O último dia de um condenado

O último dia de um condenado Victor Hugo




Resenhas - O Último Dia de um Condenado


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Alane.Sthefany 13/10/2023

O Último Dia de Um Condenado - Victor Hugo
No livro "O Último Dia de Um Condenado", Victor Hugo trás uma temática moral e ética sobre a pena de morte, fazendo o leitor refletir sobre essa questão, pois temos acesso direto ao diário de um personagem (de nome desconhecido) que foi sentenciado a morte.

O livro não nos apresenta muitas informações sobre o crime cometido, mas revela-nos no decorrer das páginas que o personagem matou uma pessoa, e foi por causa desse crime (assassinato) que ele está sendo condenado, devido a ausência das circunstâncias e do que motivou e incitou o personagem a cometer esse assassinato, torna-se difícil e desafiador para o leitor fazer um julgamento sobre o caso.

Durante a leitura, acompanhamos os seus últimos dias, seus últimos pensamentos e reflexões, e também o seu desespero ao saber a data exata que terá a sua sentença de morte realizada, que segundo o personagem, isso é ainda pior que a própria morte, saber que dia ela será sem poder fazer nada a respeito e muito menos algo que possa mudar o que sucederá.

A todo o instante, o personagem argumenta em sua defesa, tentando nos convencer de que ele merece ser castigado, mas não receber uma sentença tão pesada como essa. E que esse diário, com as últimas palavras de um condenado a morte tenha o poder de ao menos fazer as pessoas repensarem antes de criarem e apoiarem leis tão duras e semelhantes como essa, tornando a mão de quem julga um pouco mais leve.


"Este diário dos meus sofrimentos, hora por hora, minuto por minuto, suplício por suplício, se tiver forças de o levar até ao momento, em que me for fisicamente impossível continuar, esta história, necessariamente incompleta, mas tão completa possível, das minhas sensações não terá consigo um grande e profundo ensinamento? Não haverá neste libelo do pensamento agonizante, nesta progressão sempre crescente de dores, nesta espécie de autopsia intelectual dum condenado, mais alguma coisa que uma lição para aqueles, que condenam? Talvez esta leitura lhes torne a mão menos leve, quando se tratar outra vez de mandar deitar uma cabeça, que pensa, uma cabeça de homem, naquilo que eles chamam a balança da justiça?"

"O que é a dor física em face da dor moral! Horror e piedade é o que causam leis assim feitas. Dia virá em que talvez que estas memórias, últimas confidentes dum miserável, para isso tenham contribuído.

A não ser que, depois da minha morte, o vento leve estes bocados de papel, sujos de lama ou que vão apodrecer à chuva, colados como estrelas, nalgum vidro quebrado do carcereiro."

"Que o que aqui escrevo, possa um dia ser útil a outros, que isso faça deter o juiz prestes a julgar e que salve desgraçados, inocentes ou culpados, da agonia a que eu estou condenado! Porquê? Para quê? Que importa? Quando a minha cabeça tiver sido cortada, que me importa a mim, que cortem outras?

O Sol, a primavera, os campos cheios de flores, as aves, que despertam de manhã, as nuvens, as árvores, a natureza, a liberdade, a vida, tudo isso já não é para mim!

Ah! A mim é que era preciso salvar! ? É então verdade que isso não pode ser, que é preciso morrer amanhã, talvez hoje, sem remédio?"


O personagem tenta apelar que ele é uma pessoa comum como qualquer outra, que possui uma família que depende dele e que o ama, e por causa disso sofrerá às consequências dessa sentença atribuída somente a ele, mas que afetará inocentes além dele e de que nada têm culpa.


"Deixo mãe, mulher e uma filha. ? Ai! Uma filhinha de três anos, bela, rosada e delicada, com uns grandes olhos pretos e longos cabelos castanhos.

Quando a vi pela última vez, tinha ela dois anos e um mês.

Assim, depois da minha morte, essas três mulheres ficarão sem amparo: uma sem o filho, outra sem marido e a terceira sem pai. Três órfãs de diferente espécie, três viúvas em consequência da lei.

Concordo que eu devo ser castigado, mas o que fizeram essas inocentes? Nada importa que elas fiquem desonradas e reduzidas à miséria! ? É a isto, que se chama justiça?

A sorte da minha pobre mãe não me inquieta, porque já está velha; tem sessenta e quatro anos e este golpe a matará.

Também me não inquieto com minha mulher; não goza saúde, o seu espírito é fraco e morrerá também. Salvo se enlouquecer. Dizem que a loucura faz viver; ainda assim o seu espírito não sofrerá e, embora viva, dormirá como se estivesse morta.

Mas minha filha, a minha pequenina Maria, que a esta hora talvez esteja rindo, brincando ou cantando, em nada pensando, essa é que me causa vivas inquietações."


Vale ressaltar que a todo instante o condenado atribui a responsabilidade da pena de morte apenas ao juiz que o sentenciou e julgou o seu caso, ou seja, a todos os homens que criaram as leis e decidiram que as pessoas que cometeram crimes dessa espécie, o melhor seria a pena máxima e que isso era para o bem maior, o bem da sociedade. No entanto, não mostra sinais de arrependimento ou de autorresponsabilidade sobre o crime cometido, não tendo a capacidade de compreender que ele foi o único responsável por estar naquela situação, mas a todo momento se faz de vítima e coloca os outros como os vilões e que a vida dele se encontra nas mãos desses homens.


"Não estava doente! Na verdade sinto-me novo, sadio e forte. O sangue corre livremente nas minhas veias; todos os meus membros obedecem a todos os meus caprichos; o corpo e o espírito, de constituição própria para uma longa vida, são robustos. Sim, tudo isto é verdade, e todavia padeço duma enfermidade mortal, duma enfermidade causada pela mão dos homens.

