Ana Luiza 01/10/2022
disponível em @anawithcoffee
Já se imaginou viver em meio aos séculos XVI e XVII, onde a caça às bruxas ainda não havia sido completamente extinta (principalmente em casos diretamente ligados à religião), um lugar e um tempo em que a fé individual poderia ser utilizada contra não só um, mas contra uma comunidade?
Em meio a reflexões filosóficas e através de dados coletados em autobiografias, textos e documentos da época, Aldous Huxley nos leva até Loudun, uma pequena vila no interior da França e nos apresenta a um pároco libertino, Urbain Grandier e seus poderosos inimigos.
A libertinagem de Grandier tornou-se, além de seu próprio pecado, bode expiatório para que seus inimigos o destruíssem moral, psicológica e fisicamente.
Conhecido por sua beleza ?mefistotélica?, o pároco acabou atraindo a atenção das freiras do convento local, mesmo sem nunca ter posto os olhos nelas. Acusado de feitiçaria e pacto com o Diabo, Grandier foi responsabilizado pela possessão das Irmãs residentes e principalmente da prioreza, a quem os encantos impactaram grandemente.
Condenado, foi executado em praça pública após sofrer torturas extraordinárias. Em meio ao fogo que o consumia, recusou-se a confessar os crimes que jamais havia cometido e implorou unicamente, a Deus.
Você pode interpretar a história contada, de algumas formas:
? assim como Huxley, acreditando que todo o entrevero que culminou na execução de um ser humano, não passou de histeria coletiva e destruição pela própria crença;
? que a possessão realmente ocorreu e encarar a narrativa como um relato do sobrenatural;
porém, indiscutível pensar que se sentirá horrorizado, de diferentes formas e aspectos, especialmente pela maldade humana.