Ray 29/03/2016
Leitura Crítica do livro
O livro Cidades Rebeldes é uma espécie de coletânea com algumas reflexões sobre as passeatas do mês de junho do ano de 2013, na cidade de São Paulo, originalmente. Entre associações de acontecimentos geopolíticos encontra-se um filósofo contemporâneo, como Zizek. Para seleção de escritores buscou uma vasta interação entre profissionais que pudessem mostrar vários conceitos e posicionamentos sobre o mesmo fato. O jornalista e cientista politico, Sakamoto consegue desenvolver um raciocínio ténue e explicar o complexo paradigma politico, com uma leitura fluída, elegendo conceitos fundamentais para o entendimento do contexto. As 108 páginas tem espaço para discutir o panorama ecológico e as questões sociopolíticas, claro que com delimitações, escritas em pouco espaço de tempo, porém aprofundadas, com dados e precisão surpreendente.
Existe um ponto crucial na leitura, a cronologia como se desenvolveu as passeatas e as relações sobre as, como o processo de comunicação através das redes sociais, o Twitter e Facebook. As pessoas começam a pautar nos assuntos cotidianos a insatisfação com o Brasil. Compreende-se que não estava muito bem definido o que exigir, existia um misto de necessidades, isso é indiscutível, mas junto com a insatisfação estava o sentimento. Um sentimento revolucionário guardado dentro dos jovens que foram para ruas.
O movimento que começara apartidário se tornava antipartidário (p.47)
Essa frase foi uma das mais importantes do livro, uma vez que apartidarismo remete a não ter um partido definido e isso que era interessante, a influência simbólica do conceito: SOMOS O POVO e não organizações partidárias com ideologias seculares e fundamentadas. Mas quando as manifestações foram desenvolvendo o sentimento de antipartidarimos o movimento caminhou para lacuna perigosa, quando não existem estudados sobre o contexto sociais e o desenvolvimento destes órgãos representativos.
Na procura de soluções emergenciais os jovens tomaram as ruas, mas junto com os espaços públicos delimitados por leis, os espaços sem lei, onde proporcionou o poder cibernético. A cúpula reveladora desfaçada na roupagem de liberdade de expressão. Em Cidades Rebeldes existe muito mais uma procura de entender a explosão acesa pelo Movimento Passe Livre e onde ele iria chegar do que aonde chegamos no próprio ano de 2013.