PorEssasPáginas 29/01/2014
Resenha Sete Dias em River Falls - Por Essas Páginas
Sabe aquele livro que você acha que vai ser de uma forma, mas é de outra completamente diferente? Foi assim com Sete dias em River Falls. Não de forma totalmente negativa, embora eu esperasse mais da leitura. Vou explicar melhor logo abaixo.
O livro me lembrou um filme de suspense desde o início. Aliás, uma mistura de suspense e policial. Temos o cenário, em que encontram um garoto morto logo no início, mas que culmina com o achado de dois corpos mutilados no lago. Temos a apresentação dos personagens principais e de destaque e temos então o desenrolar da trama com pontos de vista diversos.
Após descobrir os corpos, pertencentes a duas jovens, Amy Paich e Lucy Barton, o xerife Mike Logan decide chamar os especialistas já conhecidos de Seattle para ajudá-lo nas investigações, incluindo a psicóloga forense Jessica Hurley, com quem teve um relacionamento no passado. A notícia se espalha rapidamente pela pequena River Falls, até a universidade em que as jovens estudavam e até Sarah Kent, ex-amiga das duas, que teme que seu passado obscuro de quando convivia com as vítimas venha lhe assombrar em forma de vingança.
A narrativa é em terceira pessoa e dividida em sete partes, cada uma contando um dia daquela semana vivido pelos personagens. Como eu disse anteriormente, o livro mostra vários pontos de vista, desde os personagens principais, até personagens secundários e talvez não tão significativos e ainda o ponto de vista do assassino. Eu confesso que foi essa característica que fez com que o livro parecesse um filme, bem aqueles filmes de mistério, mas um filme tipo B, por seu final “simplista”.
Em determinado ponto, somos envolvidos não apenas com a trama principal, mas com tramas paralelas, retratando dentre outras coisas sobre ética a respeito da pena de morte nos EUA, corrupção dentro da polícia, suborno (ou favores sexuais) em troca de informação para imprensa marrom distorcer a história da forma que lhe convier. O livro meio que traça uma teia e vai relacionando os personagens entre si.
No entanto, eu achei os personagens um pouco rasos, mas talvez essa impressão seja apenas porque é o primeiro livro de uma trilogia e espero que eles sejam mais trabalhados nos próximos. Mike Logan é um homem durão, mas com uma carga emocional ou dramática muito grande, tendo em vista seu passado como investigador em Seattle e os motivos – não descritos exatamente – para largar tudo e ter uma vida mais “pacata” em uma cidade pequena.
Jessica Hurley, por outro lado, rouba a cena no livro. Ela é dinâmica, inteligente, sem papas na língua e eu achei que ela soube como direcionar a investigação de forma mais eficaz e objetiva do que o próprio Logan. Sério, ela tinha um faro para pistas, enquanto que que Logan só seguia pistas falsas e tiros no escuro.
Isso de seguir pistas falsas e tiros no escuro me cansa um pouco em um livro policial. Eu acho que fui muito mal acostumada com Sherlock Holmes por querer que as investigações sejam mega minuciosas e que levem a um suspeito óbvio, mas os erros cometidos nessa investigação foram tantos que pareceram até caricatos.
Já a personagem principal da história, Sarah, foi mais coadjuvante do que principal. Aliás, com tantos pontos de vista, fica difícil saber se a principal é Sarah, ou se esse papel é dividido entre Sarah, Logan e Hurley. Mas Sarah tem importância na trama, já que está diretamente envolvida e seus pontos de vista são coerentes. Vemos aqui uma jovem que se arrepende de seu passado promíscuo e agora que suas ex-amigas foram mortas, não quer se expor, nem para dizer para a polícia que talvez ela fosse uma vítima em potencial. Vemos também sua vida no geral na universidade, discussões, namoro… Enfim, uma jovem que tenta levar uma vida normal, mas ainda é assombrada por seu passado.
Eu gostei do livro, não é uma leitura tão contagiante como eu achei que seria, mas a história é bem contada, com começo, meio e fim. O final, aliás, me lembrou MUITO aqueles filmes de terror em que um grupo vai acampar nas montanhas e coisas estranhas acontecem. Eu sei que estou me repetindo, mas não consigo tirar da cabeça que o livro lembra um filme policial ou thriller de suspense. No entanto, o desfecho foi muito rápido. Quando você sabe que a investigação já deu tudo o que tinha que dar e está na hora do confronto entre o mocinho e o vilão, você espera alguma ação mais bem elaborada… Mas não foi bem isso o que aconteceu, por isso achei o final simplista.
Esse livro faz parte de uma série intitulada River Falls. Então podemos esperar uma nova trama para o próximo livro, com a investigação do xerife Logan. Eu recomendo a leitura se você gosta de policiais/thrillers e gosta de um pouco de tensão na hora da leitura.
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