babibabibabi 18/04/2023
Um gatuno cheio de fome
?O Hobbit? está, sem sombra de dúvida, na prateleira de muitos que adoram viajar na fantasia e no encanto dos livros infantis. Apesar de receber essa classificação, aqueles que o leem com uma certa maturidade conseguem mergulhar ainda mais fundo na história que, no fim das contas, foi escrita por um adulto (J. R. R. Tolkien) em meados de sua quarta década. Deve ser isso o que mais me encanta no livro, a sutileza com que se aborda assuntos que são tocantes em todas as idades a ponto de torná-lo uma narrativa repleta de significados e, ao mesmo tempo, ao alcance de mentes inocentes.
A progressão do personagem Bilbo é tão naturalmente desenvolvida que é impossível não se apaixonar por um ser tão sincero e sarcástico como também tão convencido de sua simplicidade, apesar de agir heroicamente do início ao fim. Além disso, a riqueza desse universo e de uma jornada tão longa não falha em prender-lhe a atenção e, gradativamente, aumentar seu envolvimento na história, querendo saber cada vez mais até onde chegam os grandes pés (apesar de uma estatura pequena), a grande fome, o grande humor e a notável esperteza de um hobbit. Com a leitura, me lembrei que as aparências enganam e um grande amigo, que acredite em nosso potencial, pode ser o que nos falta para termos um pouco mais de coragem (que, por sinal, nunca dependera de um anel). Ao fim do livro, não pude deixar de me sentir como se também fizesse parte da despedida e lamentar por não viver naquele mundo (na Colina, especificamente). Quando Bilbo acaba sua missão e volta para seu buraco não consegui conter o riso pela situação em que ele se encontrava, me lembrando que, não importe o mundo, os vizinhos sempre serão enxeridos e que pessoas que vivem a vida fora das curvas sempre hão de incomodar. Assim, apesar de ser suspeita a falar, recomendaria esse livro até para um velho rabugento, que com toda certeza se identificaria com Thorin, Escudo de Carvalho.
Adeus, Gandalf, Thorin, Fili, Kili, Balin, Dwalin, Dori, Nori, Ori, Oin, Gloin, Bifur, Bofur, Bombur e meu querido Bilbo Bolseiro! Que suas barbas nunca se tornem ralas!