Renan Caíque 20/04/2021
O livro da minha vida!
Este é provavelmente o livro mais importante da minha vida! Eu o li pela primeira vez nos meus 15 anos e fui tragado por versos eloquentes e sentimentais como eu jamais lera antes, sendo levado imediatamente ao imensurável mundo da Poesia, de onde nunca mais saí.
"Lira dos Vinte Anos" (1853) foi o único livro editado e organizado por Álvares de Azevedo, e mesmo assim só foi publicado postumamente como as suas outras obras. O poeta faleceu precocemente em 1852, quando contava 20 anos. Inicialmente este livro faria parte do projeto conjunto "As três liras" com os poetas Bernardo Guimarães e Aureliano Lessa, mas que acabou não indo pra frente.
Sua obra apresenta duas faces distintas, uma binomia: Ariel e Caliban (como diz o próprio autor fazendo referência a dois personagens da peça "A tempestade", de Shakespeare). Na primeira face, a de Ariel, temos o poeta melancólico, "platônico e visionário", que idealiza o amor e a mulher, colocando-a como um ser divino, onírico, sublime e inalcançável. E na segunda face, a de Caliban, temos o poeta irônico, mórbido e até às vezes alegre, que chega a satirizar o próprio sentimentalismo da primeira face.
“Lira dos Vinte Anos” é um livro de poemas dividido em três partes: na primeira e na terceira nota-se a face angelical de Ariel: os versos são doces, sensíveis e de uma beleza triste que faz com que não saibamos se choramos ou se rimos ante um lirismo tão encantador. Na segunda parte do livro, aparece a face demoníaca de Caliban: os versos são sarcásticos, mordazes e mais próximos de uma escrita realista, sem idealizações e adornos poéticos.
“Lira dos Vinte Anos” é geralmente considerado o seu livro de maior relevância, por melhor expor as suas duas faces, a sua habilidade na escrita e os conhecimentos de ávido leitor. E de fato, é uma obra essencial para amantes de poesia e importantíssima para Literatura Brasileira. Álvares de Azevedo foi o autor romântico brasileiro mais expressivo. Além deste livro, sua curta, porém riquíssima obra, conta também com "Noite na taverna", "Macário", "Poesias diversas", "Poema do Frade", "O Conde Lopo", "O livro de Fra Gondicário", "Cartas"; além de traduções, ensaios e discursos.
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