Eis o que vão fazer de teu pai, esses homens, que me não odeiam, que me lamentam e que me poderiam salvar. Vão-me matar! Compreendes isto, Maria? Matarem-me a sangue frio, com cerimonial, para o bem da sociedade."

"Quem te amará? Todas as crianças da tua idade terão pai, exceto tu. Como te desacostumarás tu, minha querida, da festa dos teus anos, dos presentes, dos doces e dos beijos? ? Como te desacostumarás tu, infeliz órfã, de beber e de comer?

Oh! Se ao menos os jurados a tivessem visto, a minha linda Mariazinha! Teriam compreendido que é preciso não matar o pai duma criança de três anos.

E quando ela for crescida, se lá chegar, no que se tornará? Seu pai será uma das recordações de Paris. Corará de mim e do meu nome; será desprezada, repelida por minha causa, por causa de mim, que a amo com toda a ternura do meu coração. Ó minha querida Maria bem amada! É bem verdade que terás vergonha e horror de mim?"


Mesmo com todos esses argumentos, o leitor se pergunta o porquê do personagem se lembrar e pensar na família apenas agora que foi sentenciado a morte, e por que não antes de cometer o crime? O impedindo assim de cometer tamanha barbárie em um momento de raiva ou seja lá o que o motivou a matar alguém, pois até mesmo essa pessoa em que ele ceifou a vida, tinha uma família e pessoas que dependiam dele e o amavam; e que naquele exato momento, seja qual fosse a decisão que o personagem tomasse e escolha que ele fizesse, traria consequências que não afetaria somente a ele, mas todos a sua volta.

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Opinião Pessoal

Pela minha resenha, fica até parecendo que compactuo com a pena de morte, no entanto, sou apenas um indivíduo que acredita que nossas escolhas têm consequências, seja elas pequenas ou grandes e que todos devem pagar pelo que fizeram. Entretanto, eu não sou a favor da pena de morte, até porque a justiça dos homens e o próprio sistema é falho e muitas vezes corrupto, incontáveis são os casos que inocentes morreram sentenciados a pena de morte, e somente após a morte deles, descobriu-se que não eram culpados, mas inocentes do que foram falsamente acusados.

Não defendo bandido, e o mínimo que eles deveriam fazer são trabalhos braçais e forçados, invés de ficar apenas gerando gasto e sendo sustentado pelos homens de bem, através de impostos.


Quotes Preferidos ?????

Uma revolução se acabava de operar em mim. Até à sentença de morte eu sentia-me respirar, palpitar, viver no mesmo meio, que os outros homens; agora distinguia claramente, como que uma espécie de separação entre o mundo e eu. Nada já me aparecia com o mesmo aspeto que antes. Essas largas janelas cheias de luz, esse belo Sol, esse céu puro, essa alegre flor, tudo se tornava branco e pálido, da cor duma mortalha.

Os homens são todos condenados à morte com prazos indefinidos. Então o que há de extraordinário na minha situação?

Desde a hora em que a minha sentença foi pronunciada, quantos morreram, que se estavam preparando para uma longa vida! Quantos se me avançaram, novos, livres e sãos, e que contavam ir ver em tal dia cair a minha cabeça na praça da Grève! Quantos daqui até lá, que andam e respiram ao ar livre, e se movem à sua vontade, levarão um avanço sobre mim!

E depois o que é que a vida para mim tem de saudosa? Na verdade o dia sombrio e o pão negro da prisão, a porção de caldo magro tirado da celha das galés, ser brutalizado pelos carcereiros e pelos guardas-forçados, não ver um ser humano, que me julgue digno duma palavra e a quem eu responda, tremer sem cessar, não só do que tiver feito, mas do que me farão; eis pouco mais ou menos os únicos bens, que o carrasco me pode tirar!

[...]

O que é a dor física em face da dor moral!

[...]

Deixo mãe, mulher e uma filha. (...)
Assim, depois da minha morte, essas três mulheres ficarão sem amparo: uma sem o filho, outra sem marido e a terceira sem pai. Três órfãs de diferente espécie, três viúvas em consequência da lei.

Concordo que eu devo ser castigado, mas o que fizeram essas inocentes? Nada importa que elas fiquem desonradas e reduzidas à miséria! ? É a isto, que se chama justiça?

[...]

Os mortos estão mortos (...); o sepulcro os guarda com segurança e o sepulcro é prisão de onde preso nenhum fugiu ainda.

[...]

Há um homem, que vai morrer, e é preciso que o vá consolar. É preciso que esteja junto dele, quando lhe atarem as mãos e cortarem os cabelos; que suba para a carreta com o seu crucifixo para lhe ocultar a vista do carrasco; que seja massacrado com ele até a praça da Grève; que atravesse com ele a horrível multidão sedenta de sangue; que o abrace junto do cadafalso e que aí permaneça até que a sua cabeça vá para um lado e o corpo para outro.

Que venha então palpitante, tremendo da cabeça aos pés; que me deixem nos seus braços, aos seus pés; e ele chorará, choraremos ambos; será eloquente e eu ficarei consolado, o meu coração abrir-se-á no seu, tomará a minha alma e eu tomarei o seu Deus.

Mas este bom velho o que é ele para mim? O que sou eu para ele? Um indivíduo da espécie desgraçada, uma sombra, como já viu tantas, uma unidade a juntar ao número das suas execuções.

[...]

Ninguém é mau só pelo prazer de o ser.

[...]

Quando penso na minha vida e no golpe, que daqui a pouco a deve terminar, estremeço como se esta ideia fosse nova. A minha bela infância! A minha mocidade, estofo doirado, ensanguentado numa das extremidades.

[...]

O que é então esta agonia de seis semanas e este estertor dum dia inteiro? O que são as angústias deste dia irreparável, que desliza tão lentamente e ao mesmo tempo tão depressa? O que é esta escala de torturas, que vai acabar ao cadafalso?

[...]

Mas se os mortos voltam, de que forma voltarão? O que conservarão do seu corpo incompleto e mutilado? O que escolherão? É a cabeça ou o tronco, que é o espetro?

