Lúcia 09/03/2016
Pax é um jovem que, desde a adolescência, está em um caminho visivelmente autodestrutivo. Ele se droga, usa mulheres e bebida como escape e é, até para as autoridades da pequena cidade Angel Bay, às margens do Lago Michigan, considerado um caso perdido. Logo no primeiro capítulo isso é jogado na nossa cara.
Já Mila é uma artista. Ela pinta, é dona de uma loja de artigos para pintura e desenho, além de vender seus quadros e ter participação no restaurante da família. E, apesar de ter perdido os pais quando estava na faculdade, ela tem a irmã mais velha, Maddy, que se preocupa e é praticamente sua melhor amiga.
Resumindo, eles são opostos.
Temos aqui a típica situação “garoto problemático vs garota que tenta consertá-lo” com um adendo: Mila é uma personagem com personalidade. Ela não aceita tudo de Pax sem questionar ou mostrar as consequências de seus atos.
Ela impulsiona-o a buscar ajuda, a abandonar vícios antigos e a tentar descobrir a raiz de traumas e pesadelos que acompanham-no desde a morte de sua mãe, nunca deixando o lado gentil, amoroso e compreensivo de lado. Porém, felizmente, o sentimento que Mila tem por ele não a cega para certos comportamentos e atitudes. Ela é dura e firme quando Pax erra, principalmente em um momento ápice da história, e não aceita-o de braços abertos logo de cara, fechando os olhos para a falha. Eles conversam. O que é um verdadeiro diferencial para muitos young adults.
Courtney conseguiu mesclar bem os pontos de vista, sem repetição e com cenas que realmente adicionaram crescimento à trama e, também, aos próprios personagens e ao seu amadurecimento. As cenas mais eróticas também foram bem escritas, mostrando nuances mais doces e atenciosas de Pax, que antes não foram mostradas.
“If I Stay”, é um livro rápido e que fala sobre perdoar a si mesmo e seguir em frente, não esquecendo o passado, mas deixando-o ser isso, apenas passado.