Psychobooks 30/11/2013
Resenha Dupla
Alba 4 estrelas
Mari 4,5 estrelas
Mari: Após a leitura enfadonha de Solitária (resenha aqui), eu fiquei bem decepcionada com a série e me questionava se valeria a pena continuar, mas depois que lançaram Sentença de Morte, resolvi dar mais uma chance para o autor, já que o primeiro livro da série Encarcerados foi uma leitura fantástica e cheia de ação. E posso dizer para vocês que não me arrependi ;)
Alba: Onde assino? < 3
Enredo
Mari: Depois de um final em cliffhanger, confesso que estava curiosa para saber o que aconteceria com Alex. Já que a solitária não funcionou, o diretor resolve ser um pouco mais cruel e submete o garoto à uma de suas experiências cujo o objetivo é transformá-lo em um 'terno preto' e acabar de vez com o seu passado. Enquanto o néctar maligno penetra em suas veias e ele sofre nas mãos dos Ofegantes, o diretor faz de tudo para que sua mente tenha um novo recomeço, enterrando até o nome do garoto nas profundezas que serão soterradas por muita violência, sadismo e o que há de mais podre na humanidade.
Se Alex esquecer seu nome, não haverá mais escapatória de Furnace e ele se tornará parte dela.
Alba: Essa reviravolta no enredo foi o que me atraiu para a continuação da leitura. A verdade absoluta do "se não pode derrotá-los, junte-se a eles", é colocada a prova no enredo e proposta do enredo da série ganha um novo fôlego.
Narrativa e desenvolvimento
Mari: O autor consegue reinserir o leitor na história em poucas palavras e sem enrolação. Confesso que a princípio fiquei em dúvida sobre qual foi importância dos amigos de Alex, confundia os nomes, mas logo me adaptei e esse fato não chegou a me incomodar.
Alba: Eu sempre falo por aqui que em uma série é superimportante o autor SABER reinserir o leitor na trama. Alexander Gordon Smith nos reapresenta toda a sua trama em apenas duas páginas e meia, e faz isso com uma habilidade ímpar. Por meio de lembranças de Alex, relembramos todos os (maravilhosos) acontecimentos do livro "Encarcerados" e todo o (enfadonho) desenrolar da trama de "Solitária". Como a Mari disse, alguns personagens de apoio são meio nebulosos de início... Custei a lembrar deles, mas o autor não me deixou perdida por muito tempo.
Mari: Em "Sentença de Morte" o autor conseguiu retomar seu ritmo de escrita, as cenas de ação são muito bem construídas, daquelas em que o leitor consegue visualizar com perfeição o que se passa em Furnace. O autor foi tão cruel em algumas cenas, que eu cheguei a ficar arrepiada de aflição quando eles usam uma agulha para fixar o olhar em um filme com cenas grotescas e violentas.
Mari: A leitura é rápida e não consegui largar o livro enquanto não cheguei ao final, o autor também revelou um pouco sobre os motivos do diretor e do Furnace, quem eles são, de onde vieram, o que é o néctar, mas sinto que tem muita coisa ainda a ser dita e eu gostei das ideias do autor.
Alba: A narrativa continua em primeira pessoa, sob o ponto de vista de Alex, então seguimos aprendendo juntamente com ele sobre todos os segredos da prisão. O enredo deu uma amadurecida muito grande. Enquanto o segundo é morno e repetitivo, o terceiro livro amarra as pontas deixadas ainda no primeiro e esclarece muitas dúvidas, apesar de abrir novas frentes de possibilidades.
Alba: Em alguns momentos, achei estranha a forma que essas informações foram passadas para Alex. Achei forçado, acredito que o autor poderia ter dado um pouco mais de respiro para os acontecimentos se encaixarem com mais calma.
Alba: Há outro defeito na narrativa para mim que é a falta de controle dos prisioneiros de Furnace. Por ser uma prisão ultrassegura, eu acho que os meninos andam por lá com muita tranquilidade. Destoa do que o autor quer passar.
Personagens
Mari: Depois de tudo o que Alex sofreu e viu em Furnace, ele deixa de ser um garoto indignado por estar ali injustamente e passa a amadurecer mesmo sem querer. O autor fez um bom trabalho ao tentar mostrar para o leitor o debate interno enquanto ele recebe o néctar, muito diferente do livro anterior em que ele se perdeu ao deixar Alex com seus pensamentos na solitária.
Mari: Nesse livro o diretor tem um foco maior e o leitor fica sabendo um pouco mais sobre ele e eu juro que preferia não saber. Pensa em uma pessoa cruel e com delírios megalomaníacos. Pensou?
Agora piora um pouco isso em dez vezes e submete ele às ordens de uma pessoa muito, MUITO mais cruel, sádica e podre. Não quero nem ver quando chegar o momento do conhecer o Sr. Furnace em pessoa.
Concluindo
Mari: Fiquei impressionada em como o autor conseguiu retomar a qualidade da série, vou fingir que Solitária foi um delírio e ele nunca existiu. As cenas de ação deixam o leitor de queixo caído, ainda estou impressionada com a sala dos Ofegantes e os vídeos para ajudar na transformação.
Mari: Leitura mais que recomendada para quem gosta de um bom livro de ação, com cenas violentas e descrições que farão os personagens saltar em frente aos seus olhos.
Alba: O livro voltou a ser claustrofóbico. E não, isso não é uma crítica negativa! Isso é uma crítica POSITIVA! "Claustrofóbico" resume bem o que o autor quer passar com a prisão. O crescimento desse enredo frente ao segundo é absurdo, então se você chegou até aqui, se joga porque a diversão é garantida. Há ainda algumas falhas e algumas cenas forçadas, mas os tropeços na trama não chegam a tirar o prazer da leitura.
As cenas de ação são um espetáculo à parte, com descrições ricas de tudo o que está acontecendo.
Alba: O leitor se vê transportado ao local e a sensação incomoda de estar preso com os meninos é constante.
Alba: Curte uma distopia mais intimista, com jogo de poder, cenas de ação superdetalhadas e experimentos genéticos? Se jogue que "Fuga de Furnace" é o livro para você! Super-recomendo!
Revisão
Mais uma vez a Editora Benvirá pecou na revisão do livro. Há muitos erros de concordância verbal. Esperamos que nas próximas edições esses erros sejam sanados.
"Eu devia ter imaginado o que viria depois. Por um instante de genuína felicidade, não senti nada, mas depois as comportas se abriram, e algo bem pior que a dor física irrompeu cérebro adentro."
Página 15
"Queria argumentar, queria abrir a boca e lhe dizer que estava errado, mas as palavras eram como vermes se impregnando na carne do meu cérebro. Elas se banqueteavam e ganhavam corpo sob um riso seco, revelando visões tão terríveis que não conseguia suportar nem extrair sentido delas."
Página 15
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