O que é que a morte faz da nossa alma? O que lhe deixa? O que lhe dá ou lhe tira? Onde a põe?
CPF1964 13/10/2023minha estante
Parabéns pela resenha, Alane. Ficou Excelente.


Alane.Sthefany 13/10/2023minha estante
Muito obrigado! Fico feliz por você ter gostado, você também escreve ótimas resenhas ???


CPF1964 13/10/2023minha estante
Generosidade sua, Alane. Eu raramente faço resenhas. Não tenho capacidade como você e muitos outros por aqui.


Alane.Sthefany 13/10/2023minha estante
Acompanho os seus históricos de leitura, os livros que você lê em grupo e seus comentários sobre os livros que lê. Esse ano eu só fiz 9 resenhas, sendo que li mais de 100 livros, estava com preguiça de fazer, e só postava de vez em quando uns históricos de leitura com citações ou trechos que gostei. Capacidade você tem sim, até porque você comenta sobre o que gostou ou desgostou do enredo, e isso já é um parecer seu sobre o que você achou do livro, que se enquadra em uma resenha.


CPF1964 13/10/2023minha estante
De certo modo você tem razão, Alane. Li pouco este ano. Devo chegar em 60 talvez. Sempre vejo suas leituras. Você é uma leitora seletiva e voraz. 100 livros...???


Alane.Sthefany 13/10/2023minha estante
O importante é a qualidade dos livros e o quanto está aprendendo com eles. Para brasileiros que mais de 70% da população não lê ao menos 5 livros por ano, você está excelente e acima da média.

E parabéns pelo bom gosto literário ???

Gosto de ler às vezes livros que não exigem muito meu cérebro e a minha capacidade de pensar, mas quando entro de ressaca literária, sempre volto para os clássicos ?


Roberto.Vasconcelos 13/10/2023minha estante
Fiquei afim de ler , vou add a minha lista


Alane.Sthefany 14/10/2023minha estante
Roberto, espero que goste, a leitura é bem rápida, tem edições que só são 140 pág. Quero muito saber sua opinião sobre o livro ??


Canoff 14/10/2023minha estante
Não conhecia esse livro. Muito interessante! Obrigado pela recomendação indireta, Alane! ?


Alane.Sthefany 14/10/2023minha estante
Canoff

A premissa me chamou bastante atenção, eu queria conhecer também a escrita do autor, e por ser um livro pequeno, quis ler esse livro antes do calhamaço "Os Miseráveis". Gostei bastante da escrita do Victor Hugo. Minha meta do ano que vem, é ler "Os Miseráveis". Muitos falam bem desse livro. ?


Canoff 14/10/2023minha estante
Alane,


Eu também quero ler Os Miseráveis. Estou tomando coragem para lê-lo. Espero conseguir um dia, hahaha!


CPF1964 14/10/2023minha estante
Os Miseráveis.... O melhor livro já escrito......


Fabio 16/10/2023minha estante
Alane, que resenha maravilhosa!?
Parabéns pela escrita!???


CPF1964 16/10/2023minha estante
Muito Obrigado, Alane. Embora a vida seja um eterno aprendizado nos últimos tempos tenho lido apenas como entretenimento. Concordo com você. Os clássicos são um porto seguro.


Alane.Sthefany 16/10/2023minha estante
Obrigado, Fábio !!! ?


Fred 29/03/2024minha estante
Mas olha ... ?????? Que reserva


Alane.Sthefany 02/04/2024minha estante
Obrigado Fred ?




Fabio 07/12/2023

"O último suspiro da esperança"
"O último dia de um condenado" foi escrito de 1829 pelo romancista, poeta e dramaturgo francês, Victor Hugo, e retrata a atuação política e social do autor, em defesa da abolição de pena de morte em um período turbulento da França pós-napoleônica, quando a dinastia Bourbon, retoma o poder, e impõe várias execuções aos traidores e criminosos de alto grau.

A história se passa na França do século XIX, onde as exibições públicas de pena de morte eram frequentes, e o autor nos conta em primeira pessoa, em forma de diário, os sentimentos, tormentos e lembranças de um condenado no último dia antes de sua execução. Não sabemos o nome do detento, ou o crime pelo qual foi condenado, artifício do autor para deliberadamente nos deixar a certa distância do protagonista, e que, depois de forma primorosa, vai encurtando a longitude, progressivamente até nos fazer íntimos das angustiantes passagens e descrições do encarcerado.

Victor Hugo, nos entrega um texto extremamente humanista e de forte apelo emocional, mas sem "melancolismos", onde a pauta não está no sofrimento, mas na redenção de um condenado durante o período de cárcere em que simplesmente aguarda o momento em que será entregue a guilhotina na presença de seus conterrâneos, então nos obriga a percorrer todos os sinuosos e claustrofóbicos corredores da famigerada prisão francesa de Bicêtre, até o infortúnio derradeiro encontro no patíbulo, com a máquina de ablação.

"O último dia de um condenado" nos leva a uma profunda reflexão sobre a existência e as consequências dos nossos a atos, e o autor através do protagonista-narrador invade a mente do leitor de forma fascinante, e evoca de modo quase sobrenatural a consciência e nos faz vislumbrar de maneira bem singela o verdadeiro significado da vida e também a reconhecer o valor incomensurável do ser humano, quando nos remete ao nosso estado primitivo da busca pela vida a qualquer custo, sobretudo ao valor que imputamos a cada instante de nossa existência.

O brilhante texto de Victor Hugo apesar de ficcional, é um diminuto tratado humanista, repleto de alegorias, o qual argumenta de forma tácita a própria necessidade de debater sobre as penas que se vitimam, e de forma empírica expõe os conceitos sociais de uma época que a própria lei não estava alicerçada nos direitos e deveres do ser médio-comum, mas daqueles detinham o poder, apesar de não adotar abertamente o discurso mais utilizado da época que tratava da "luta de classes".

