girino 14/01/2009
E mando chamar a mãe d'agua pra me contar as histórias...
Quando eu era moleque (e era moleque mesmo, desses de rua, pé descalço, sem camisa, remelento e tudo mais), eu sonhava com as aventuras que vinham no manual do escoteiro mirim. Tinha a coleção completa, o super manual, o do peninha, tio patinhas, professor pardal e tudo mais...
Mais tarde veio ainda aquela coleção em fascículos, que se comprava na banca. Compramos todos com o dinheirinho que juntávamos, eu e meu irmão.
E aí eu cresci, e o manual desapareceu... Eu ainda tenho, mas o que meus sobrinhos vão querer saber da copa de 1970? A geração deles era órfã de manual de sobrevivência, com brincadeiras, curiosidades e tudo mais. Então li num dos livros do Conn Igulden, não lembro mais qual, que ele estava com esse projeto. A pulga ficou atrás da orelha, como será esse livro? Não resisti, quando fui na livraria, comprei e levei pra casa!
Fantástico, era o manual do escoteiro mirim, sem os escoteiros mirins, que pras crianças hoje, regadas a mangás e desenhos do cartoon network nem sabem quem são. Tinha tudo (ou quase tudo) que eles precisavam saber de cultura totalmente inútil e divertida :)
Tem seus defeitos, claro, como o manual da minha infância também tinha: Algumas brincadeiras são "européias" demais, e impraticáveis em nossos solos tropicais. Seja por clima, seja por diferenças culturais e de perfil de consumo (fiquei o tempo todo imaginando onde eu arranjaria os materiais da casa na árvore que eles construíram). Mas são detalhes pequenos, suplantáveis por uma imaginação fértil de sonhos infantis.
É o livro que eu sonhava para meus filhos, um dia, mas que eu comprei pra mim mesmo, porque na verdade, eu nunca quis crescer...