Fabio Martins 01/09/2015
Desvendando os segredos da linguagem corporal
O ser humano, assim como o gato, é curioso por natureza. Diariamente, procuramos explicações para diversos acontecimentos, desde os mais banais aos mais complexos, assim como dos realmente importantes aos triviais. Outro aspecto muito importante em nossa espécie – e que muita gente considera o principal fato de nos diferenciarmos dos animais – é a capacidade de comunicação.
Ao longo dos séculos, a humanidade desenvolveu a fala com uma gama infindável de idiomas e escritas, desde a pictórica até aquela que aprendemos na escola. O resultado disso é o mundo em que vivemos, totalmente conectado e com uma infinidade de informações à disposição de todos.
O desenvolvimento da comunicação, portanto, ajudou o ser humano a sanar as suas curiosidades. E uma das maiores que eu tinha era como desvendar as expressões corporais das pessoas, tentando decifrar o que os gestos, olhares e posições dizem, mesmo quando não há uma comunicação verbal. Decidi, então, ler o livro Desvendando os segredos da linguagem corporal, de Allan e Barbara Pease.
Logo na introdução do livro, a indicação de que 93% da comunicação humana é feita através de expressões faciais e movimentos do corpo, me interessei ainda mais em dar sequência à leitura. A obra é dividida em diversas partes, que explicam, entre outras coisas, os significados dos movimentos corporais, os gestos com as mãos, pernas e braços, os sinais de paquera e os indicadores de interesse das pessoas.
Um dos exemplos mais conhecidos é o hábito involuntário de cobrir a boca ao contar uma mentira. Uma criança, por exemplo, ao mentir para os pais, tem a reação instantânea de cobrir a boca deliberadamente. Na adolescência, esse gesto passa a ser mais discreto, com um simples roçar de dedos no canto da boca. Na fase adulta, é comum um toque quase imperceptível, como coçar a ponta do nariz rapidamente. O que não muda é o ato inconsciente de tentar esconder a boca.
Há outras situações exploradas no livro, como quando alguém não tem interesse em manter um diálogo com outra pessoa e cruza os braços ou então quando expõe as palmas das mãos para demonstrar que o que diz é verdade.
A obra é bem interessante para tratar de algumas curiosidades. Entretanto, senti falta de algo mais completo ou profundo. A impressão que eu tenho é que os autores poderiam ter explorado mais situações cotidianas com análises de linguagem corporal. Apesar disso, indico a leitura como um passatempo interessante. Agora é bem difícil não reparar nos gestos das pessoas e pensar quais são seus significados.
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