Humilhados e Ofendidos

Humilhados e Ofendidos Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Humilhados e Ofendidos


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Eric 11/06/2020

Antes de te matar, Dostoiévski humilha nossos sentimentos
Como descrever essa narrativa? Esse é um dos maiores problemas que tenho ao terminar alguma obra do Dostoiévski. São tantas emoções que nos apetecem o coração, com esses personagens tão sofridos e ludibriados pela vida. Em Humilhados e Ofendidos, o autor traz a história de cinco pessoas que foram vítimas de um destino cruel, ao qual causou feridas incuráveis no orgulho e no coração.

A maestria de Dostoiévski para narrar vidas em situações de total desprezo social é incrível. Aqui vamos deparar com pessoas que perderam tudo o que tinha na vida devido aos infortúnios de um homem maldoso. Simbolizando toda a supremacia que os mais ricos exercem sobre os mais pobres, o Príncipe com certeza é um dos inimigos mais célebres de toda literatura mundial. Suas ações são extremamente calculadas para conseguir atender todos os seus interesses, não importa o quanto humilhante será para vítima sofrer essas consequências.

O orgulho ferido, abandono, desprezo, doenças, o amor não correspondido, aceitação paternal e a redenção são os temas muito bem retratados por Dostoiévski, o qual nos mostra ao final da história que o alicerce principal que mantém aqueles miseráveis esperançosos é o amor que dedicam entre si.

Nelly é o reflexo de uma vida que procurou esmaga-la o tempo todo. Ela não consegue compreender a bondade do Ivan, pois todos ao seu redor tentou de alguma forma ludibria-la. Como cachorrinho que é espancado diversas vezes e não sente confiança em humano algum, essa personagem se mantém insegura e melindrosa até sentir a confiança de que existem pessoas em meio aquele caos que somente querem a ajudar sem nada em troca. É em seu plot que as denúncias sociais são feitas, as quais revelam uma vida pobreza extrema e exploração.

Dostoiévski consegue construir psicológicos bem realistas. O autor nos mostra a dualidade da fragilidade do homem vs a resistência em manter uma aparência em prol do orgulho. E em seu desfecho deixa claro que em certos momentos essa pretensão pode conduzir a pesares inconsoláveis.

Por fim, Humilhados e Ofendidos é um livro maravilhoso, proporciona diversas reflexões e comprova mais uma vez a engenhosidade de Dostoiévski em escrever histórias que ultrapassam os tempos e ainda são tão necessárias. Recomendo muito!!
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Josy 08/06/2020

Sofrido, porém lindo!
Assim como diz o título, o autor expõe friamente os sentimentos humanos e os arrasta na lama da amargura, humilhados e ofendidos. Do medíocre ao leviano, os personagens vão se relevando e conduzem o leitor por suas vidas inúteis e baratas com suas reflexões existencialistas.
Só posso dizer que sai arrasada dessa leitura. Fiquei apaixonada pela literatura russa, mas não recomendo ler vários livros dela seguidos (como eu fiz), pois isso pode leva-lo a depressão.
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EdwardF 16/04/2020

Ahhhhh Dostoiévski!!! Eu nem sei explicar o porquê mas não consigo deixar de ler um livro seu de tempos em tempos... como temas pesados e até tristes podem proporcionar um prazer tão grande através de suas palavras???!!! Como é fácil se sentir em São Petersburgo!!!
Daniel 16/04/2020minha estante
Ah agora fiquei curioso, pra quem nunca leu nada do autor vc recomendaria qual?


EdwardF 16/04/2020minha estante
Olá, sugiro começar com o Jogador, não é tão pesado e é mais divertido, mas depois sugiro um mega clássico, na minha opinião, Recordações da Casa dos Mortos.... fica tranquilo, que, se você gostar, você encontrará os outros "caminhos de Dostoiévski... Grande abraço


Daniel 16/04/2020minha estante
Ah entao vou começar pelo jogador, vou ver se é bão mesmo hehehe




André 16/04/2020

Uma obra profundamente cativante, que nos prende o tempo inteiro. O final é absolutamente fantástico. Embora não seja considerado uma de seus maiores romances, Humilhados e Ofendidos acentua o aspecto social e humanista da obra de Dostoiévski.
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Nadine 24/03/2020

Eu gosto de Dostoiévski, realmente gosto, mas é meio difícil ignorar a minha mentalidade como mulher nascida neste século para me deixar imergir no que personagens daquela época pensavam. Faz a gente questionar bastante o quanto orgulho, costumes e "moral" podem acabar custando para uma pessoa e a quantidade de sofrimento que pode surgir por conta disso. Meio escroto também que, no livro, quem mais tenha sofrido por conta de orgulho e "moral" tenha sido a única personagem que era inocente pelas circunstâncias.
Talvez essa fosse a intenção dele, do autor, fazer a gente observar que, não importando o século, orgulho pode custar MUITO para alguém, e pode acabar machucando gente que realmente era inocente.
Krishnamurti 24/03/2020minha estante
Interessante o teu comentário. Muito mesmo.


Nadine 24/03/2020minha estante
Obrigadaan


Krishnamurti 24/03/2020minha estante
Valeu! Estou seguindo você.




Fran 26/02/2020

Depois que li Noites brancas e o Eterno marido, me arrisquei a ler uma obra maior do Dostoiévski, porque fiquei muito envolvida pela sua escrita. E para minha surpresa a leitura de Humilhados e ofendidos fluiu muito bem. Gostei muito do Vânia e da Natasha. Só não tinha muita paciência para o Aliocha. A história é envolvente, fala sobre orgulho, perdão, relações familiares e suas complexidades. É uma obra para refletir e desfrutar. Estou cada vez mais admirada com a literatura russa.
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Julio.Argibay 06/01/2020

Boa estória
Impressões sobre a obra Humilhados e ofendidos de Dostoievski: gostei do romance, Vania é um escritor que se apaixona por uma moça e ela acaba tendo um relacionamento com outro e nesse caso foi o filho de um príncipe. Em breve palavras foi isso. A partir desse ponto acontece diversas situações e personagens bem interessantes incluindo uma órfã que ele ajuda. O estória começa quando em certo momento Aliocha sai de sua casa e vai a uma pastelaria, onde se encontram muitos alemães, e ele observa um velho humilde com seu cachorro (no futuro o velhinho tem sua importância na trama). Após alguns acontecimentos ele ajuda o senhor a chegar em casa e acaba indo morar nesse apartamento, depois da morte do mesmo. Aqui o narrador, volta no tempo e conta a sua estória desde a infância. Vamos lá: ele eh adotado por Nikolai Sergulei, depois vai estudar num colégio interno e depois na universidade de São Petersburgo. Nesse interim seu padrasto conhece um príncipe e é eleito seu administrador, com o passar dos anos o filho do príncipe vai morar com o senhor, mas diversos mal entendidos faz com que os dois briguem. O escritor começa a receber boas críticas pelo seu primeiro livro e todos ficam eufóricos com os resultados. Vania - Alexei Petrovitch e Natacha conversam sobre a relação dela com o filho do príncipe deixando-a irritada. Com o tempo seus amigos decidem se casar e fogem de casa. Aliocha parece ser gente boa, bem afeiçoado, porém bem infantil, apesar da idade. Após a conversa eles partem. Aqui volta a narrativa inicial, nosso protagonista está no seu quarto, escrevendo seu romance. Ele lembra de Smith e sua fisionomia e roupas velhas. Aqui a estória volta ao dia em que ele vai morar na casa de Smith. O escritor recebe uma visita inesperada, é a neta de Smith, ele conta que seu avô morreu e ela vai embora. O príncipe tenta fazer com que o seu filho case com a filha de uma condessa, Catarina. Natacha e o príncipe tem uma conversa sobre a relação dela com o seu filho e a necessidade dele se casar com a filha da Condessa. Helena sai correndo após a visita e Vania se interessa pela vida dela. Ele acaba levando a menina pra sua casa. Diversas situações inusitadas acontecem e terminamos o romance de maneira apoteótica.
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Lucas 10/11/2019

Vítimas da sociedade existem e já existiam no século XIX: A desesperança causada pelas humilhações
Pode ser quantificada a variedade de humilhações que uma pessoa pode sofrer? Há uma humilhação pior do que a outra? Há prazer em quem a pratica? Todas essas são questões amplas, sem respostas universais, mas que em se tratando de Fiódor Dostoiévski (1821-1881) fornecem as condições mais sublimes para a elaboração de um livro excepcional.

