Suruassossaurus 16/07/2024
"Em uma toca no chão vivia um Hobbit"
Bilbo Bolseiro é um hobbit que vive uma vida confortável em sua toca mobiliado conhecida como Bolsão. Como todo hobbit ele é apreciador da boa comida, de fumo, e, principalmente, de uma vida tranquila e sossegada. Eis que, por insistência do misteiroso mago Galdalf, o Cinzento, acaba se unindo a uma companhia de treze anãos guiados por seu líder Thorin Escudo de Carvalho. Sua missão? Percorrer a longa distância até a Montanha Solitária, onde o dragão Smaug se apossou de toda a riqueza de seu povo décadas atrás.
Uma leitura leve, cheia de momentos divertidos e alguns bem inusitados, a história é uma delícia de ler e não me surprende que prenda a atenção de pessoas de diferentes faixas etárias. Acho muito interessante como, em pouco mais de 300 páginas, tenhamos visto tanta coisa que não surpreende quando, ao final, vemos que a aventura toda durou mais de um ano. O grupo passa por tantas situações diferentes e que são resolvidas de maneira criativa que simplesmente não há parte chata.
Bilbo é, de longe, o personagem mais desenvolvido. Sempre que "seu lado Tûk" ganha força ele encontra coragem e faz coisas que o próprio hobbit nunca achou ser capaz. De fato, os anãos só conseguem avançar pelos perigos graças, quase sempre, ao suporte dado pelo Hobbit.
Gandalf é um personagem que inspira carinho, o tipo de pessoa que faz amizades por onde vai, ainda que seja um tanto esquivo quanto aos seus objetivos e pensamentos. Os anãos são os mais numerosos e, infelizmente, os menos desenvolvidos. Tirando Thorin, por seu porte nobre, Kili e Fili, por serem os mais jovens, e Bombur, por ser o mais gordo, os anãos não tem nem muita diferenciação entre si, limitados a serem identificados pela cor dos mantos que usavam no começo do livro (neste ponto a caracterização e vida que os filmes deram a eles está de parabéns).
Ainda há diversos outros personagens e criaturas que surgem no caminho e que muitas aparecerão na trilogia do Senhor dos Aneis.
Creio que não preciso falar sobre as adaptações para cinema, desenhos, jogos (digitais, boardgames, cardgames, RPGs, ...), enfim, tudo o que foi inspirado por esta obra. Tolkien, ao escrever um livro infantil para seus filhos, acabou criando um marco da fantasia que continua a ser importante até os dias de hoje (o livro foi publicado em 1937, então estamos próximos do seu centenário!).
É o tipo de livro que você lê sem ver o tempo passar. Também é excelente se acompanhado por café e bolo de fubá (as descrições de comida me deram fome muitas vezes enquanto lia). Se um dia me tornar pai com certeza será um dos livros com os quais tentarei cultivar em meu filho/filha o prazer da leitura.