Juper14 27/03/2024
A grande lição
O hobbit é uma incrível aventura escrita por um dos maiores nomes da fantasia, J. R. R. Tolkien, publicado em 1937, num contexto de guerras e aflições, Tolkien escreve uma história sobre Bilbo Bolseiro, um ser pacífico, amante do sossego, da comida e de um bom chá. No entanto, sua quietude parece dar uma pausa quando uma visita ilustre o convida para uma grande aventura, a saber o nobre mago, Sr. Gandalf. A partir desse ponto, essa história se desenrola num universo fantástico, com personagens autênticos, alguns um tanto admiráveis, outros tenebrosos, mas em suma tudo é muito perfeitamente construído e elaborado, suficiente para cativar qualquer leitor. Sobre essa narrativa marcante quero, na verdade, listar três grandes lições, das quais pretendo guardar para a vida.
Além da toca
Bilbo, apesar de amar sua vida pacata e monótona, fazia parte de uma linhagem chamada ?Tûk?, o que dava a ele o anseio por aventuras, por desbravar e realizar grandes feitos, contudo, o fato de Bilbo nunca ter participado antes de uma aventura de verdade fez com que esse seu ?lado? não fosse desenvolvido. Quando ouve o convite, o lado Bolseiro pensa no abandono de sua toca e de imediato a recusa, mas depois o Sr. Bolseiro pensa a respeito, é nesse momento que seu lado Tûk entra em ação, havia em seu coração o desejo de ir além da toca, de algo mais. Esse anseio que havia no coração de Bilbo remete-nos a contemplar nosso coração, o anseio que também temos, esta insatisfação com a materialidade presente que nos fazer almejar por algo mais ou além, Lewis o descreveu bem quando disse, ?Se encontro em mim um desejo que nenhuma experiência neste mundo pode satisfazer, a explicação provável é que fui feito para outro mundo?. De um modo semelhante, o anseio de Bilbo foi realizado ao atender o convite do mago, nosso coração também se plenifica ao entregar-se aquele bondoso convite do ?Vinde a mim".
A bravura da jornada
No livro o capítulo de N° 6 é intitulado como: da frigideira para o fogo. O interessante é que esse título pode representar o ritmo da jornada inteira, uma vez que a cada obstáculo vencido um maior se põe à vista. Este cenário compõe um retrato de muita bravura em Hobbit, todo trajeto põe o tranquilo Bilbo em situações de extremo risco, eles enfrentam Trols, Gobelins e outras criaturas. A cada desafio, Bilbo se posiciona de modo corajoso, algumas vezes por livre espontânea pressão, outras por pura bravura. Dentre um dos momentos que é notório ver o crescimento de Bilbo, principalmente no quesito de sua coragem é de quando os anões precisam encarar o poderoso Smaug e depositam esse planejamento estratégico sobre o Bilbo, pois já o viam como seu líder, aquele simples gatuno que nos momentos precisos tinha uma atitude certa para a situação. Este quadro nos ensina que, às vezes, a transformação de que precisamos está nas decisões e situações que tanto recusamos enfrentar. A experiência de Bilbo naquela jornada fez com que ele encarasse seus medos, fez nascer no pequeno Hobbit, nobre bravura.
O convite ao conhecimento
A princípio é possível observar que havia um olhar de Bilbo para si mediante o convite de Gandalf que parecia não corresponder com a natureza daquela missão. Contudo, este não era apenas o olhar de Bilbo, mas, dos anões também, num dos primeiros momentos os anões refutaram a escolha do Sr. Bolseiro para a missão e Gandalf os adverte que, na verdade, ele conhece o Sr. Bolseiro e o convidou porque ele era especificamente a pessoa certa para aquela aventura, apesar de nem o próprio Bilbo acreditar muito nisso, aos poucos aquilo que eles vivem e passam juntos traz para Bilbo não apenas uma visão de toda Terra Média, como também de si. Ele descobre que Gandalf estava certo, não sobre sua relação com a missão, mas sobre quem ele era, um gatuno tão nobre que surpreendeu a todos com sua transformação. Neste aspecto, eu logo, não relaciono essa lição aos trabalhos específicos da vida e a descoberta de quem somos através do que fazemos, até porque não é assim que acredito que realmente funciona, em minha cosmovisão assim como Gandalf ajudou Bilbo a se conhecer de verdade, acredito que existe alguém que, na verdade, nos conheça melhor que nós mesmos a ponto de poder nos conduzir a conhecer, de fato quem somos, não a partir de nós, mas, a partir dele mesmo, novamente Cristo, é a resposta para este conhecimento.
Conclusão
Ler Tolkien e apartá-lo do Cristianismo é quase impossível, a julgar que seu objetivo não era um evangelismo através da fantasia, mas demonstrar uma sombra surreal das catástrofes e triunfos que ocorrem na realidade, e o mesmo construí essas narrativas a partir do maior heroísmo e altruísmo que a humanidade já pode conhecer, a obra de Cristo.