Humilhados e Ofendidos (de 1861) adquire um caráter nevrálgico na vida e na obra de seu autor: foi o primeiro livro escrito por Dostoiévski após os pouco mais de dez anos em que ficou entre a prisão na Sibéria e posteriormente obrigado a prestar serviços ao Exército após ter sido acusado de agitação popular. É até repetitivo mencionar que esse longo período longe da sociedade e principalmente das letras russas muito contribuiu para a definição do estilo dostoievskiano de narrar, marcado por uma crueza inigualável que consegue traduzir em palavras inúmeros estados da psique humana. E estas suas peculiaridades são oriundas do extensivo desgaste físico e psicológico que este período de reclusão lhe causou, e acabaram por definir sua literatura no pós-1860 e transformar o autor num estandarte supremo da literatura russa.

Não é arriscado dizer, contudo, que Humilhados e Ofendidos não é apenas uma obra central na carreira de Dostoiévski apenas pelas circunstâncias nas quais ela foi lançada, mas também pela narrativa em si, repleta de elementos de desânimo, histeria, valores familiares e de uma permanente busca por redenção, que, se são pilares sustentadores de toda a trajetória literária do autor, aqui são expostas de uma forma mais pausada e até "florida" em alguns momentos bem pontuais. Além disso, o livro traz muitos artifícios autobiográficos, já que ele se desenrola com a narrativa em primeira pessoa de Ivan Petróvitch, um escritor desesperançado, certamente semelhante ao seu idealizador naquele momento.

Ivan era órfão e foi criado pelos Ikhmiêniev, uma família de pequenos fazendeiros do interior. O patriarca da família, Nikolai, homem muito honesto e conservador, e a mãe Anna, sentimental na medida exata, tinham uma filha, Natacha, que toma os ares de protagonista feminina da obra. Aliás, toda personagem feminina que adquire essa responsabilidade num romance de Dostoiévski merece ser analisada mais detidamente.

Isso porque uma das grandes marcas narrativas de Dostoiévski era a sua tendência estereotipada de criar personagens femininas histéricas, imprevisíveis e até mesmo repugnantes em determinados momentos. Mas aqui Natacha foge desse "preconceito", sendo uma mulher um pouco confusa, é verdade, mas sensível, correta e que passa por uma série de dilemas durante a narrativa e, de uma forma geral, não tem a sanidade geral afetada por isso, algo digno de vitória dentro dessa aptidão de Dostoiévski de tornar as mulheres desequilibradas emocionalmente. É Natacha, inclusive, quem sofre, indiretamente, boa parte das humilhações que a obra traz. Mesmo não sendo uma personagem totalmente pura, tendo alguns erros de conduta importantes, ela se torna alvo de vários julgamentos e preconceitos, que muitas vezes se sobrepõem ao seu caráter espirituoso.

Essa abordagem menos "padronizada" de Dostoiévski tratar suas personagens femininas acaba se estendo em parte à Nelli (ou Elena), jovem com cerca de treze anos, que por condições nefastas da vida, acaba sendo inicialmente inserida no círculo de Ivan Petróvitch e posteriormente centraliza um segundo núcleo narrativo próprio da obra. Se os sofrimentos de Natacha são mais voltados a questões de moral familiar, Nelli tem humilhações bem mais profundas, tanto no aspecto físico quanto psicológico. Não se pode adiantar muita coisa por aqui, mas o autor descarregou em Nelli boa parte do principal ensinamento que ele quis trazer ao escrever Humilhados e Ofendidos: a degradação moral provocada em indivíduos indefesos quando em contato com uma sociedade mesquinha, marcada pelos rótulos sociais, casamentos materialistas e que não é estritamente simbolizada pela São Petersburgo daquele tempo (onde a narrativa se passa), mas por qualquer outro local, de qualquer outra época.

