O Último Dia de um Condenado

O Último Dia de um Condenado Victor Hugo




Resenhas - O Último Dia de um Condenado


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Aline Teodosio @leituras.da.aline 11/08/2020

Um homem, que não sabemos nem o nome e nem o crime que cometeu, é condenado à pena de morte. A narrativa, portanto, transcorre sobre o tempo que ainda lhe resta e o sofrimento do personagem ante a iminência da morte.

A obra, apesar de curta, é de uma densidade imensa. Em nenhum momento se fala do quê o personagem fez para se encontrar em tão triste situação, a intenção não é que o leitor julgue se ele merece ou não, mas sim refletir sobre as condenações vigentes na época. Será que caberia mesmo ao Estado o poder de tirar a vida de um ser humano?

O personagem atormentado rabisca uma espécie de diário, de forma apressada, referente ao tempo que lhe resta antes do fim. Acompanhamos toda a sua angústia, sua ansiedade desvairada, sua perturbação mental, suas lembranças mais remotas (doces, mas que se misturam com o amargor do momento). É um livro que suscita aprofundados diálogos psicológicos.

Confesso que por muito tempo fui partidária da pena de morte, mas ultimamente não tenho mais tanta certeza. Será mesmo que todos os culpados seriam "contemplados" ou esse tipo de sentença só atingiria aqueles menos favorecidos? A justiça seria a mesma para todos ou as classes mais abastadas de alguma forma se safariam? Aqui os diálogos acalorados caem no campo do Direito.

Sou leiga tanto na Psicologia quanto no Direito, mas sou sensível às dores da alma. Saber o dia e a hora que se vai morrer pode ser mais obscuro que a própria morte.
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brenda meneses 27/07/2020

Saindo da bolha.
“Até a sentença de morte, eu me sentia respirar, palpitar, viver no mesmo meio que os outros homens; agora, distinguia claramente como uma barreira a me separar do mundo. Nada mais me aparecia sob o mesmo aspecto antes”.

O último dia de um condenado, publicado em 1829, vai tratar sobre o que o próprio título diz. Este é um livro curtinho e vai tratar sobre a pena de morte. Sendo um livro do século XIX, é sabido que nessa época as execuções eram feitas com a guilhotina em praça pública. Ou seja, eram considerados como eventos festivos.

Vamos acompanhar a história desse condenado, não só em seu último dia - mesmo ele compondo o grosso da narrativa. Esse condenado não tem nome, não sabemos o seu crime e nem se ele é realmente culpado ou não. Mas, por ele estar no corredor da morte, temos essa noção de que o crime que ele cometeu foi pesado. Em um dado momento, ele conta que derramou sangue, e ainda assim não conhecemos quem morreu, por que e nem quando. Ficamos sabendo disso através de seu diário, no qual ele vomita todos os pensamentos que tem ao longo desses dias no corredor da morte.

A intenção do autor é clara: ao nos jogar um protagonista sem nome, sem falar sobre o crime, ele quer discutir apenas a questão da pena de morte, independente de quem quer que a tenha recebido. É uma discussão moral e ética. O livro não traz uma solução para o problema. Você primeiro irá discutir consigo mesmo, depois com outras pessoas e aí formar alguma opinião. Isso vai depender única e exclusivamente da sua bagagem de mundo.

E fica a questão: a pena de morte é válida e efetiva? Há tantos anos que existe essa maneira de punir crimes, e mesmo assim a brutalidade continua ocorrendo? Tem eficácia? É certo tirar a vida de outra pessoa, sentenciá-la a morte, mesmo ela tendo “merecido” pelo o que cometeu? Quem decide o certo ou errado? Essas são poucas das muitas perguntas que você irá fazer ao longo da narrativa. Indico demais pra sair da sua bolha e zona de conforto.
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Val Alves 27/07/2020

O que importa à sociedade saber as desgraças que ela cria?
O último dia de um condenado, Victor Hugo

A guilhotina foi usada pela última vez na França em 1977. Antes disso esse meio de condenação era muito comum e considerado, inclusive, uma forma mais "humana" que outras de aplicar a pena de morte (o fuzilamento, por exemplo).
Em "O último dia de um condenado" acompanhamos a infeliz estória de um condenado por assassinato à pena de morte pela guilhotina. Uma terrível jornada!
Victor Hugo, como bom humanista, repudiava a pena de morte. E esse livro se propõe justamente a criticar e pedir o fim dessa prática.

