Rolando.S.Medeiros 16/08/2022
Geraldo Sem Sobrenome - Tradução e Trecho
Se você pesquisar por "Geraldo No Last Name" no Google, você encontrará diversas aulas sobre esta pequena história. É retirado deste livro aqui, e utilizado frequentante nas aulas de inglês do Ensino Médio dos Estados Unidos, dado toda a sua temática. É curtinho, resolvi traduzi-lo só por exercício, mas que pode também ter alguma utilidade, portanto, segue:
Geraldo Sem Sobrenome — Sandra Cisneros
Ela o conheceu em um clube de dança. Jovem, e bonito. Disse que trabalhava em um restaurante, mas ela não se lembrava qual. Geraldo.
Era tudo. Bermudas verdes e camiseta de fim-de-semana. Era tudo que ela sabia.
Não havia como saber que ela seria a última pessoa a vê-lo vivo. Um acidente, sabe.
Atropelamento seguido de fuga. Marin, ela frequenta todos os clubes. Uptown. Logan. Embassy. Palmer. Aragon. Fontana. Ela adora dançar. Sabe como fazer cumbias, salsas e até mesmo rancheras. E ele era só alguém com quem ela dançou. Mais uma pessoa com quem cruzou aquela noite.
É isso.
Essa é a história. Foi o que ela repetiu de novo e de novo. Uma vez para os médicos e duas para os policiais. Não tinha endereço. Não tinha nome. Nada nos bolsos. Era uma pena.
Marin não sabia dizer por que razão aquilo importava, as horas e horas, por alguém que ela não conhecia. A sala de emergência do hospital. Ninguém a não ser um estagiário trabalhando completamente sozinho. E talvez se o cirurgião tivesse aparecido, se ele não tivesse perdido tanto sangue, se o cirurgião tivesse vindo mais cedo, saberiam quem notificar e onde.
Mas que diferença fazia? Ele não significava para ela. Não era seu namorado ou nada parecido. Só outro bracero que não falava inglês. Só outro indigente. Você conhece o tipo. Aqueles que sempre aparentam estarem envergonhados. E Marin, que foi mandada para casa com seu casaco e algumas aspirinas. O que ela achava disso tudo?
Ela o encontrou no clube de dança. Geraldo de camisa colorida e bermudas verdes. Geraldo que ia ao clube dançar.
Por quê importava?
Eles nunca viram as quitinetes. Não sabiam sobre os quartos de cômodo único que ele alugava para dormir, do dinheiro semanal que mandava para casa, do câmbio em moeda estrangeira. Como poderiam saber?
Seu nome era Geraldo. E sua casa ficava em outro país. Aqueles que ele deixou para trás estão longe, vão questionar, encolher os ombros, lembrar. Geraldo — ele foi para lá… E dele nunca mais ouvimos falar.
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