Se Nelli não é a protagonista feminina de Humilhados e Ofendidos, é nela que serão vistos claramente os efeitos nefastos do abandono, da falta de estrutura familiar e da exploração infantil. Prova disso é o caráter da personagem, que vai passando por grandes transformações ao longo da narrativa, culminando em vários acontecimentos ocorridos na quarta e última parte da obra. Apesar disso, e de algumas "crises dostoiveskianas" bem pontuais, muito da espiritualidade de Nelli lembra a inesquecível Sônia, de Crime e Castigo (1866), a maior personagem feminina já concebida pelo autor. Aliás, ao se recordar disso depois da leitura dessas duas obras, percebe-se que a companheira de Raskólnikov traz muito elementos de caráter não apenas de Nelli, mas também de Natacha. Visto que muito se fala que Humilhados e Ofendidos foi um "laboratório" para a segunda fase da carreira de Dostoiévski (algo defendido pela tradutora Fátima Bianchi, na edição da Editora 34), essa construção posterior da personagem Sônia muito contribui para a validação dessa tese.

Além de Ivan Petróvitch, Natacha e seus pais e Nelli, Humilhados e Ofendidos trata também da família do príncipe Piotr Valkóvski e seu filho Aleksei (Aliócha). Desde o início percebe-se que o príncipe é o antagonista da história, e em determinado capítulo da terceira parte ele revela isso de uma forma abjeta. Talvez ele não seja um vilão icônico do mundo da literatura, mas o autor da presente resenha poucas vezes viu num livro dessa natureza um personagem tão sujo, idiota, fútil e, resumidamente, nojento. Seu filho, Aliócha, desperta sentimentos contraditórios: em alguns momentos, ele lembra seu homônimo em Os Irmãos Karamázov (1880), pela inocência e ingenuidade; em outros, a sensação que desperta é um pouco de raiva, tamanha a sua ignorância e o desconhecimento do impacto alheio que suas ações causam. Tanto o príncipe (mas principalmente este) quanto o seu filho são os gatilhos das humilhações que os personagens mais humildes passam.

Todos esses personagens citados estabelecem relações de diversas naturezas entre si, e essa é uma das características que definem a coesão da narrativa: nitidamente, há um bloco dos personagens principais (estes citados, essencialmente) e um bloco mais distante em termos de atenção do narrador, com tipos secundários. Este é um traço da narrativa em primeira pessoa que Ivan Petróvitch monta, e faz de Humilhados e Ofendidos uma obra com poucos personagens e relações claras entre eles (ao menos inicialmente), o que faz com que a leitura flua muito bem. Isso se alia a outra característica de coesão citada: o aspecto cinematográfico. Dostoiévski, quando saiu da prisão/exílio, montou com seu irmão Mikhail a revista O Tempo e nela ele publicou a obra em partes. Por isso, Humilhados e Ofendidos carrega consigo algumas nuances próprias do romance folhetinesco, como os capítulos curtos e com desfechos repletos de expectativa e turbulências, que trazem a sensação de que sempre há algo ocorrendo.

Importante detalhar melhor a edição da Editora 34, que dispensa apresentações em termos de estética e, principalmente, esmero literário, com tradução direto do russo feita pela professora da USP Fátima Bianchi. É preciso que se reconheça não só a tradução em si, que consegue transmitir toda aquela crueza que é inerente a Dostoiévski, mas principalmente pelo posfácio que a professora construiu. Sem se ater a detalhes acadêmicos ou mais eruditos, a tradutora ilustra bem toda a repercussão que o lançamento da obra causou, os problemas de saúde que Dostoiévski teve enquanto a escrevia, a influência de Humilhados e Ofendidos nos seus romances subsequentes, vários trechos de críticas da época sobre a obra, entre outras informações interessantes ao leitor comum, que valem muito a leitura.

Em Humilhados e Ofendidos, Dostoiévski retorna à cena literária em grande estilo. Trata-se de uma obra muito rica por ilustrar em suas linhas o quão triste e desolador na vida de alguém pode ser o preconceito, que é a fonte de todas as humilhações que os personagens sofrem. Seus caracteres são vitimados não por fraquezas próprias, mas por um mundo preconceituoso e material, que ainda persiste até os dias de hoje. A narrativa mostra que a desesperança pode tornar o rótulo "vítima da sociedade" válido sob este aspecto, e que merece atenção especial dessa mesma sociedade para que ele seja combatido.
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Geosnow 24/09/2019

Dostoiévski surpreende nesse livro por uma escrita mais fluída (talvez devido ao propósito de ser publicado em um jornal?) e com um ótimo trabalho de "edição", especialmente no final ele consegue amarrar muito bem a narrativa.
Sobre o conteúdo: o romantismo sob uma visão russa - visceral. As condições de classe, as misérias sociais de um lado do outro uma profunda descrição de caráter psicológico. O que o sofrimento imprime nesses personagens, principalmente representado por Nelli, ainda criança, mas com sofrimentos profundamente adultos. Apesar do tom final do livro, eu diria que ele é até otimista pensando outras obras do autor. O perdão é temática central e se apresenta como redenção a esses personagens. Ao longo do livro muito angústia, muito incômodo, e eu diria que personagens profundamente humanos em suas relações de amor - expondo aí também o caráter sexual destas.
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Vitor.Canestraro 18/08/2019

Vale cada letra
Humilhados e ofendidos não está no mesmo nível de Crime e Castigo e Os Irmãos Karamazov, mas já demostra toda a veia intensa e psicológica de Dostoiévski, por si, vale cada letra escrita.
Marcos.Azeredo 08/10/2019minha estante
Um grande livro.




Lázara 06/08/2019

Entenda quem você é...
... e tome seu lugar no tabuleiro.
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Carol | @carolreads 11/07/2019

Humilhados e Ofendidos
Primeiro #dostôesselindo do ano!

Em humilhados e ofendidos acompanhamos Ivan Petróvitch, um escritor com uma carreira muito parecida com a do próprio Dostoiévski, que se vê envolvido em duas situações trágicas. Além de ajudar Nikolai, Anna e sua filha Natacha a voltarem a se relacionarem(a menina resolveu fugir de casa por estar apaixonada por Aliócha, filho de um príncipe), o nosso narrador testemunha a morte de um velho e se sente obrigado a cuidar de Nelli, uma criança com uma história de vida muito complicada e neta do falecido.

Gostei muito dos primeiros capítulos da história e de como as duas situações estão interligadas, mas confesso que achei o livro meio irregular. Sempre que o Aliócha aparecia me dava uma preguiça! Não sei como a Natacha e a Kátia aguentaram ele, sério!

Acredito que o Dostoiévski poderia ter condensado um pouco a história e economizado algumas páginas. Alguém mais ficou com essa sensação?

site: https://www.instagram.com/carolreads
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Valério 25/06/2019

A grandeza presente já no início
Neste que foi seu segundo livro, Dostoiévski tentou repetir o sucesso de crítica de seu primeiro livro (Gente Pobre).
O personagem principal (Vânia) é uma espécie de alter ego do próprio autor: Um rapaz jovem, pobre e que tentava escrever mais um livro e se firmar como um grande escritor.
Como é comum em seus livros, Dostoiévski traz personagens às voltas com a miséria, com a pobreza, e traz uma rica pintura da sociedade pobre russa dos meados do século XIV. Nos transportamos para a vida de pessoas simples, e a tragédia permeia a obra.
Vários personagens trazem traços do futuro personagem do livro "O idiota", bons e inocentes. Mas especialmente Aliócha, que se envolve com a irmã de Vânia.
Com uma relação enxuta de personagens, o mote é o relacionamento destes personagens que se vêem humilhados e ofendidos por um certo príncipe (especialmente o pai de Vânia).
Uma história comovente, bem escrita, com final triste mas bem real. A crueldade da realidade.
Considerado pela crítica como um livro de transição na carreira do autor, vi em Humilhados e Ofendidos bem mais que isso. Uma grande obra que merecia maior destaque do que tem.
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