O livro foi julgado como inadequado por muitos, que o consideraram 'perturbador' demais. E isso é interessante, sobretudo, pelo recurso de metalinguagem utilizado: a segunda parte é exatamente uma peça na qual os personagens representam o próprio público recebendo o livro de forma muito crítica e hostil:

"Ah! No antigo regimen, se alguém se permitiria publicar um romance contra a tortura!... - Mas depois da tomada da Bastilha pode-se escrever tudo. Os livros fazem um mal terrível. "

Saudosistas de um tempo onde haviam "belas festas e lindos versos" eles lamentam a decadência das artes e da literatura:

" E a queda das artes segue a decadência dos costumes".

Daí fica bem claro que, não importa que tipo de atrocidade ocorra com condescendência social, se o indivíduo não precisa confronta-la, vê-la como quem se enxerga na própria vítima assim assumindo sua humanidade, então é como se o ato não nos dissesse respeito. Portanto, não nos incomoda.

"Obriga-nos (o livro) a olhar para as prisões, para Bicêtre. É muito desagradável. Bem se sabe, que são umas cloacas. Mas o que importa isso à sociedade?"

Um ótimo livro!
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Rael 25/07/2020

Uma reflexão sobre a pena de morte
Este livro nós traz muit as reflexões a respeito da perna de morte. Fiquei pensando em como é penosa a situação de um condenado a morte como o personagem desta obra, que se vê contando os dias e as horas restante de sua vida. Em como a morte de uma pessoa pode influenciar diretamente o destino dos entes queridos que ficaram órfãos de um pai, de um filho ou de um marido. Mas também me faz refletir em como devemos ser responsáveis por nossas ações. Por um lado a pena de morte pode ser algo cruel e penosa, mas por outro ela é uma condenação merecida e necessária para um indivíduo que matou e estuprou e também influenciou diretamente a vida de pessoas que tinha como referência a vítima do crime pelo condenado. Um livro ótimo para debater sobre o tema.
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Marcelo.Alencar 16/07/2020

A angústia do corredor da morte
VH nos remete ao sentimento de quem está no corredor da morte. Normalmente as obras nesse tipo de assunto abordam
o lado acusatório! Agora a visão é do condenado!
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Marcelo Marques 14/07/2020

Quase uma experiência de Realidade Virtual no Séc. XIX.
Apesar do grande anacronismo do titulo desta resenha, não se pode negar a imergência que temos ao ler esta brilhante novela, a qual se assemelha às mais modernas experiências de imersão que a tecnologia pode fornecer. É claro que isso só é possível se comprarmos a ideia que o autor deseja passar, ou seja, se acreditarmos que o que estamos lendo são realmente registros de um homem condenado à morte. Partindo desta premissa, poderemos desfrutar o nascimento de um grande sentimento de empatia genuína, o que não é nem um pouco difícil, visto que a escrita de Victor Hugo nos leva naturalmente para este caminho.

O condenado, que possui o nome mantido em mistério tal como o crime que cometeu, nos revela seus últimos momentos de vida, nos faz de confessionário para suas maiores angústias e pensamentos. Somos apresentados a sentimos paradoxais, ora gritando pela beleza e grandeza da vida, ora pelo desprezo e insignificância da mesma. O personagem também é dono de um senso de humor ácido e crítico, permitindo alguns momentos cômicos no meio desta tragédia anunciada.

Por fim, a experiência é tão profunda que perdemos a distinção de quais são os sentimentos do protagonista e quais são os nossos, visto que percebemos o quanto seriam semelhantes se estivéssemos passando pelo mesmo infortúnio. O mais curioso ainda é o fato de notar que no meio da leitura nasce um sentimento de esperança no peito, mais uma vez, algo que compartilhamos com o condenado. Esperança que alguma coisa mude até o final de suas anotações, que algum milagre seja realizado, que uma intervenção divina impeça seu encontro com o carrasco. No entanto, a esperança morre e nos deparemos com um profundo silêncio, não um silêncio eterno como o destino do condenado, mas mesmo assim um silêncio mortal.
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Vellasco 13/07/2020

Victor Hugo faz uma excelente crítica a pena de morte, nos colocando dentro da cabeça de um condenado.
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Ebenézer 03/07/2020

