O Último Dia de um Condenado

O Último Dia de um Condenado Victor Hugo




Resenhas - O Último Dia de um Condenado


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Helena976 30/09/2023

O sangue do outro e o meu.
"Era sempre festa na minha imaginação. Eu podia pensar no que desejasse, eu era livre.
Agora estou encarcerado. Meu corpo está acorrentado numa masmorra, meu espírito está preso numa ideia. Uma ideia horrível, sanguinolenta, implacável! Tenho apenas uma convicção, uma certeza: condenado à morte!".

"Entre o então e o presente há um rio de sangue; o sangue do outro e o meu."
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Laysa1997 29/09/2023

Um livro manifesto
Lendo O Ultimo Dia de um Condenado, eu me lembrei, diversas vezes, do livro Dos Delitos e das Penas, do Cesare Beccaria - são leituras muito proveitosas de serem feitas seguidas ou, até, paralelamente. Assim como Victor Hugo, Beccaria também se posicionava contra as penas de morte e entendia que elas cumpriam muito mais uma função de espetáculo e vingança do que efetivamente diminuir a criminalidade. A diferença marcante das obras - ponto no qual elas se complementam - é que Beccaria deu um tom mais argumentativo e não ficcional, enquanto Victor Hugo trouxe uma espécie de humanização do condenado ao escrever uma "ficção" com narrador em primeira pessoa. É um livro bastante impressionante e angustiante: "Entendo. É um espetáculo que uma única olhada abarca por inteiro: num piscar de olhos tudo está visto...Nada distrai a atenção. Há apenas um homem, e sobre esse único homem tanta miséria quanto todos os forçados ao mesmo tempo."
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Lígia 27/09/2023

Mas afinal o que esse cara fez?
O livro inteiro o protagonista se lamenta pela vida perdida e pela miséria em que se encontra agora que é um condenado. Mas durante toda a leitura só consigo me perguntar ?O que ele fez para ser condenado à morte??. Victor Hugo sempre trabalha muito bem no âmbito das emoções e do sofrimento e é um de meus escritores favoritos, mas esse livro me deixou impaciente e um pouco indignada ao final, pois fiquei com perguntas que não foram respondidas.
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Anna 18/09/2023

Conto pequeno que me deixou milhares de reflexões. recomendo muito, principalmente pra quem curte essa temática mais realista e sobre consciência.
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Karime 15/09/2023

Vingar se é atributo do indivíduo, punir é de Deus.
O último dia e um condenado tem o discurso distinto sobre a Pena de morte a forma como ela era e ainda e aplicada e executada, deixando transparecer a hipocrisia do sistema penitenciário e o quê realmente e justiça.

Acompanharmos as semanas, dias e horas de um homem condenado à morte, após o julgamento o mesmo enfrenta uma espiral de negação, medo e aceitação da morte que lhe espreita a cela enquanto ele busca algum tipo de perdão para seu crime.

Essa é minha primeira leitura do Victor Hugo, quero ler Os Miseráveis e queria algo curto do autor antes de ir para o calhamaço.
Já imaginava que seria uma escrita densa e particularmente e um escrita que me agrada, onde encontramos a riqueza dos detalhes e de bons questionamentos do tema abordado, leiteira rápida e que vale a pena.
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o Meliante 13/09/2023

A institucionalização da dor, o espetáculo da guilhotina
A presente obra foi um dos marcos iniciais para os protestos que vieram a abolir a pena de morte na França, e nos traz uma reflexão acerca dos direitos humanos e princípios fundamentais penais, principalmente em relação a pena de morte e guilhotina.
antes de entrarmos nestes tópicos precisamos abordar o contexto histórico da época, a pena de morta na França é utilizada desde o reino medieval e foi evoluindo com a passagem das eras, os suplícios perduraram até o final do século XVIII, quando foram substituídas pelas penas de prisão, alterando assim o objeto da pena do corpo para a alma. a guilhotina se tornou um espetáculo excêntrico na época, o corpo do condenado era o objeto de punição, a guilhotina tinha como objetivo intimidar a sociedade de forma que não viessem a delinquir, mas acabou se tornando um espetáculo aberto ao público.
podemos fazer um paralelo com a obra Vigiar e Punir de Foucault. nela Foucault trata da evolução das penas de suplício até as formas de controle que estão inseridas no sistema prisional e nas penas. podemos notar em ambas as obras o panoptismo nas prisões, assim como as formas de controle e repressão das penas, entretanto Victor Hugo irá utilizar essa realidade para acentuar a mitigação dos direitos fundamentais dos condenados. ambos irão tratar do mesmo contexto histórico, Victor Hugo irá focar no sofrido processo que o indivíduo passa, desde a prisão até a guilhotina; enquanto Foucault irá tratar da estruturação desse sistema penal, e de que forma ele afeta o preso.
Vitor Hugo traz a tona em sua obra a pauta dos direitos humanos, com uma crítica certeira a estrutura das prisões e ao funcionamento das penas. ele pretendia defender qualquer homem que fosse condenado a pena de morte, pois para Vitor Hugo não importava a causa ou a razão da condenação, tampouco o passado do indivíduo, por conta disso não sabemos o passado do protagonista da história, nem as razões de sua condenação. o autor lança na obra uma proposta de reflexão, ao não especificar a trajetória do condenado, ficando claro que a vedação da pena de morte se pauta na essência do ato condenatório e não nas particularidades do preso, nem no crime do cometido.
o cerceamento dos princípios da dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais são abordados a todo instante na forma dos pensamentos do personagem, na sua passagem pela prisão de Bicêtre ele descreve um ambiente de trevas e condições inumanas evidenciando que a pena capital não era indolor nem rápida (como era defendida na época). além disso ele nos mostra também que o estado não somente ceifa a liberdade e a vida do encarcerado, como também comete o crime de punir pessoas inocentes (as famílias dos condenados), que muitas vezes são sustentados pelos sentenciados, e acabam ficando sem amparo do estado e a mercê da sociedade.
a estrutura dos presídios também se mostrava um enorme problema, o personagem descreve as condições das celas, as torturas físicas e psicológicas em que ele e os colegas passavam. a sistematização da pena de morte e dos suplícios dentro da prisão se tornou algo corriqueiro, podemos ver vários relatos deste tipo na obra: o recurso que demora a ser julgado, o padre que por conta dos seus discursos repetitivos não conseguia trazer conforto aos presos, o grande espetáculo que se tornou o dia da execução, a humilhação que o preso passava durante o transporte e durante o ato da execução, enfim, são vários exemplos de como a pena de morte se tornou algo institucionalizado.
para concluir o autor nos mostra que a pena de morte não se dá na guilhotina, mas sim durante todo o processo que o condenado passa até o dia derradeiro, todas as torturas, angustias, todo o sofrimento que antecede a morte, todo sofrimento dos inocentes que ficam a mercê dos estigmas sociais. podemos ver claramente a institucionalização da dor, da vingança, do estado que age sem motivação, da criação de um espetáculo que cerceia os direitos fundamentais, literalmente um ESPETÁCULO com direito a cadeira vip, pipoca e todas as atribuições que uma peça de teatro poderia ter. portanto podemos ver claramente que a pena de morte não foi e jamais será um método de correção efetivo, pois ele é estruturado na dor, na vingança, na punição. a institucionalização da dor e o espetáculo da guilhotina nos servem de exemplo para que nunca mais cometamos o mesmo erro, pois como vimos o estado pode ser injusto, criminoso e ser razão de uma barbárie sistematizada.
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Albert Lucas 04/09/2023

Reflexivo
Esse é um manifesto contra a pena de morte. Nesse livro curto, Victor Hugo crítica uma das penas mais abusivas que existe e a hipocrisia da sociedade que defende esse tipo de coisa e ao mesmo tempo exalta valores como fé e humanismo.

De forma brilhante, Hugo nos leva a uma viagem pelo interior de um homem, um criminoso, e nos mostra que por trás dessa fachada monstruosa e desumana que construímos para nós satisfazermos e justificarmos nossa maldade, existe um pai, uma pessoa que sente como nós, tem medos e receios, vai deixar uma filha órfã e principalmente, se sente impotente e humilhado.

Se fosse escrito nós dias de hoje, esse livro seria considerado LACRAÇÃO e Victor Hugo estaria agora sendo chamado de Woke, esquerdista, Comunista e diriam pra ele levar um bandido para casa.

Mas assim... É clichê porém todo mundo quer pena de morte mas quando é pra um parente seu, aí já n é mais a favor...

Não desumanizem as pessoas por pior que tenha sido o erro delas, é essa a mensagem que posso tirar desse livro.
Nota: 3,0
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gabspeace 02/09/2023

O último dia de um condenado | ?
"Quem sabe se esta leitura não torne a mão deles menos ligeira na próxima vez de jogar uma cabeça que pensa, uma cabeça de homem, naquilo que chamam de balança da justiça?" ? Uma leitura interessante sobre pena de morte, sociedade, criminalidade e a espetacularização da violência.
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Carlinha 27/08/2023

É bom livro pra se começar a ler Victor Hugo, porque é bem curto e muito fluido.
Vai contar sobre esse homem condenado à morte e suas angústias finais antes da execução da pena, um tema difícil, não é uma realidade nossa mas ainda assim é um tópico sensível e o autor trabalha muito bem desenvolvendo os sensações e angústias do personagem.
É um bom livro, gosto da escrita do autor e pretendo continuar lendo seus livros
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Caroline1016 26/08/2023

A morte
Diante da morte encontrar-se-a algum ateu?
Aquele que tanto a morte desejou, diante da impossibilidade de escapar-se dela, tudo que queria era mais uma chance.
Porém, sem demonstrar algum arrependimento.
Uma leitura rápida, fluída e reflexiva.
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Thiago275 21/08/2023

Tocante
Publicado pela primeira vez em 1829, O Último Dia de um Condenado foi escrito por Victor Hugo décadas antes de seus romances mais famosos, como Os Miseráveis, O Homem que Ri e Os Trabalhadores do Mar. Apesar disso, aqui já encontramos o poder que o autor tinha de tocar o nosso coração com suas palavras certeiras e suas frases de efeito.

Victor Hugo foi um homem que fazia questão de participar das questões nacionais e que não tinha medo de entrar em polêmicas. Radicalmente contra a pena de morte, ele poderia escrever manifestos e discursos sobre o tema. Mas por que não escrever ficção? E mais: um livro sob o ponto de vista do condenado? Afinal, "preferimos as razões do sentimento às razões da razão".

É isso o que ele faz aqui. Não conhecemos o nome nem o crime do narrador, mas acompanhamos suas últimas semanas de vida, em que ele vai do orgulho de recusar a pena de trabalhos forçados ao amargo arrependimento de sua decisão, passando pela negação, pela aceitação de sua condição e pela esperança de um perdão que nunca chegará.

Victor Hugo mostra como o pior da pena de morte não é a execução em si, mas toda a tortura psicológica a que o condenado é submetido enquanto a espera.

Além disso, vemos como a execução era um trabalho mecânico e burocrático para todos os envolvidos: juízes, jurados, carcereiros, carrascos e até mesmo o padre que supostamente tinha que ser a voz da fé. Para eles, era só mais uma cabeça que rolaria no chão. Mas essa cabeça pertencia a um homem que tinha mãe, esposa e filha.

O Último Dia de Um Condenado pode ser considerado uma obra panfletária, mas isso não diminui sua importância e sua força. O verdadeiro artista sabe defender suas posições sem sacrificar seu talento, e Victor Hugo seguramente era mestre nisso.
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cecela18 03/08/2023

A cruz substituirá o cadafalso. Eis tudo.
Que obra maravilhosa! Desde o início já lhe prende com esse prefácio atípico do próprio Victor Hugo. Apesar de que, provavelmente, para mim, as questões políticas não tiveram o mesmo impacto social que devem ter tido na época de publicação, esse fluxo de consciência do condenado me causaram muitas reflexões.
É possível criar uma analogia da ?guilhotina? moderna, o espetáculo em praça pública que se observa hoje em dia nas redes sociais. Os que riem, aplaudem, enquanto alguém é exposto em cima de um cadafalso virtual e a lâmina cai em seu pescoço.
O tempo passou e as pessoas da atualidade parecem ainda estar presas no Salão retratado no prefácio; questionando-se o que suas vidas têm a ver com o sofrimento e as agonias de um condenado.
Eis Victor Hugo, um homem à frente de seu tempo.
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rogerbeier 13/07/2023

Um romance contra a pena de morte
Um ótimo livro de entrada para quem deseja conhecer Victor Hugo. A leitura é muito fluida, a história é curta e de compreensão bastante fácil. Escrito em 1829, este romance busca trazer argumentos contra a pena de morte, então em vigor na França. A estratégia de Hugo é mostrar o sofrimento e a angústia psicológica de um condenado à guilhotina nos últimos dias de sua vida. Interessante e bem executado, o livro vale a leitura, entretanto não deixou marcas profundas em mim. Talvez porque a pena de morte, entre nós, já foi abolida há mais de século e os argumentos apresentados na obra já são velhos conhecidos. Apesar disso, recomendo a leitura.
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Lari 12/07/2023

Incrível
Que livro genial. Hoje a pena de morte ainda é uma questão em diversos países e esse livro tão antigo e tão atual consegue tocar de forma comovente o tema.
Através dos sofrimentos e da colocação no lugar do outro conseguimos entender o verdadeiro suplício dos condenados.
A única coisa clara na história é a alta classe do condenado e sua convicção na culpa que lhe é imputada.
Não importa a classe social, o crime ou o condenado em si,mas importa da sociedade como um todo não se transformar em criminosa.
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