Os demônios de Loudun

Os demônios de Loudun Aldous Huxley




Resenhas - Os Demonios de Loudun


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Fabio Shiva 15/12/2015

Graças a meu arraigado hábito de evitar ler qualquer coisa a respeito de um livro antes de lê-lo (e principalmente os textos da orelha e contracapa, que adoram fazer spoilers), comecei a ler essa impressionante obra pensando que ser um texto de ficção. E a prosa do mestre Huxley flui tão facilmente que demorei a perceber se tratar de um ensaio sobre fatos verídicos: a possessão e subsequente exorcismo das freiras de um convento na França do século XVII, que terminou com churrasquinho de gente e outros horrores semelhantes. Essa leitura mexeu muito comigo e, como sempre, me deixou muitíssimo impactado com o prodígio intelectual chamado Aldous Huxley. Muito muito bom!!!

site: https://www.facebook.com/sincronicidio
Mel 26/02/2018minha estante
Aldous Huxley era mesmo um gênio!


Fabio Shiva 27/02/2018minha estante
Sim!!!!


Sarmentox 09/02/2023minha estante
Aconteceu a mesma coisa comigo, só fui descobrir ser uma história real da metade pro fim do livro quando achei que ele estava citando muitas referências para ser ficção




Tiago 10/12/2021

Um livro impressionante
De início  você se recusa a crer que se trata de uma história real, tal é a habilidade com que Huxley conta os detalhes dos eventos e as resoluções interiores das personagens. Depois você se dá conta de que tudo é retirado dos depoimentos, cartas e relatos históricos, e você fica ainda mais assombrado com a genialidade do autor de reviver esta horripilante história.

Horripilante não pelo terror, pois este é leve. Mas sim pela percepção de que se trata do horror gerado pela natureza humana decaída. Ao tratar do caso das possessões demoníacas do convento de Loudun, da biografia nada exemplar do padre Grandier ou da credulidade dos habitantes e da maldade dos exorcistas, muito habilmente Huxley faz a ligação com o nosso tempo, ressaltando que hoje não somos, nem de longe, melhores do que aquelas pessoas. Pelo contrário, nossas razões são bem piores e produzem mais tragédia - lembrando que o livro foi escrito pouco depois da Segunda Guerra.

É igualmente surpreendente a insistência do autor na sua crença profundamente materialista. Ainda que, ao longo do livro, demonstre uma indiferença cada vez mais respeitosa pela religião, nega em absoluto qualquer existência transcendente, reduzindo todo o universo a relações humanas e materiais. Não, novamente, apenas no caso do tema do livro - no qual ele prova que a ação do demônio não esteve presente (ou não diretamente, para os mais céticos). Mas é bastante interessante perceber a incoerência de uma inteligência fértil com uma negação tão pueril quanto à óbvia - e isto partindo de suas próprias relações lógicas - existência do sobrenatural, do divino.

Ainda assim, é um livro não menos que genial.
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Sarmentox 09/02/2023

Estranho mas bom
Eu tive um misto de sentimentos muito grande com esse livro, no começo ele parecia uma dissertação acadêmica sobre a religião na idade média, mas do nada ele começava a introduzir alguma história, e ele volta para dissertação, volta para a história, e eu fiquei muito confuso com o que o autor estava querendo falar no começo.

Com o tempo eu fui entendendo melhor o livro, fui gostando da narrativa que estava sendo contada, e uma das melhores coisas que eu poderia ter feito é não saber nada sobre o livro, então eu não tinha certeza se a história que estava sendo contada era um fato ou inventado.

No fim, gostei bastante não só das discussões trazidas pelo autor, como também gostei da história que aconteceu.
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Ana Luiza 01/10/2022

disponível em @anawithcoffee
Já se imaginou viver em meio aos séculos XVI e XVII, onde a caça às bruxas ainda não havia sido completamente extinta (principalmente em casos diretamente ligados à religião), um lugar e um tempo em que a fé individual poderia ser utilizada contra não só um, mas contra uma comunidade?

Em meio a reflexões filosóficas e através de dados coletados em autobiografias, textos e documentos da época, Aldous Huxley nos leva até Loudun, uma pequena vila no interior da França e nos apresenta a um pároco libertino, Urbain Grandier e seus poderosos inimigos.

A libertinagem de Grandier tornou-se, além de seu próprio pecado, bode expiatório para que seus inimigos o destruíssem moral, psicológica e fisicamente.

Conhecido por sua beleza ?mefistotélica?, o pároco acabou atraindo a atenção das freiras do convento local, mesmo sem nunca ter posto os olhos nelas. Acusado de feitiçaria e pacto com o Diabo, Grandier foi responsabilizado pela possessão das Irmãs residentes e principalmente da prioreza, a quem os encantos impactaram grandemente.