A vida não está fácil? Sim, não está, mas já esteve pior.
O livro ?O último dia de um condenado?, de Victor Hugo, é de 1829, e aborda, portanto, uma realidade comum vigente bastante diversa da que vivemos em nosso mundo contemporâneo, afinal o processo civilizatório avançou muito nos últimos duzentos anos.
A narrativa é triste como o próprio título da obra pode sugerir. Envolve uma legislação severa, desumana e impiedosa, mesmo assim, paradoxalmente se constitui na época um ?avanço? civilizatório...
Em que medida o Estado é justo em suas leis? Qual a linha que separa a punição da vingança? O que, de fato, move os instintos mais primitivos da humanidade?
A narrativa abarca a questão da punição dos delitos humanos; envolve os sentimentos apaixonados das multidões que apreciam espetáculos públicos escabrosos; implica o esfacelamento da natureza humana em suas misérias.
A leitura é simples, o que não significa fácil, de capítulos curtíssimos que favorecem e induzem o leitor em cada intervalo a reflexões sobre a vida e os processos ?legais?, e a participação banal dos operadores da lei vigente que evolui até a consumação do ato capital. Sem deixar de questionar a participação hipócrita do segmento religioso como coadjuvante dos códigos estatais.
Não há como ficar indiferente ao texto de Victor Hugo.
O apêndice à edição de 1832 contextualiza de modo magnifico ?O último dia de um condenado? e não pode deixar de ser lido atentamente, sob pena de se perder uma parte vital dessa obra.
?A civilização nada mais é do que uma série de transformações sucessivas?.
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Bia 12/06/2020

Que livro sensacional!!! Impressionante (e talvez um pouco triste...) como um livro de 1829 pode ser ainda tão atual. Por meio da história do condenado, Victor Hugo defende sua visão contra a pena de morte. Os argumentos são apresentados de forma indireta (a partir da vivência e das falas dos personagens) e, mesmo assim, extremamente potentes e convincentes. Foi meu primeiro livro de Victor Hugo e com certeza lerei mais!
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Adriana.Takada 09/06/2020

Reflexão sobre a pena de morte
Neste livro, Victor Hugo nos oferece uma visão realista sobre o que se passa na cabeça de um condenado a pena capital.

Nos dias que antecedem a sua morte - através de um diário - o condenado escreve sobre seus pensamentos, sentimentos, medos e esperanças, até o momento em que é levado para a execução na guilhotina.

Recomendo!
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Japa 09/06/2020

Em forma de diário, Victor Hugo expõe as angústias de um condenado criticando a pena de morte.
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Luna 31/05/2020

Só o título desta história já te indica o que irá encontrar... Um livro que acompanha os últimos momentos de um homem que foi condenado à morte. Com a clara intenção de criticar a pena de morte, o autor nos possibilita mergulhar na mente do condenado, sentir com ele seu desespero, a angústia por saber que sua vida lhe seria arrancada por determinação da lei, da Justiça.

O autor foi muito claro ao criticar a pena de morte, bem como os trabalhos forçados perpétuos, deixando evidente que não queria simplesmente que os criminosos fosse inocentados, mas sim que as penas não fossem cruéis, desumanas. Criticou a sociedade da época que vibrava de felicidade com cada execução, ficando insensível para o fato de que era um ser humano que estava sendo executado. Criticou as leis e a maneira como mesmo ao cumprir suas penas (no caso daqueles que eram condenados a trabalhos forçados por alguns anos e depois eram libertados), a pessoa não tinha a oportunidade de recomeçar, pois todas as portas de emprego ficavam fechadas para ela e era preciso escolher entre passar fome ou fazer qualquer coisa para sobreviver.

É um livro duro. Muito difícil de ler, pois ficamos mergulhados nas dores de uma pessoa que sabe que vai morrer, que vai ser executada por causa das leis de sua época. Sua tristeza toma conta de nós e tudo que desejamos é que um milagre aconteça e sua pena seja substituída por uma mais humana. Se ele era culpado, então que pagasse por seus crimes, mas a pena de morte era cruel, desumana. E era isso que o autor queria mostrar. Acredito que ele foi bem-sucedido, pois é impossível ficar indiferente aos sofrimentos do personagem. Impossível não refletir sobre a crueldade de uma pena que tirava a vida de alguém.


site: https://www.emocoesaflordapele.com/2020/05/o-ultimo-dia-de-um-condenado-victor-hugo.html
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Fernanda Sleiman 28/05/2020

Victor Hugo
O Último de dia de um condenado é uma daquelas leitura que você faz em uma sentada. Mas é tão grande, tão grandioso.
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Rodrigo.Souza 28/05/2020

Uma obra-prima
Eu já li grandes obras literárias mundiais de várias épocas. Desde Guerra e Paz, passando pelos grandes livros de Júlio Verne e as obras imortais dos autores policiais americanos. Mas esse pequeno livro, de poucas páginas, me marcou muito e até hoje o indico como o melhor livro que já li.

A narrativa da morte iminente é terrivelmente voraz com o leitor, nos deixando reféns de todos os pensamentos deprimentes do personagem central. O escritor Victor Hugo conduz com maestria cada instante do caminho que leva o presidiário ao fim provável.
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