A Magnifica obra "O último dia de um condenado", é amplamente reconhecida como o preludio de "Os Miseráveis" e influenciou de forma direta autores e pensadores como: Charles Dickens, Albert Camus e Fiodór Dostoievski, inclusive foi chamado pelo último de "Obra Prima da Literatura".

Em suma "O último dia de um condenado", é um livro de cenas emocionalmente fortes, e impactantes, de linguagem atraente, repleta de lirismos, que destrincha o pensamento humano, no momento em que o se perde a última esperança, e os medos veem à tona e esmagam por todos os lados, mas que provocam o íntimo tão profundamente que, dão um último fôlego de coragem e hombridade, aqueles desesperados a viver até último suspiro de vida, antes da impiedosa lamina descer.
CPF1964 07/12/2023minha estante
?????. Excelente resenha. Vitinho ficou orgulhoso de você.


Roberta 07/12/2023minha estante
Já quero! ??????


Fabio 07/12/2023minha estante
Obrigado, Cassius meu amigo!
Lisonjeado com as palavras!?


Fabio 07/12/2023minha estante
Roberta, vai amar esse livro e as reflexões que ele nos remete


Vanessa.Castilhos 07/12/2023minha estante
Mais uma resenha incrível de maravilhosa, amigo Fabio!! Parabéns!! Já quero muito ler esse tbm! ?


Carolina165 07/12/2023minha estante
Resenha mto bem escrita Fábio! ???????


Fabio 07/12/2023minha estante
Obrigado , Van minha querida belíssimas palavras!!!?
Separa um tempo, o ano que vem pra ler esse, Van, porque você vai amar, eu tenho certeza!!!


Fabio 07/12/2023minha estante
Carolzinha, minha querida, eu agradeço pelo carinho e presença de sempre!?
Amigas como vocês são uma raridade!
Feliz em ter conhecido vocês... de coração!??????


Carolina165 07/12/2023minha estante
Fábio, meu amigo querido, mto obrigada pelo carinho e amizade maravilhosa! ???


Fabio 07/12/2023minha estante
É reciproco, querida!?


Vanessa.Castilhos 07/12/2023minha estante
Fabio, amigo querido!! ?


Fabio 07/12/2023minha estante
Mel minha querida, muito obrigado!???
Me deixou sem palavras por aqui e extremamente lisonjeado!
Obrigado pelo carinho !?
Põe na lista que não vai se arrepender!!!!


Fabio 07/12/2023minha estante
Digo o mesmo, Van!?


Núbia Cortinhas 08/12/2023minha estante
A sua resenha é uma obra de arte!! Uauuu!! ???????????????


Ivone. 08/12/2023minha estante
Resenha maravilhosa, Fabio!
Elas sempre me despertam curiosidade sobre o livro ?


Fabio 08/12/2023minha estante
Núbia, é sempre um prazer enorme ter você por aqui lendo minhas resenhas. Fico extremamente lisonjeado, com suas belíssimas e carinhosas palavras!
Muito obrigado!??


Fabio 08/12/2023minha estante
Ivone, querida, muito obrigado pelo carinho e presença de sempre!?
Fico feliz que os textos deixem, você curiosa a ler essas obras, pois meu único intuito é mostrar aos meus amigos, o quão importante é dar uma chance aos livros, mesmo aqueles que pareçam difíceis ou que tem um critica negativa, mas nesse caso, não tem nem contestação, pois os próprios gênios da literatura exaltaram esse livro ?


AndrAa58 08/12/2023minha estante
Que resenha maravilhosa ????? vou ter que ler ?


Mariana 08/12/2023minha estante
Que graciosidade nas suas palavras Fábio! Li vagarosamente para absorver cada frase, você transpos as emoções e palavras de uma forma incrível!! Parabéns ???????


Fabio 08/12/2023minha estante
Andréa, muito obrigado!
Fico feliz que tenha gostado desse textao kkkk
Agradeço demais!!!?


Fabio 08/12/2023minha estante
Mari, minha querida!??
Você não sabe o quão feliz eu fico em ler essas palavras!
Agradeço demais pela amizade e por estar sempre presente????
Você me deixou aqui sem palavras, de verdade... Agradeço por tamanho carinho!!!


Cris SP 08/12/2023minha estante
Tenho esse livro é após ler sua resenha, já quero ler! ?


Fabio 08/12/2023minha estante
Muito obrigado, Cris!
Fico imensamente feliz em te incentivar a ler!?


Mariana 08/12/2023minha estante
Eu sou grata de igual modo por sua amizade e por todo carinho sempre! E sempre estarei por aqui, porque é sem dúvidas um prazer!???????


Fabio 08/12/2023minha estante
Faço das suas, as minhas palavras!?


Valesca.Castelani 09/12/2023minha estante
resenha topp


Fabio 09/12/2023minha estante
Muito obrigado, Valesca!?
Tô de olho nas suas resenhas hein!?


Valesca.Castelani 09/12/2023minha estante
que legal


alice 12/12/2023minha estante
Resenha incrível, Fabio! Deu vontade de ler o livro ??


Fabio 12/12/2023minha estante
Muito obrigado, Alice!?
Fico feliz que tenha gostado da resenha, e ainda mais que, tenha te animado a ler essa obra prima!?


Sara 11/07/2024minha estante
Suas descrições são muito vivas! Me deu muita vontade de ler, principalmente por saber que inspirou Os Miseráveis, livro que abandonei há muitos anos, mas que pretendo retomar. Sua resenha ficou incrível!


Fabio 11/07/2024minha estante
Sara, minha querida, muito obrigado pelas palavras e pelo carinho!?????????
Qualquer hora podemos marcar a LC de Miseráveis, pois eu também abandonei o ano retrasado! Kkkk


CPF1964 11/07/2024minha estante
Abandonar os Miseráveis é sacrilégio......???