Condenado, foi executado em praça pública após sofrer torturas extraordinárias. Em meio ao fogo que o consumia, recusou-se a confessar os crimes que jamais havia cometido e implorou unicamente, a Deus.

Você pode interpretar a história contada, de algumas formas:

? assim como Huxley, acreditando que todo o entrevero que culminou na execução de um ser humano, não passou de histeria coletiva e destruição pela própria crença;

? que a possessão realmente ocorreu e encarar a narrativa como um relato do sobrenatural;

porém, indiscutível pensar que se sentirá horrorizado, de diferentes formas e aspectos, especialmente pela maldade humana.
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Clarissa 08/08/2022

Estou Emocionada com essa Experiência! ?
Nesse momento Aldous Huxley, pra mim, é Aldousinho. Não queria e não quero mais largar essa pessoa que chegou nesse planeta em 1894 e daqui se foi em 1963 . Primeiro livro dele que leio e achei a escrita tranquila e enriquecedora. Esse autor é um pensador FABULOSO!!! Na medida que fui lendo esse livro eu queria ouvir mais e mais e aprender mais e mais... Uma experiência literária que traz muitas reflexões, principalmente sobre o momento atual.
Retomei essa leitura que havia iniciado há um ano atrás, se bem me lembro, e que maravilha retomar a escrita desse autor. Que riqueza a forma como ele descreve o contexto histórico, social, religioso, sexual e político da época. Como se davam as questões da sexualidade, da ética e das disputas internas envolvendo a igreja. Esse livro conta uma história que realmente ocorreu no séc XVII.
Riquíssimo todo esse apanhado de documentos que Aldous Huxley foi atrás a fim de analisar esse caso de "possessão". Como a repressão, a aniquilação do desejo e da sexualidade pode levar à patologias psíquicas que acabaram por serem vistas como sendo manifestações demoníacas, através das lentes do obscurantismo (muito comum tal obscurantismo para a época do ocorrido). Fora o oportunismo em torno de todo adoecimento e consequente tragédia.
Uma história tão antiga, tão triste e tão atual...A análise do autor é um diferencial dessa leitura. Uhhh! Arrasou "Aldousinho"! Obrigadaaa! Não te largo mais, "cara". Vou "colar" em vc.
SÓ GRATIDÃO AO QUE ESSE AUTOR ENTREGOU NESSA OBRA. ESTOU ADMIRADA COM A CAPACIDADE ANALÍTICA DE ALDOUS HUXLEY. COMO ELE FOI COSTURANDO AS IDÉIAS AO CONTAR ESSA HISTÓRIA REAL. COMO VAI SE DESDOBRANDO AS REPETIÇÕES DE ALGUNS MALES INERENTES A NOSSA HUMANIDADE. ESTOU EXTASIADA, EMOCIONADA, AGRADECIDA POR TER ME DADO A OPORTUNIDADE DE LER O QUE ESSE SER HUMANO ESCREVEU. DESEJO IMENSAMENTE QUE ESSA EXPERIÊNCIA LITERÁRIA FIQUE ENTRANHADA EM MIM E ME LEVE A BUSCAR CAMINHOS CADA VEZ MAIS SAUDÁVEIS E DE REFLEXÃO, CUIDANDO COM AS POSSIBILIDADES DE DESUMANIZAÇÃO QUE ESTÃO SEMPRE A NOS FAZER CONVITES POR AÍ.
RIQUEZA!!! LEIAMMMM, PESSOAS! LEIAMMMM!!!
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Vinícius 02/11/2020

Ensaio ou romance? A escrita de Huxley nos deixa diante dessa dúvida. A história de Grandier, um pároco cheio de inimigos e vítima de um processo inquisitorial, é dissecada pelo numa narrativa marcada pela veia intelectual do autor.
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Heloyse 06/04/2024

Muito bom, gente, não entendi nada ??
É um livro bem complexo e confuso, ainda mais por abordar uma parte da história de uma maneira que os desinformados como eu podem ficar bem perdidos.
Mesmo assim, o livro levanta reflexões intrigantes sobre religião, liberdade, julgamentos, costumes, e a força de vontade e crença das pessoas.
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natália rocha 25/12/2021

dos quatro livros do huxley que li, esse foi o que menos gostei, foi o que menos senti o autor.

pra começar, é um looongo ensaio - antes de começar a ler, achava que fosse ficção. o início do livro é super fluido, com a descrição de personagens e cenários do jeitinho huxley de ser. depois, surge um monte de personagens (reais) e datas e lugares que torna tudo muito confuso.

o assunto é interessante: o falso moralismo da igreja no séc XVII, a repressão sexual, questões sobre o catolicismo. porém, pode ser bem cansativo.

teve partes que gostei, outras que fui me arrastando. enfim, terminei. é isto.
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Ved 30/10/2021

