@APassional 04/08/2014
A Guerra * Resenha por: Rosem Ferr * Arquivo Passional
Terrivelmente Magnífico...
Patrick Ness superou-se a cada livro... Sensacional!
A Guerra conclui a apaixonante Trilogia Mundo em Caos. Neste volume, temos um encarte do mapa da “agora” cidade de Prentissburgo e a ação continua do ponto em que fomos deixados no livro 2: transtornados mas, um tantinho mais relaxados pois as coisas pareciam estar sob controle. Porémmmmm preparem o coração, a conclusão é de tirar o fôlego, e nem as mentes mais criativas podem antecipar o que Ness nos preparou: os piores pesadelos de Todd e Viola irão tornar-se realidade.
“Guerra... aí vem ela” diz o Prefeito Prentiss com um sorriso, logo na primeira página e a partir daí serão 527 páginas de ação, crueldade, tensão, indignação, mas também de companheirismo, fé, coragem, esperança e o “mais belo amor que já me deparei em literatura”.
Um amor como esse...
Todd e Viola farão qualquer coisa para proteger um ao outro, absolutamente leais ao seu amor, a ponto de serem viscerais em suas atitudes, o que acaba gerando consequências ao entorno e crises de auto avaliações filosóficas ao leitor, pois nenhuma ação dos protagonistas ficará impune. E também somos punidos por tabela, afinal desde o início torcemos pelos pombinhos... só que eles são humanos e às vezes erram por pura passionalidade, acontece que... Ness não tem piedade, aiiiiiiii nem de atos impensados? NÃO! Na trama cada um vai colher o que plantou, sem restrições.
Talvez seja por isso que os antagonistas aprimoram-se em suas ultra mega crueldades, e dão de si o pior, sem direito ao perdão nos vemos diante de atitudes insanas, eles são assustadoramente infames e indignos de confiança.
Ness acrescentará mais uma voz à trama, na narração sob o ponto de vista da “Terra” através de um esperado antagonista que busca vingança: o Spackle 1017 (O Retorno). A profundidade filosófica inicial dessas passagens podem causar certo estranhamento ao leitor, mas logo percebemos como essa densidade vai somar muiiiiiiiiiito ao contexto. Toque de mestre.
David Prentiss, Sra.Coyle e 1017 formam as três mais terríveis frentes de batalha que o terror da guerra já concebeu, pois são questões pessoais que os movem, egoístas e sem escrúpulos levarão a guerra até as últimas consequências a fim de alcançar seus peculiares objetivos. Serão nomeados pelos Spackles: A Devastação com ruído, A Devastação sem ruído e O Retorno, a voz da Terra. Manipulação, traição, conspiração, vingança, loucura, dominação e violência são suas bandeiras.
“Você quer que eles sejam massacrados?
Eles estão dispostos a morrer. E agora é a nossa chance.”
Ressaltando a manipulação de massa por meio da informação através de lideranças carismáticas, o autor nos estimula a repensar a atual Sociedade da Informação, e seu possível desfecho trágico, sobretudo quando tudo o que você “pensa” [ou coloca na rede] possa ser usado contra você.
“As pessoas dizem que querem liberdade, mas o que elas realmente querem é ficar livres de preocupações. Se eu cuidar dos problemas delas, elas não se importarão de serem comandadas.”
A chegada de uma nova nave de reconhecimento alienígena com a notícia de que as colônias chegarão em semanas, é apenas um paradoxo à guerra, pois talvez já nem haja Terra a ser colonizada caso as três frentes não sejam contidas. A situação é caótica, quem ou o que será capaz de contê-la?
TENNNNNNNNNNNNNNNSO MESMO!
Permeada nos três livros, a técnica de manipulação através do poder mental de David Prentiss, é o ponto mais instigante da trama, pois Todd gradualmente vai desenvolvendo suas habilidades de controle mental, culminando neste livro três na batalha que definirá esta sensacional ficção distópica que tem um final surpreendente, arrebatador, e snifffff, ameiiiiiiiiii, sensível, belíssimo.
No patamar de 1884 e Admirável Mundo Novo,
a Trilogia Mundo em Caos é INESQUECÍVEL.
Todd Hewitt e Viola Eade forever... Lindos, já estou com saudades!
By Rosem Ferr
Resenha publicada no Blog Arquivo Passional em 23/07/2014.
site: http://www.arquivopassional.com/2014/07/resenha-guerra-patrick-ness.html