Fabio 11/07/2024minha estante
Concordo , meu amigo Cassius!!!
Eu abandonei, somente porque o grupo que fui convidado estava uma "zona" e bem poucos cumpriam as metas e não davam nem satisfações kkkk
Aí eu saí, e perdi a coragem para encerrar sozinho!


CPF1964 11/07/2024minha estante
Entendi...amigo, Fábio. Te abandonaram. Que "Miseráveis".....


Fabio 11/07/2024minha estante
Cassius kkkkk??????
Ótima essa kkkkkkk


CPF1964 11/07/2024minha estante
??


Fabio 11/07/2024minha estante
?????????


Roberta 11/07/2024minha estante
Gente, eu amei Os miseráveis. Um dos melhores livros da vida! ?


Fabio 12/07/2024minha estante
Roberta, eu preciso ler Urgente.... não há uma só pessoa que me diga algo negativo deste livro, e só preciso tomar coragem para retomar kkkkkkk


Peter.Molina 12/07/2024minha estante
Resenha incrível! Este livro já está no meu radar de leitura a muito tempo


Fabio 12/07/2024minha estante
Peter, muito obrigado pelas palavras!!!?
Acredita, eu não dava muito por este livro, até lê-lo, e mesmo assim, fiquei com "pé atras" até os 50%, e só me mostrou, o que eu deveria saber..... o Victor Hugo é incontestável!


Roberta 12/07/2024minha estante
Cuida, Fábio ?


Adamastor Portucaldo 12/07/2024minha estante
Isso sim é uma resenha de respeito. Texto bem cuidado e com sustância! Obrigado por investir tempo pra educar esse povo que tanto precisa, mas nessa hora deve estar olhando o xinder e o tiquetoque.


Fabio 12/07/2024minha estante
Adamastor, muita obrigado pelas palvras
Isto que é incentivo, o resto é brincadeira! Klkk
Esse tipo de mensagem renova e acende a chama da escrita, e incita a "botar" os devaneios pra fora!!


ArianeAlvesB 17/07/2024minha estante
Para com tudo!?
Que resenha é essa?
Fabio, seu lindo, que texto maravilhoso, além de precisar de um dicionário ao lado para lê-lo de tão rebuscado, é de uma sensíbilidade vivida!
Eu sou e sempre.serei fã dessa sua mente excepcional!??????


Fabio 18/07/2024minha estante
Ariane, minha querida, muito obrigado pelas belíssimas palavras, você me emociona deste jeito!
Sabe que é reciproco não é? ?????????




Regis2020 30/06/2023

Um relato contra a barbárie de um povo "civilizado"
O livro foi publicado em 1829 e em sua introdução lemos uma defesa apaixonada contra a pena de morte. Exemplificando o tempo todo que a justiça não é a mesma para todos e que esse sistema que condena a morte tende a privilegiar uns em detrimento de outros. Que a barbárie do ato executado em praça pública torna insensível a vida àqueles que o assistem ao invés de cumprir com o intento dos políticos e do judiciário que era servir de exemplo.

O livro narra, assim como em um diário, os últimos dia de vida de um homem condenado à morte. O enorme tormento de se saber qual será seu dia final e que no cadafalso a guilhotina o aguarda, assim como uma plateia que deseja aplaudir enquanto sua cabeça rola para o cesto.

Victor Hugo escreve de forma poética, quase lírica. Suas ideias nos são passadas com grande clareza e ele consegue despertar a indignação que todos deviam sentir diante da barbárie. A poderosa, e ainda assim delicada, narrativa de Victor Hugo me conquistou do início ao fim desse livro, assim como aconteceu em Os Miseráveis.

Após a leitura me peguei pensando no quanto demorou para que a pena de morte tenha sido abolida na França, apenas em 1981 a guilhotina foi aposentada, e como Victor Hugo ficaria surpreso com isso.

Esse foi um livro que despertou inúmeras reflexões, que gostei muito de ler e que me fez apreciar ainda mais a escrita desse grande autor que com certeza eu recomendo.
mpettrus 30/06/2023minha estante
??????????????sucinta, objetiva e pontual como sempre.

Amo ler suas resenhas ??


Mike27 30/06/2023minha estante
Que resenha!!!
Os Miseráveis é o livro da minha vida e Jean-Valjean o meu herói!
Já faz um tempinho que eu não leio clássicos, estava precisando de um incentivo. Kkkkk
Se você recomenda, sou praticamente obrigado a ler! Kkkkk


Regis2020 30/06/2023minha estante
Que fofo, mpettrus, obrigada. ??


Regis2020 30/06/2023minha estante
Esse livro foi como uma preparação para Os Miseráveis, Mike. O condenado vai te lembrar bastante o Jean-Valjean e muito do que o Victor Hugo aborda aqui ele vai aprofundar bastante em Os Miseráveis.


CPF1964 30/06/2023minha estante
Que resenha maravilhosa !!! Do autor do meu livro favorito da vida. Parabéns, Régis ???


Regis2020 01/07/2023minha estante
Obrigada, Cassius! ?
Esse é meu segundo livro do Victor Hugo e adorei os dois.


CPF1964 01/07/2023minha estante
Victor Hugo era autor, poeta, pintor e principalmente político... Além de ser espírita.


Alex 01/07/2023minha estante
Esse livro é excelente, um verdadeiro folhetim contra a barbárie processual francesa. Ele é muito mais eloquente, mas me lembra o Condenado, de Cornwell.

E se gostou desse, sugiro Dos delitos e das penas, de Beccaria, afinal foi escrito de dentro do cárcere, e trata do sistema penal 1 século antes de Victor Hugo.


Regis2020 01/07/2023minha estante
Obrigada pela dica, Alex. ?


HenryClerval 03/07/2023minha estante
Que resenha maravilhosa!!! ????


Regis2020 03/07/2023minha estante
Valeu, Lê! ?




Mara Islanne 11/09/2021

Sou eu também o condenado
Um dos melhores livros que li esse ano. Neste nós já conseguimos ver com clareza o mesmo autor d'Os Miseráveis. É notável também o seu caráter, não consigo descrever tão bem o quanto sou fã de Victor Hugo. A leitura é envolvente, faz crescer no leitor toda a humanidade, a indignação com a injustiça que muitos sofreram e que hoje ainda é cometida de outras formas. Victor Hugo sabia descrever o sofrimento dos pobres, dos miseráveis com perfeição. Ao ler você se envolve completamente e sem perceber, você por dentro já clama por misericórdia, você é o próprio condenado. Meu escritor preferido sem sombra de dúvida. ??
Cleber 12/09/2021minha estante
Gostei da resenha??


Mara Islanne 12/09/2021minha estante
Obrigada, não sou muito boa, mas é bom tentar de vez em quando. ?


Leonardo.Broinizi 13/09/2021minha estante
Que interessante! Isso me fez lembrar um conto de Sartre chamado "O Muro, em que descreve a angústia de três jovens presos de guerra condenados a morte.


Mariana Pinheiro 15/06/2022minha estante
Um livro pequeno, de leitura fluída e rica, mas muito angustiante.

Nessa obra, Victor Hugo nos faz refletir sobre um problema histórico do seu tempo (a pena de morte), mas que é um debate extremamente atual em nossa época. Essa obra é a prova de que os clássicos se comunicam com os leitores, apesar de séculos de diferença.

Na obra, há um condenado que não hesita sobre o crime cometido e não parece demonstrar culpa. Mas mesmo diante da ausência de arrependimento, as últimas escritas do condenado nos fazem defendê-lo e ansiar pelo seu direito à vida.

A leitura nos faz refletir: quem tem o direito de decidir se alguém vive ou morre?




Diego Lima 23/03/2022

O escritor Victor Hugo recorda em sua juventude ter presenciado algumas penas de morte, com isso, resolve trazer o tema para reflexão através da arte literária. A obra "o último dia de um condenado" tem esse impacto filosófico, psicológico e jurídico.

O livro não é sobre a inocência ou culpa do prisioneiro sem nome, é sobre a pena aplicada na época e, de forma mais profunda, tentar sentir os últimos momentos de um condenado o qual terá a vida interrompida de forma legal (Na francesa até certa época a pena de morte era decidida pelo Estado). Sentiremos a montanha russa de sentimentos do personagem principal. Desde o não arrependimento do crime, o que estava deixando nesse mundo e, por fim, uma possível redenção em suas últimas horas de vida.

O condenado em seu relato através de um diário transcreve todos os aborrecimentos com as pessoas as quais estavam conduzindo seu processo, as responsáveis por seu cárcere e, a pior de todas, os espectadores de sentença de morte - vi relatos falando sobre o espetáculo comercial que a decapitação de prisioneiros acarretava.

Enfim, uma obra muito bem trabalhada, ainda mais em se tratando de um tema bem discutido atualmente em nossa sociedade. O livro é muito fluído, com capítulos bem curtos, mas com passagens bem profundas para reflexão sobre essa sentença a qual coloca fim a uma vida.
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Cinara... 18/10/2020

Sem palavras!
"Condenado à morte!
Ora, por que não? Os homens, lembro-me de ter lido em não sei que livro, no qual havia apenas isso de bom, os homens estão todos condenados à morte com sursis indefinido. O que tanto teria mudado na minha situação, então?"

Parecia o meu último dia!!! Senti cada sofrimento deste condenado, cada emoção! Victor Hugo descreve a desgraça humana como nenhum outro!!
Bah 08/05/2021minha estante
?




Jorlaíne 18/04/2024

Uma belíssima escrita num triste enredo.
O condenado/protagonista descreve o seu último dia antes da execução.
Suas reflexões são profundas e faz o leitor se compadecer diante de seu sofrimento.
É uma experiência de Leitura incrível e que vale muito a pena.
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Fábio 23/12/2011

A pena de morte não é justiça, é vingança.

O Último Dia de um Condenado é uns dos livros primordiais para entender o pensamento social de Victor Hugo, defendendo os direitos humanos sendo peremptoriamente contra a pena capital.

Como Gente Pobre é para Crime e Castigo de Dostoiévski, este livro é para Os Miseráveis, isto é, O Último Dia de um Condenado é um livro que encontramos um "rascunho" da história de Jean Valjean desde o roubo do pão até suas idas e vindas das galés e as gírias que ele vai aperfeiçoar em sua obra prima, entre outros assuntos também vemos as aflições de uma pessoa, aliás, de uma alma, como só Hugo sabe transcrever, em agonia ao pé do cadafalso.

Um livro que em primeiro momento era um desabafo, pois Victor Hugo não queria ficar em silêncio, ou seja, consentindo com o que estava acontecendo em praça pública, que no entanto ao escrevê-lo, foi mais ousado e quis não só expor sua indignação, mas, outrossim, impedir que a pena de morte continuasse.

"A guilhotina é a concreção da lei, chama-se vingança, não é neutra nem permite que se fique neutro.(...) - Não imaginava que aquilo fosse tão monstruoso! É um erro absorver-se tanto pela lei divina a ponto de não se dar conta da lei humana. A morte só pertence a Deus! Com que direito os homens põem a mão nessa coisa desconhecida?" – Os Miseráveis

Izabella164 18/08/2016minha estante
Comentário fabuloso. Obrigada!


Fábio 12/11/2016minha estante
Fico feliz que gostou, Bella!




Thauany 18/12/2022

Victor Hugo com o lado provador totalmente on
Nesta história o autor não nos apresenta o crime e nem a vítima, traz apenas algumas características do condenado e faz o questionamento: A pena de morte é justa?
Nesta narrativa temos de uma maneira muito mais visual como funcionavam as guilhotinas em praça pública, acredito que além do julgamento do que é certo ou errado, a provocação que o autor quer deixar em aberto é sobre como as execuções eram feitas.
Sem dúvidas uma obra a frente do seu tempo, até por isso ele satiriza em sua ?peça? no prefácio sobre como a sociedade da época julgava a obra sem de fato conhecê-la, independente das resenhas e indicações esta obra nunca vai ser unânime.
Nas minhas percepções, o condenado me pareceu ter cometido um crime de assassinato (é comentado que foi algo sanguinário) e cometeu o ato sabendo do que estava fazendo, pois também é falado que ele era da alta sociedade, por isso merecia um pena a altura de seu crime, porém concordo totalmente com as provocações do autor em ser contrário a pena de morte, principalmente por enforcamento.
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carlosmanoelt 11/09/2024

Autópsia intelectual de um condenado
Nessa obra, acompanhamos a narração dos últimos dias (não só um) ? as últimas seis semanas, para ser exato ? de um homem condenado à morte na guilhotina em Paris, no século XIX. Vivemos junto dele a escalada de sentimentos: a espera por uma graça ou um milagre, que não virão, e sua resignação, que volta a ser desespero. Ele narra as lembranças, os pensamentos sobre a situação da mãe, da esposa e da filha (especialmente desta última) após a sua morte. E a presença da gente que assoma de toda parte para assistir ao momento em que a lâmina separará sua cabeça do seu corpo.

Essa, para mim, é a pior parte: o interesse das pessoas pela desgraça do outro, a insensibilidade diante da tragédia alheia. Toda a discussão também me fez lembrar que o tema pena de morte não se encerrou, mesmo que tenhamos uma legislação avançada em termos de direitos humanos. Vira e mexe esse assunto volta à tona, assim como a maioridade penal, e se torna tópico de debates nas caixas de comentários das redes sociais. Os especialistas em nada logo saem com respostas a problemas complexos. Afinal, é fácil culpar apenas os indivíduos e gritar por punições severas.

Isso me levou a pensar que o livro não se distancia tanto assim da realidade atual, em que a barbárie atrai a atenção e gera engajamento. Eu não me surpreenderia se um evento como aquele juntasse, ainda hoje, centenas de pessoas em praça pública, que defenderiam, furiosas, a execução do condenado. É engraçado que, já em 1832, Victor Hugo entendia a complexidade do problema social que empurra os indivíduos para o crime. Naquela época, como se vê no prefácio do livro, o autor afirmou que a pena de morte não cabia aos homens e que nem mesmo servia de exemplo, ao contrário do que se sustentava, dada a criminalidade crescente.

Já naquele tempo, ele compreendia que a prática só tornava o povo duro e insensível, embora fosse o mais atingido por essa pena. Já naquele tempo, percebia a necessidade de ?tratar? o criminoso e não de o expurgar da sociedade. ?O último dia de um condenado, confessa Victor Hugo, é uma defesa aberta do fim da pena de morte, o seu modo de tentar ?frear o derramamento de sangue?.

Enquanto lia a respeito daquela plateia animada para ver o espetáculo da morte de outro alguém, refletia: o ser humano, em geral, não é somente impiedoso; é também incoerente. Ao comemorar o sofrimento do outro, como vingança pelo erro cometido, não cogita que, no dia seguinte, a sua cabeça pode estar em risco também. É isso, inclusive, o que diz o condenado. E que angustiante deve ser conhecer a data da própria morte, ainda mais uma tão dolorosa, tão humilhante. Senti cada sensação narrada pelo condenado diante de um destino que sabia sem volta, sem mudança de rota.
Leitorconvicto 15/09/2024minha estante
Tenho que ler mais Victor Hugo


carlosmanoelt 15/09/2024minha estante
Eu também, esse foi o meu primeiro contato com o Victor Hugo. Algum dia quero ler sua grande obra, Os miseráveis.




Lista de Livros 30/10/2023

Lista de Livros: O Último Dia de Um Condenado, de Victor Hugo
“Condenado à morte!

Afinal, por que não? “Os homens”, lembro de ter lido não sei em qual livro, mas que só havia isso de bom, “os homens são todos condenados à morte com protelações indefinidas.” O que haveria, assim, de tão diferente em minha situação?

Desde a hora em que minha sentença foi pronunciada, quantos dos que se preparavam para uma longa vida morreram! Quantos dos que esperavam, jovens, livres e saudáveis, ir ver cair minha cabeça em tal dia na Place de Grève, anteciparam-se a mim! Quantos, daqui até lá, que andam e respiram ao ar livre, que entram e saem à vontade, talvez me precedam também!

Além disso, o que me oferece a vida para que eu lamente tanto ser privado dela? Na verdade, o dia sombrio e o pão negro do cárcere, a porção de sopa magra na tigela dos condenados às galés, ser tratado com aspereza, eu que sou refinado pela educação, ser brutalizado por carcereiros e guardas, não ver um ser humano que me julgue digno de ouvir ou de emitir-lhe uma palavra, estremecer o tempo todo por aquilo que fiz e por aquilo que me farão: eis aí quase os únicos bens que o carrasco pode me tirar.

Ah! Mas não importa, é horrível!”
*
Mais do blog Lista de Livros em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com/2023/07/o-ultimo-dia-de-um-condenado-de-victor.html
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Gilberto Alves 15/02/2021

Expectativas muito altas geralmente resultam em frustração
Quando você põe na balança um nome como Victor Hugo (Os Miseráveis) e um título como "O último dia de um condenado", é claro que a expectativa vai ser algo do tipo: ok, hora de mergulhar em reflexões profundas sobre a existência, a vida e a morte, o arrependimento, as consequências das ações mundanas e estúpidas, e isso em doses que no mínimo me farão refletir.
Mas não. O que li, a meu ver foi algo simplório. Ouso dizer que quase me decepcionei.

