Going Under

Going Under S. Walden




Resenhas - Going Under


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Cris 14/07/2015

Profundo, Cru, Verdadeiro...
São boas descrições para esse livro. Comecei a ler esse livro apreensiva, pela sinopse não era meu estilo predileto, mas as avaliações eram boas e gosto de sair da minha zona de conforto, então resolvi dar uma chance. Ás vezes tenho uma grata surpresa e outras não, mas acredito que a experiência é válida, mesmo que nem sempre goste do que leio.

Agora sobre esse livro. A escrita é impecável, embora a primeira metade tenha sido um pouco cansativa, achei que a autora enrolou um pouco no início, mas da metade para o fim fluiu sem problemas. A narrativa é bem amarrada e os personagens bem desenvolvidos, mesmo que você deteste metade deles kkkk. O tema é forte e vai dando um gosto ruim na boca e retorcendo seu estômago. Afinal, não tem como ler sobre abuso, estrupo e se sentir diferente, mas a autora soube construir uma história que apesar de forte não foi intragável.

A Brooke não me agradou desde o início, ela trai a melhor amiga e ainda na cama da dita best. Típico movimento podre e difícil de perdoar e muito mais difícil ter empatia pela personagem. Quase parei nessa parte e não se preocupem que isso não nenhum grande spoiler, mas é fundamental para entender as atitudes da Brooke. A personagem é consumida pela culpa do fez e tenta acertar as coisas com outro erro. E querida Brooke, dois erros não fazem um acerto. Mas não se preocupem ao longo da trama a Brooke cresce, amadurece e é legal ver essa parte dela, que ela aprende com seus erros e como começa a colocar sua cabeça no lugar. Entretanto a vida segue e ela sofre as consequências de suas atitudes anteriores. A Brooke no intuito de consertar um erro se envolve em algo muito perigoso e acaba por pagar muito caro, seu plano funesto se concretiza e da pior maneira possível. Pude entender que ela era adolescente e talvez seu ato leviano com a amiga fosse fruto da falta de amadurecimento e também entendo o mundo de dor que ela estava quando rechaçou o Ryan. Mas foi difícil gostar dela, ainda mais quando ela que tinha o maior telhado de vidro julgou e condenou. A Brooke era uma personagem absolutamente humana cheia de erros e imperfeições, mas com um grande coração. Ela amadureceu muito durante o livro, mas não era perfeita e apesar de não gostar dela, ao menos pude respeitar seu desejo feroz de fazer as coisas certas e ser uma pessoa melhor.

O Ryan é o menino meio nerd adorável, mas com pegada. E uma das minhas partes favoritas era que sua “pegada” era condizente com sua idade, nada de um menino de 18 com a experiência de um ninfomaníaco de 30. O Ryan era apaixonante, você logo de cara percebe que ele também tem segredos e está tentando espia-los, mas diferente da Brooke ele não julga e nem tenta se tornar o carrasco de ninguém. Ele está submerso em si, mas não de uma maneira egocêntrica, ele está tentando entender suas angustias e como lidar coma a culpa que o consome. Ele fofo, dedicado a família e completamente apaixonado pela Brooke. Você entende seus medos e porque ele se calou e sofre junto quando a verdade vem a tona.

A história foi bem construída, contudo o final ficou um pouco corrido, acho que se autora tivesse enrolado menos no início teria desenvolvido mais a trama depois que as verdades são reveladas. E me frustrei com o reencontro da Brooke com o Ryan, ali deveria ter mais história. Mas é uma narrativa intensa, verdadeira e que mexe com você. Esse é um livro que pode ser descrito como humano, porque os personagens são falhos, inseguros, e alguns completamente abomináveis, mas são reais.

Gostei da história, da maneira como a autora conduziu a trama, mas me faltou algo. Quando você lê algo tão doloroso e intenso espera para ser arrebatada na final e não senti isso. Foi bom, mas não me deslumbrou como esperava após ler uma história com um tema tão intenso.
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