Virginia9 18/02/2024
Fim do primeiro arco
[Capítulos 26 - 34]
Com o quarto volume, o primeiro arco de Haikyuu chega no seu final. E que final, caros leitores!
"Humanos não têm asas, então eles procuram uma forma para voar"
Neste quarto volume somos introduzidos a uma nova equipa (e portanto, a todo um novo conjunto de personagens), a Nekoma. No entanto, Nekoma é diferente de Aoba Johsai, no sentido em que não temos o foco exclusivamente num único jogador (falo de Oikawa), mas antes na equipa inteira - uma vez que Karasuno e Nekoma possuem uma rivalidade antiga.
É muito interessante ver este primeiro embate entre os corvos e os gatos, pois as duas equipas possuem níveis de habilidade completamente díspares. Karasuno ainda se está a desenvolver, ao passo que Nekoma já se encontra mais entrosada com todos os seus membros titulares. Para além disso, é particularmente interessante a diferença de estilos entre as duas equipas. Furudate-sensei faz questão de que cada equipa tenha a sua própria particularidade, o seu próprio estilo de jogo e de mentalidade, permitindo assim uma clara diferenciação entre a equipa "protagonista" e as equipas "secundárias". Em última análise, essa diferenciação entre as equipas traz um senso de realismo que, por vezes, se perde em outras obras: todos os adversários são bem trabalhados, realçando os seus desejos e necessidades, fazendo com que nós leitores acabemos por apoiá-los também. Naturalmente, algumas equipas e certos jogadores acabam por ser mais desenvolvidos ao contrário de outros. Ainda assim, mesmo aqueles que não são tão desenvolvidos possuem uma personalidade marcante que os diferencia de outras personagens.
Quanto às nossas queridas personagens, creio que o destaque deste volume deve ir para Sugawara. Sugawara é o levantador titular de Karasuno, no entanto face à pura genialidade de Kageyama o seu lugar fica em risco. Numa situação destas, é fácil ter inveja e ficar ressentido porque o novato ficou com o lugar de alguém que já está ali há mais tempo. Todavia, Sugawara engole o seu orgulho e, perante a possibilidade de vitória com Kageyama como titular, ele cede o lugar. Claro, não o faz sem alguma tristeza ou ligeira frustração. No entanto, ele reconhece a realidade e aceita-a, utilizando este pequeno contratempo como motivação para trabalhar ainda mais.
É isso que eu mais gosto em Haikyuu. Em Haikyuu há este reconhecimento que haverá sempre alguém mais talentoso ou qualificado que nós. Contudo, isso não deve ser desculpa para simplesmente desistir. Pelo contrário, devemos aproveitar para analisar onde estão os nossos ponto fracos e melhorá-los. É uma verdadeira inspiração e um encorajamento para fazer mais e melhor.
Com o final do primeiro arco, segue-se agora o Torneio Intercolegial, onde os nossos corvos irão ter os seus primeiros jogos oficiais.