O livro é antes de mais nada uma crítica a pena de morte. Percebe-se claramente que esta era a motivação principal de Victor Hugo ao conceber esta pequena obra. Porém, acho que para impactar de verdade, faltou muito.
A minha expectativa era a seguinte: Certo, vamos lá. Perturbe meu ser mostrando-me o quanto se perde ao levar uma vida em troca de justiça. Justiça esta que as vezes é feita por pessoas que tratam isso como apenas um simples trabalho. Me mostre realmente que seja o que for, nada justifica pagar uma vida com outra. Ou então me diga algo que justifique o sofrimento de alguém que está consciente de que aqueles são seus últimos dias.
Porém, eu nem sequer senti pena do sujeito. Devaneios simples. Angústia rasa. Reflexões banais. Questões expostas de tal forma que até uma dor de dente causaria mais impacto.

Ok, talvez eu exija demais, mas foi para o que me preparei ao ler algumas resenhas antes de iniciar este livro.
Achei um livro que qualquer escritor sem muitas pretensões fosse capaz de escrever.
Obviamente não considero tempo perdido. Afinal, em minha opinião, todo clássico que conquistou tal posição, tem seus méritos e merece no mínimo meu respeito.

Apesar de tudo, ainda assim recomendo a leitura. Mas não vá com muita sede ao pote, pois a água mal tapa o fundo.
Seza 15/02/2021minha estante
This is amazing my dear xxxo. I always like your advies :)


Gilberto Alves 16/02/2021minha estante
Thanks ;) I would like to see your reviews here too..




midnightrainz_ 01/10/2024

Temática necessária de ser debatida
Em “O Último Dia de um Condenado”, Victor Hugo constrói uma narrativa intensa e reflexiva ao abordar a agonia de um homem à espera de sua execução. O protagonista, sem nome e sem muitos detalhes de seu passado revelado, representa qualquer ser humano prestes a enfrentar a morte, o que faz com que o leitor se conecte de forma profunda e angustiante. Ao não fornecer uma identidade clara para o personagem, Hugo impede que o leitor o veja como um criminoso específico, e sim como um símbolo universal da condição humana. Dessa forma, o autor nos força a lidar com a realidade da pena de morte sem que possamos justificar ou condenar o condenado com base em seu crime. Esse anonimato quebra as barreiras entre o personagem e o público, fazendo com que nos questionemos sobre a justiça e a crueldade da pena capital.

A ausência de detalhes sobre o crime cometido torna-se um dos pontos mais relevantes da obra. Em momento algum sabemos o que levou o protagonista à condenação. Isso retira a possibilidade de o leitor emitir um julgamento moral ou tentar justificar sua morte, o que reforça o tom de denúncia social e humanista do texto. Hugo convida a todos a refletirem sobre a desumanização que ocorre quando alguém é reduzido apenas a um "condenado", um ser à margem da sociedade, com seu valor como ser humano completamente desconsiderado. A justiça, aqui, surge como um mecanismo brutal e impessoal, que não leva em conta a complexidade do indivíduo.

A escrita poética e visceral de Victor Hugo potencializa esse sentimento de angústia e opressão. O texto é marcado por descrições líricas, metáforas e simbolismos que capturam o estado psicológico do personagem. Cada palavra parece cuidadosamente escolhida para transmitir o peso de cada segundo que passa, a lenta aproximação da morte, o desespero silencioso de quem já não tem esperança. Essa linguagem torna o texto denso e emocionalmente exaustivo, levando o leitor a sentir na pele a agonia de viver os últimos momentos de um homem que sabe que sua vida está prestes a ser arrancada de maneira irremediável e violenta.

Ao longo do relato, a presença constante do tique-taque do tempo que se esvai, o isolamento mental do condenado e a iminência do carrasco são elementos que intensificam o sofrimento descrito, de modo que o leitor experimenta o mesmo vazio e terror que corroem o protagonista. As poucas interações que ele tem com o mundo exterior apenas reforçam seu abandono e a indiferença alheia diante de seu destino. Ninguém parece se importar com sua dor, exceto ele próprio — e, talvez, o leitor, que é arrastado para dentro dessa tortura emocional. Essa indiferença é outro sinal da desumanização, como se o condenado já estivesse morto aos olhos da sociedade.

Esse livro é uma critica forte não somente à pena de morte, mas ao próprio sistema judiciário. Victor Hugo obriga o leitor a confrontar a frieza do sistema e a questionar até que ponto é possível falar de justiça em um contexto que elimina toda a humanidade do condenado. A obra é um grito contra a desumanização e contra a redução de uma vida a um veredicto, sem qualquer possibilidade de redenção ou compaixão. Posso não concordar 100% com o apelo moral da obra, apesar de também ser contra pena de morte (por motivos mais complexos, diga-se de passagem), mas não posso negar que ela entrega o que propõe e pode originar um debate bem interessante.
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13marcioricardo 12/06/2023

A miséria de uns é o divertimento de outros.
Primeiro livro que li de Vitor Hugo e fiquei surpreendido com a linguagem simples. Esperava algo mais denso por ser um grande autor.

Também a história foi menos intensa do que previa. Ao final melhora. O que me chamou mais a atenção foi a plateia.

Como o povo é ignorante. Hoje em dia seria inconcebível as pessoas se juntarem para vaiar ou aplaudir uma cabeça a rolar.

A filha também foi algo que tocou. É uma novela que deixou a impressão que daria pra mais, dado o tema.
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LAvia 24/04/2023

Prefácio da primeira edição (1829)
Há duas maneiras de perceber a existência desse livro. Ou houve de fato um maço de papéis amarelos e desiguais nos quais se encontraram, registrados um a um, os últimos pensamentos de um miserável; ou existiu um homem, um sonhador ocupado em observar a natureza em proveito da arte, um filósofo, um poeta, sei lá, que foi tomado pela fantasia dessa ideia, ou melhor, que se deixou tomar e só pôde desembaraçar-se dela, lançando-a num livro. Dessas duas explicações, o leitor escolha a que quiser.
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