De longe, um dos melhores livros do Huxley!
Percorrer um período histórico (neste caso a reforma protestante e a caça às bruxas) com bases sólidas de pesquisa e leitura não é uma tarefa fácil para um autor, principalmente quando o mesmo se atém a um caso específico, a suposta possesão de dezesseis freiras ursulinas em Loudun. Ao concluir a leitura, fica bem claro em minha mente a proposta do autor em ressignificar o termo "possessão" e, cá entre nós, isso não está diretamente ligado à seres obscuros e que habitam as chamas do inferno, meros caçadores de almas. Os demônios (ou o nosso lado sombrio) podem causar danos ainda maiores e suas chamas podem reacender o ódio, a inveja, a loucura ou a lucidez e só as nossas mentes poderão dar o poder de nos condenar às chamas da existência finita do homem.

Apesar de acompanhar as falcatruas do clero Loudunense, acabei percebendo a capacidade do homem em acreditar no poder do diabo, justificando a existência de Deus a partir disso. O diabo é o inquisidor e ele realmente mostra quem somos! Eles, os demônios, reacenderam nos personagens da obra o mau do ego, do poder e isso ainda acontece nos dias de hoje. Os demônios de Loudun vivem em cada um de nós e nos revelam verdades e tendências cruéis de autosabotagem ou de condenação ao outro que ousar ofuscar a nossa vaidade, coisa que passa!

A forma como esses demônios que ousamos dar nomes como Leviatã, Satanás ou outra coisa que nos livre do sentimento possuir o que essas criaturas representam vão de encontro com a nossa noção do que constitui o bem e o mal. O que nos leva a crer na fé positiva que nos liberta das trevas, nos cura e nos promove a paz interior? Eis a minha resposta: o medo de nos deixar levar pelo mal que existe em nós e que a todo momento reprimimos.
Perguntas como essas brotam ao ler o livro!
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Leo Carrer 06/08/2012

Uma aventura pela Vida dos padres
O tema em questão é a igreja católica do século XVII, mais especificamente um caso que teria ocorrido em uma pequena cidade francesa chamada Loudun. Huxley nos conta a história de Grandier, um pároco libertino, amante das mulheres e dotado de uma invejável capacidade para a oratória. Como nos informa a frase do início deste texto, esta era prática comum entre os religiosos, que muitas vezes não tinham sequer a decência de esconder suas concubinas e filhos bastardos. Este era o caso de Grandier. Para se justificar, o pároco havia escrito um tratado sobre o celibato, onde buscava argumentos para justificar a desobediência do mesmo:

Leia o texto na íntegra: http://antitelejornal2.blogspot.com.br/2012/03/os-demonios-de-loudun.html
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Otavio Contente 19/06/2019

Leitura pesada mas necessária
Uma obra intertextual para refletir sobre os aspectos mais profundos, sombrios e nocivos do ser humano. Inveja, repressão sexual, manipulação, fanatismo, mentiras, vingancas e histeria coletiva são alguns dos aspectos discutidos neste livro. O contexto histórico, político, religioso e social da idade média é muito bem descrito e inserido na narração. Este é um livro bem diferente do título mais conhecido do autor, as digressões, apesar de extensas, são muito bem inseridas na narrativa dos eventos de possessão demoníaca das freiras, nos propiciando ferramentas atemporais para reflexão sobre aspectos éticos e morais. O anexo pincela uma discussão sobre teoria de manipulação das massas e aborda de forma muito sucinta as estratégias e consequências destas manobras. Após a leitura fica uma pergunta: quem eram realmente os demônios de Loundum?
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Egídio Pizarro 29/11/2015

É bem interessante, mas fica um pouco maçante em determinadas partes, principalmente depois da metade. O apêndice deveria ser leitura obrigatória para muita gente hoje em dia.

O único problema é que essa edição da Globo é uma lástima. Além dos diversos erros de digitação e revisão, optaram por traduzir algumas passagens em inglês e latim, mas as passagens em francês não foram traduzidas. Fiquei à mercê do Google Tradutor, que não é nem um pouco confiável.
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Biblioteca Álvaro Guerra 12/04/2019

Conhecido pelo futuro distópico que criou em Admirável mundo novo, o inglês Aldous Huxley se debruça nesse ensaio potente, publicado em 1952, sobre um caso real do passado: a suposta possessão de todo um convento em meados do século XVII, no interior da França, por diferentes demônios. A prioresa Jeanne des Anges foi quem primeiro sofreu com a ação das criaturas infernais; não demorou para que as outras freiras ursulinas entrassem em convulsões, torcessem os corpos e proferissem blasfêmias. Os demônios de Loudun, que teve sua última edição no Brasil em 1987, faz parte do projeto da Biblioteca Azul de reeditar a obra de Huxley no país

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788525056962
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