Thiago Duarte 22/10/2022
Quatro pernas, bom, duas pernas, ruim.
Livro que conta a história de uma rebelião causada pelos animais de uma fazenda contra seus donos, pois, para os bichinhos, a vida deles não passa de uma exploração para satisfazer as necessidades dos homens. É nesse sentido que os animais unem forças para expulsar o fazendeiro Jones de sua fazenda a fim de que eles consigam tomar o controle e viver harmoniozamente.
Encabeçada pelos porcos, mais especificamente Bola de Neve e Napoleão, os quais são considerados os mais inteligentes, a rebelião tem êxito e o objetivo maior- expulsar o homem da fazenda- é conquistado. É então que se estabelece uma ideologia chamada de Animalismo a qual é regida por sete mandamentos que fariam dessa nova sociedade justa, igualitária e adversa a qualquer costume que fosse provindo ou que os fizessem ser comparados ao ser humano.
Entretanto, por mais que em certo momento aquela sociedade perfeita imposta pelos porcos de fato acontece por um curtíssimo período, ela, na verdade, acaba sendo em um todo utópica, uma vez que os porcos que vão tomar a frente de comandá-la, por eles serem os mais inteligentes e conseguirem ser bons de lábia e mais do que isso: manipuladores. Por sua vez, aquela sociedade deixa de ser harmônica, democrática e passa a ser uma ditadura, pior ainda de quando os animais tinham os humanos como seus donos.
Nessa fábula deliciosa, divertida e muito cheia de controvérsias, faz total sentido o que Maquiavel já dizia: "Dê poder a um homem, e verás quem ele é." Nesse caso, o arquétipo desse homem na narrativa é atribuído aos porcos os quais através do seu poder de persuasão conseguem convencer que suas ideias são as melhores para todos os animais, mesmo elas sendo totalmente antiéticas.