesmo cenário que o A, mas por trás após a expressão
""processos psíquicos inconscientes"" serem esclarecidos, por formas não significativas para nós, podem ter sido de qualquer maneira que não muda a construção do raciocínio. Assim, se descobre que no paciente B, o sentimento de fadiga, falta de apetite, enjoos e dores de cabeça, sono intenso, falta de força para as atividades diárias, vista cansada, dias com fadiga ainda mais intensas, que poderiam ser tratadas pelo médico do trecho como um quadro viral, ou qualquer outro diagnóstico, ou até mesmo uma interpretação mais reciosa e longígua, qualificando como melhor que o paciente B espere, já que os exames o deram como saudável. De modo que, na verdade, mesmo que ambos não saibam, o paciente B tenha adquirido um quadro de depressão que deve ser tratado, mas ainda é desconhecido pelo mesmo que prolifera no consciente sintomas consequenciais de um fato solidamente estabelecido no inconsciente, a depressão. Isso se daria em "“a expressão (no caso das sensações trazidas pelo quadro enfermo) ""processos psíquicos inconscientes"" é "a expressão apropriada e justificada de um fato solidamente estabelecido”" (um destaque ao valor indubitável de que os fatos dependem do inconsciente para serem a verdade, esclarecidos e assim por diante, sempre justificáveis por essa máxima. De modo que, não poderia se achar que o paciente B está "“maluco”" e na verdade não sente nada, ou que ele é saudável e está "“inventando”"
ou que ele não sabe expressar o que está sentindo. Assim, sendo apresentada uma conduta racional entre os profissionais no trecho citado da obra. Além disso, em "“É verdade que o médico não pode saber desses processos inconscientes até eles produzirem na consciência algum efeito que possa ser comunicado ou observado.”" é mostrado paralelamente os sentimentos que o paciente sofria, e como isso aconteceu por meio do consciente refletido para mandar os sinais para o corpo, do que o próprio corpo está de fato passando naquele momento.
E, ao prosseguir em "“Mas esse efeito consciente pode exibir um caráter psíquico inteiramente diverso do caráter do processo inconsciente, de modo que não há como a percepção interna encarar um deles como substituto do outro.”" temos a ideia de que o conteúdo dito pelo paciente B sobre o que ele estava sentindo seria inteiramente diverso de fato do caráter do processo inconsciente, que é o que de fato se passa, os impedimentos do corpo, ao inves de fadiga seria a falta de vontade, falta de prazer e falta de felicidade que prenderiam seu corpo em um estado inerte, e não meramente incapaz de mover para evitar dor ou para se proteger de um avanço de sua fadiga e de suas dores. Tendo assim descrito um jogo de fatos solidamente estabelecidos em contraste com o que se tem acesso pelo médico, como dito na primeira frase do trecho transcrito antes da tradução.
Dito isso, já o paciente A mesmo que apresentando o mesmo estágio inicial de B, possui
"“expressão apropriada e justificada de um fato solidamente estabelecido”" totalmente diferente do paciente B, e como ""a consciência é uma característica indispensável do psíquico”" os dois refletiram o que ocorria no psíquico porém de forma inconsciente e distorcida, mas mesmo assim ambos os pacientes tiveram desfechos diversos. Indo por uma variante de possibilidade a partir da máxima "“de modo que não há como a percepção interna encarar um deles como substituto do outro.”" . O paciente A, diferentemente do B, apresentava os dois quadros, além de uma efermidade mental, também estava doente e de fato tinha um quadro viral que apenas não foi identificado nos exames pois estava em uma fase incial ou qualquer variante disso. Logo, A divergeria do B, pelo paciente B ter sido incapaz em sua percepção interna identificar que um fenomeno estava sendo substituto do outro, e já o paciente A apresentava fenomenos convergentes que não se substituiam.
Portanto, existem duas variantes consequentes da linha de raciocinio proferída pelo trecho do texto posto em perspectiva de análise.