O Horror Sobrenatural em Literatura

O Horror Sobrenatural em Literatura H. P. Lovecraft




Resenhas - O Horror Sobrenatural em Literatura


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hanny.saraiva 07/12/2017

Essencial para quem estuda horror ou para quem tem uma apreciação gigantesca pelo gênero.
Além de mapear a trajetória do gênero, Lovecraft nos dá dicas de como estruturá-lo. Essencial para quem quer escrever literatura de terror também. Uma exploração esquematizada sobre o medo.
Julinhafox 15/04/2022minha estante
Muito boa sua resenha, exatamente o que eu queria saber sobre o livro - e as outras resenhas que li acabavam confusas, enrolando muito. Obrigada!




Nika 24/07/2011

A Erudição de Lovecraft
Sempre que começo a ler um autor que eu ainda não tinha lido, fico com aquela horrível impressão de ter chegado no fim da festa. Já rolaram os maiores babados, mas eu não tenho tempo de me inteirar de tudo. Então, como o jornalista que só conseguiu uma testemunha que soube por ouvir dizer, eu tento escrever. Vida dura esta... mas, a verdade, é que não me conformaria em não indicar um dos mais interessantes livros que li nos últimos tempos. Trata-se do longo ensaio histórico-literário feito por H.P. Lovecraft (que entremeei com a leitura de alguns contos deles que resenharei depois), intitulado O Horror Sobrenatural em Literatura.
Com um panorama traçado desde meados da época moderna, Lovecraft convida a uma deliciosa viagem pela literatura anglo-saxônica de horror sobrenatural. Mas não é apenas o trabalho de um escritor apaixonado pelo próprio gênero de trabalho. Lovecraft deixa claros os critérios com que leu cada época e cada um dos autores. Reconhece os pontos fortes e os fracos e a contribuição de cada um para o gênero. Acima de tudo, o escritor concebe uma encantadora definição para a literatura de horror sobrenatural e seu lugar no gosto dos leitores, embora, ele reconheça, ela nunca chegará a todo o público leitor pelo gosto e sempre encontrará muita dificuldade em ser reconhecida pela "grande literatura".
Neste último ponto, há uma avaliação lúcida e coerente. É muito difícil fazer uma literatura de gênero, capaz de açambarcar o gosto popular e, ainda assim, construir uma prosa imortal. Mas não é impossível, há bons exemplos e Lovecraft os analisa todos. Contudo, fica claro que, neste caso, a celebridade dos autores de gênero se dá menos pelas experimentações estilísticas que pela capacidade de criar fábulas a temporais, capazes de acessar as partes escuras da alma humana e fazê-las temer. Os autores capazes desse feito, são aqueles cujos escritos atravessam nossa sociedade aficionada ao realismo sem jamais caírem no ridículo. São os que, nas palavras de Lovecraft, exploram, acima de todos os medos, o medo do desconhecido.
Ora, com o que povoamos a escuridão se não com nossas perversidades e horrores? O medo do desconhecido é o medo da loucura, da própria mente humana em desalinho. É ali que o pavor mais insuportável reside. Os personagens de Lovecraft podem salvar a vida, mas poucos mantém a sanidade. Os que mantém, após os episódios narrados, nunca mais serão os mesmos, carregam para sempre a marca do horror. Uma marca que sequer conseguem compartilhar, pois nela reside o indizível.
Terminei a leitura como uma sensação de inveja de uma escola de escritores como a professada por Lovecraft. Não estou falando dos escritores de literatura fantástica ou de horror, mas dessa ideia tão clara demonstrada por ele: a de que para mergulhar na literatura não basta apenas ler e conhecer os pares, mas que a presença de uma saudável erudição pode ser extremamente benéfica. Fiquei encantada e diminuída com o tamanho deste autor. Ávida por mais e mais dele. Mas, perdoem os fãs mais antigos, pois li apenas este livro e alguns contos e estas são as minha impressões no fim da festa. Devia ter chegado antes...

Também publicada no meu blog - Sapatinhos Vermelhos
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