Eduardo Vieira 05/12/2020
Simples, mas comovente
Celso Sisto transmuta de maneira comovente entre a realidade e a fantasia neste conto simplista que retrata a vida e a relação de Guigo, uma criança de 11 anos, e vô Flodoardo um senhor já debilitado.
Por um lado, o autor desenvolve o afeto entre o neto (Guigo) preocupado com a saúde de seu avô e, enquanto a história é contada, é possível sentir as dores e as alegrias de Guigo nas diferentes fases em que Flodoardo, ou apenas Flô, se encontra.
Por outro lado, Celso nos embarca em uma fantasia vivida por Flô quando criança; uma fantasiada substanciada por um rei: O Rei das Pequenas Coisas, e seus três fiéis companheiros.
Enquanto lemos, é perfeitamente possível identificar traços saint-exuperianos na narrativa, bem como é válido comparar o personagem que carrega o nome da obra (O Rei das Pequenas Coisas) com o Pequeno Príncipe do longínquo B-612.
Ao final, o conto comove, e apesar de alguns momentos de falha narrativa do autor, consegue cumprir o que propõe: uma leve e tocante história de um neto apaixonado pelo seu avô. Uma história que todos já conhecemos; e mesmo assim amamos.