Michelle C. 24/05/2024
Ian e Elizabeth, tenham paciência
A história começa bem, com um casal promissor, gostei do Ian super alpha e da Elizabeth doce e inocente. Mas lá pelos 60% do livro, os problemas se acumulam e achei que a história deixou de crescer e passou a andar de lado (e pouquinho para trás também, infelizmente).
O plot é aquele início padrão de um romance de época. Ian tem fama de libertino, não gosta muito da sociedade inglesa e principalmente dos nobres e suas mentiras. Ele se apaixona rápido por Elizabeth, quando os dois se conhecem em um evento desses que os convidados ficam hospedados alguns dias. Ian é mais velho que ela uns 12 anos, mas não resiste a atração e resolve investir no romance com a jovem, o que acaba conduzindo os dois a um escândalo.
Elizabeth é linda e inocente, com apenas 17 anos e alguns poucos bailes em seu debut na sociedade, conquistou nada menos que 15 propostas de casamento, gerando a inveja de suas ?amigas?. Então elas vêm uma oportunidade do encontro com Ian acabar com a imagem da moça, a julgam uma concorrente no mercado casamenteiro e para eliminar Elizabeth da disputa, vale tudo. Os dois são enganados e se separam.
Acontece muita coisa, dois anos se passam, alguns personagens aparecem e Elizabeth agora depende de um tio avarento e cruel. Mas esse tio acaba promovendo, de uma maneira bem tortuosa e não intencional, o reencontro da moça com seu grande amor. E haja perrengue até o final feliz desses dois, que só chega bem no finalzinho do livro.
Tive a impressão de ler vários livros dentro de um, diante das passagens com personagens pouco ligados e das ações estarem meio que desconectadas uma das outras. Acho que as reviravoltas não funcionaram numa crescente, principalmente porque não houve a evolução dos personagens principais. Aquela superação que todo personagem precisa evoluir ? Não tem. Pelo contrário, a mocinha involui para uma criatura estúpida e ainda mais crédula do que no início do livro. Se preparem para não gostar de Elizabeth. Nem o final salvou a personagem para mim. O Ian tem muitos méritos, sua inteligência incomum é interessante, seu amor por Elizabeth também convence e ajuda a seguir firme na leitura. O final é bem amarradinho.
Senti falta se saber o ano em que se passa a história. E tentar adivinhar não funciona. Num momento, menciona os ingleses se referindo aos EUA como as colônias. Em outro momento, cita América. Não dá para saber se a autora tinha algum ano em mente para essa história.
Esse foi o primeiro livro que li de Judith Mcnaught, talvez leia outros mas não tenho certeza no momento.