Camila(Aetria) 27/10/2012
Vamos ao gampi!
Essa resenha também aparece em http://www.castelodecartas.com.br/index.php/2012/10/27/o-segredo-da-plataforma-13-ogs-33/ com mais extras!
A história tem aquele clima clichê de história infantil que passa por todos os pontos básicos da história. Você conhece quem vai ser o protagonista. Tem o desastre, todos acham que tudo vai dar errado. Todos quase, quase, desistem. Algo faz terem esperança novamente. Tem o clímax. E o fim. Um lindo final feliz.
Tanto que as histórias que já li da Eva Ibbotson tem o mesmo roteirinho básico(até enquanto relia esperava uma cena que na verdade era de outro livro…) e mesmo assim você quer ler até a última letra para ver tudo dar certo.
Todos os personagens são carismáticos e carregados de lições de moral. Ben, é o garoto de coração bom que faz todos gostarem dele, até bruxas que sabem feitiços para deixarem pessoas carecas e cospem sapos. Oti é a bruxinha que não consegue se enxergar na própria família(pobrezinha dela, uma das irmãs cospe sapos a rodo, outra tem 7 dedos em um pé, e outra tem todos os dentes azuis e ela… bem. Ela tem um dos últimos molares um pouco azulado.), mas é corajosa e corre pelos seus sonhos. A Ilha é a utopia em que todos querem morar só pela sinopse do lugar, onde a riqueza de espírito é melhor que a material, onde os reis do local vivem numa casa simples e quadrada, vestem roupas confortáveis e crianças são valorizadas e gostam da escola, e mesmo lá vivem harpias que aterrorizam pessoas com suas bolsas de mão horrorosas e pós compactos que cheiram só a Deus sabe o quê, mas que me pareceu bem horrível de imaginar. É uma utopia para todos os tipos de pessoas.
E tem o mundo Lá de Cima. O nosso. Ai ai… esses livros de ficção que me fizeram querer achar um portal por aí para chegar em outro lugar, ou esperar até os 12 anos para receber uma tal carta.
Nesse mundo lá de cima encontramos a injustiça, a crueldade, o material acima de tudo e garotos mimados que fazem o que querem, não que seja culpa deles… os pais criam os próprios monstros, lá fica até que bem claro. Dona Trottle é a típica pessoa que só com sua descrição já vem a imagem de uma mulher magrela, com cara de quem tem algo muito mal cheiroso embaixo do nariz e tem quilos de maquiagem, roupas caras e ouro cobrindo seu corpo para compensar algum vazio dentro dela. E Raimundo Trottle. Ah, o Raimundo. Aquele tipo de criança que seu olho brilha para dar uns sopapos. HAHA
O livro é clichê, você já sabe como termina, mas como é para crianças, tudo é válido na questão de roteiros. É delicioso de ler e flui super facilmente, aquela leitura leve para uma tarde atribulada. Simplesmente o vejo na estante e me vem uma sensação maravilhosa de fantasia e sutileza.
Ps.: E só agora, relendo pela enésima vez, percebi que essa estação Encruzilhada dos Reis é a King´s Cross de Harry Potter. Tudo em Londres mesmo, não?
Isso só significa que agora terei de procurar tanto a plataforma 3/4 quanto um vestiário masculino fechado embaixo da Plataforma 13… vai que acho algum deles.