Livro de Pré-Coisas

Livro de Pré-Coisas Manoel de Barros




Resenhas - Livro de Pré-Coisas


3 encontrados | exibindo 1 a 3


Manuella ð± 10/02/2023

"Manchas. Nódoas de imagens. Festejos de linguagem."
" Quando meus olhos estão sujos da civilização, cresce por dentro deles um desejo de árvores e aves."

Utilizando da sua prosa-poetica usual, Manoel de Barros nos entrega uma obra literaria ambientada no pantanal mas que segundo as próprias palavras do autor não é necessariamente sobre esse espaço. Neste livro, ele nos conduz por uma viagem poética ? utilizando a natureza do pantanal como matéria da sua poesia ? explorando e celebrando as relações entre os seres que habitam aquele espaço. Assim, sempre ressaltando a harmonia entre esses seres sem distingui-los por importância.
Seu Manoel possui um jeito único de escrita muito marcado pela linguagem regional, o que contribui na construção da singularidade do livro. A obra possui também diversos registros pessoais do autor obtidos durante a sua estadia no local.
comentários(0)comente



Geane.Gouvea 20/07/2022

Essa obra apareceu na novela "Pantanal (2022), então fui pesquisar sobre, e sim, tem tudo haver com a temática da novela, em que esse escritor é bem do lugar pantaneiro.

A natureza é a matéria-prima deste "Livro de pré-coisas", que celebra a conexão entre os seres e o ambiente sem distingui-los por importância, capacidade ou tamanho. A edição traz prefácio de Maria Valéria Rezende e imagens do acervo pessoal do poeta, algo bem bacana para os curiosos de plantão.

? "Este não é um livro sobre o Pantanal. Seria antes uma anunciação. Enunciados como que constativos. Manchas. Nódoas de imagens. Festejos de linguagem. Aqui o organismo do poeta adoece a Natureza. De repente um homem derruba folhas. Sapo nu tem voz de arauto. Algumas ruínas enfrutam. Passam louros crepúsculos por dentro dos caramujos. E há pregos primaveris? (Atribuir-se natureza vegetal aos pregos para que eles brotem nas primaveras? Isso é fazer natureza. Transfazer.)
Essas pré-coisas de poesia.."

Não sei vocês, mas.. particularmente, gosto quando leio e imagino cenários.
E por aqui, é possível!

? "Faz muito calor durante o dia. Sobre a tarde cigarras destarraxam. De noite ninguém consegue parar. Chuva que anda por vir está se arrumando no bojo das nuvens. Passarinho já compreendeu, está quieto no galho. Os bichos de luz assanharam. Mariposas cobrem as lâmpadas. Entram na roupa. Batem tontas nos móveis. Suor escorre no rosto. Todos sentem um pouco na pele os prelúdios da chuva. Um homem foi recolher a carne estendida no tempo ? e na volta falou: ? Do lado da Bolívia tem um barrado preto. Hoje ele chove!"

?? Curiosidades sobre o escritor:

?Lê os clássicos das literaturas portuguesa e francesa, e descobre sua paixão e vocação para a poesia nos Sermões do padre Antônio Vieira.

?Influenciado por Camões, escreve cerca de 150 sonetos. Entra em contato com a obra de autores modernistas como Raul Bopp, Mário de Andrade, Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira.

?Publica seu primeiro livro de poesia, Poemas concebidos sem pecado, em edição artesanal, com o apoio de Henrique Vale, no Rio de Janeiro.

Já leu?
comentários(0)comente



><'',º> 21/05/2019

Livro de pré-coisas, é uma prosa-poética de Manoel de Barros em que ele conduz o leitor pelas entrâncias do Pantanal. Nos três capítulos do livro o poeta apresenta seus rios, personagens e cenários, falando sobretudo de seus bichos e coisas.

Ele adverte na abertura do livro que o trabalho não é sobre o Pantanal. A natureza não funciona nem como cenário, nem como arsenal retórico. Ela é, isto sim, a matéria-prima da poesia. O poeta conduz o livro como se fosse um roteiro em que o narrador apresenta sua terra e viaja por ela. Sua dicção é particular, a partir do uso da linguagem regional trabalhada, com ecos da ficção de Guimarães Rosa. Aqui está presente a característica principal da poesia do escritor: a utilização de lirismo e delicadeza para falar das coisas e bichos "menos importantes" da natureza. O homem mais importante dessa terra é Bernardo, o primeiro habitante da cidade pantaneira, um andarilho que atravessa a obra de Manoel de Barros. Seus textos geralmente combinam, unem o ser e a coisa: a lagartixa e a parede, o homem e a água, a boca e a terra, a criança e a árvore, a rã e a pedra.

Fonte:

site: passeiweb.com/estudos/livros/livro_de_pre_coisas
comentários(0)comente



3 encontrados | exibindo 1 a 3


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR