Lili Machado 30/09/2012“Um objeto longo, fosforescente, em forma de agulha, infinitamente maior e mais rápido do que uma baleia”.Vinte mil léguas submarinas é um clássico de ficção científica, escrito por Julio Verne, em 1870. A diferença é que trata-se de uma aventura submarina.
O livro conta a estória épica do Capitão Nemo e de seu submarino Nautilus, do Polo Sul, até a cidade submersa de Atlântida, pela perspectiva do Professor Pierre Aronnax, em direção à destruição total de sua tripulação.
A forma de contar uma estória através de um observador intelectual, para melhor explicar as características psicológicas de um personagem, era muito popular na época (pensem no Watson de Sherlock Holmes e no Capitão Hastings de Hercule Poirot).
Essa premissa é importante, principalmente na cena em que, após a destruição, ele faz uma homenagem a uma foto de sua esposa e filhos, sugerindo que sua família teria sido sequestrada e morta, como escravos, e que ele embarcara numa jornada em busca de vingança.
O capitão Nemo é um dos personagens de Verne mais fascinantes – um homem carismático, gentil e generoso, porém, assustador.
O Professor Aronnax embarca numa expedição no navio Abraham Lincoln, para caçar e destruir um ameaçador monstro marinho. “Um objeto longo, fosforescente, em forma de agulha, infinitamente maior e mais rápido do que uma baleia”.
Entretanto, ele descobre que o monstro é feito de metal – é um gigantesco submarino chamado Nautilus, construído pelo cientista Nemo, afastado pela comunidade científica.
Aronnaz e o arpoador carrancudo Ned Land são capturados no submarino e Nemo os leva a uma viagem através do mundo, caçando pérolas e terras lendárias, enquanto procuram descobrir um meio de fuga, já que, definitivamente, Nemo não batia bem da bola.
Enquanto isso, o professor Aronnax fica fascinado por Nemo, seu submarino e... sua biblioteca.
A primeira edição ilustrada foi publicada com desenhos de Alphonse de Neuville e Édouard Riou.
Temos que pensar nesta data de 1870, para ler sobre rifles elétricos, trajes de mergulho, motores elétricos, reatores nucleares, anos antes do primeiro submarino (Hunley) afundar um navio inimigo – que se auto-afundar, no mesmo processo. Pode-se imaginar a excitação que a aventura causou no mundo, quando foi publicada pela primeira vez.
Além disso, a descrição de Verne sobre o fundo do mar, com suas criaturas maravilhosas e exóticas (polvos, ostras e lulas gigantes) e navios afundados, nos faz lembrar um documentário do Discovery Channel.
Verne escreveu uma sequência a este livro: A ilha misteriosa (bora ler...).