Cast 28/04/2024
Perder faz parte do jogo
Confesso que tem sido difícil saber o que exatamente escrever aqui, visto que, tematicamente, pouco tem mostrado. É um jogo em detalhes, seguido do próximo, também em detalhes. Com alguns trechos de flashback e mostrando bem a relação entre os jogadores e as jogadas. Por um lado, isso ajuda a imergir na narrativa, concentrado no próximo lance, no próximo saque, na próxima estratégia. Por outro, resta pouco, ou quase nada, de tempo pra ver os personagens fora das linhas da quadra.
Esse é o terceiro volume dessa edição "big". Ou seja, estamos, teoricamente, no sexto volume tradicional. E muito pouco do mundo de Haikyuu foi mostrado além dos jogos e da dinâmica de personagem. Isso é novo pra mim, é meu segundo mangá de esporte e o outro único que li, Kuroko no Basket, não se detalhava tanto nas partidas e tinha (ao que me lembro) mais momento de descontração e interação entre os personagens fora desse aspecto "esportista". Mas sei lá.
Tipo tudo isso, ainda tá divertido demais. É um mangá de vôlei e eu fico genuinamente empolgado para virar a próxima página, ler o próximo capítulo, saber como o jogo vai terminar. O autor sabe muito bem criar tensão e empolgação, além de manter um certo clima de jogo mesmo em imagens estáticas em preto e branco. Por um lado eu fico meio assim deles irem avançando logo de cara na primeira tentativa nesse tipo de campeonato, mas, por outro lado eu tento ver aos olhos dos veteranos, que é sua última vez. Não sei pra onde o autor vai levar, mas sei que vai ser complicado lidar com uma eventual perca, em pouco mais de 40 capítulos já consegui me apegar bem aos personagens.
Por fim, quero dizer que o capítulo 40 é, de longe, o melhor pra mim até então. Exatamente porque é focado nos personagens e não apenas no jogo em si (mesmo que seja bom como ele foca no jogo). E nem são os protagonistas. É muito legal e genuinamente tocante ver essas coadjuvantes (quase figurantes) passando pelo processo que existe em TODO esporte: perder. Seja na figura da capitã do time feminino, ou nos times que perdem para o time Karasuno. Ah, falando em personagens femininas, algo que queria ter comentado na review passada. Sei que são poucas até agora, mas é impressionante como um mangá shonen, publicado na Jump, ainda não tem nenhum fan-service. Em Kuruko mesmo, acredito eu, já tem umas duas cenas de meninas ou mulheres desnudas até o volume 6. Isso é legal porque mostra que realmente é um bagulho muito desnecessário e não adiciona em nada nas obras que aparece, nem mesmo de valor cômico, afinal aqui tem uma ótima comédia. (comentário sujeito a revogação se nos volumes adiante aparecer algo nesse sentido...)