rayanw 16/06/2024
"Life, although it may only be an accumulation of anguish, is dear to me, and i will defend it."
Todo mundo conhece o Frankenstein, mas não exatamente todo mundo realmente sabe a história, eu era uma dessas pessoas.
É inacreditável que Mary Shelley tenha criado tudo isso depois de um simples jogo entre amigos. A paixão que ela dedica à escrita no prólogo, para mim tão exagerada à primeira vista, se concretiza em cada linha do livro e torna-se cada vez mais real. Ela não seria mais nada se não uma escritora.
Frankenstein causa arrepios na espinha, quase como um "O iluminado" teórico. A ameaça somos nós mesmos, nesse caso e, embora tenha julgado Dr. Frankenstein, não tenho certeza se realmente é possível encarar nossos erros grotescos de frente imediatamente, muito menos depois. Assim sendo, nos perseguem de maneira homicida, monstruosa, impiedosa, até nos tirar tudo o que amamos. Um único erro.
Mas, sinceramente, o que é o monstro dos nossos erros senão nosso próprio reflexo, causa dos tremores da espinha de qualquer um. Não é difícil encarar os erros, é difícil encarar o próprio reflexo, que sempre será tão grotesco quanto qualquer monstro.
Mais do que toda a filosofia da história em si, é necessário um único parágrafo para mencionar honrosamente a escrita impecável de Mary que, apesar de causar o medo mais puro existente, comanda a atenção do leitor como bem entender, quase segurando sua cabeça enfiada no livro nos momentos mais aterrorizantes, é impossível parar de ler, os olhos sempre arregalados em tensão.
Todo monstro foi um homem um dia, mas Mary provou que todo homem é, na verdade, um monstro em sua natureza. De um jeito, ou de outro.