CleberR 18/02/2015
História das ideias na psicologia
Luís Cláudio M. Figueiredo, em seu livro Matrizes do Pensamento Psicológico, procura fazer uma regaste da história das ideias filosóficas e científicas que permitiram o surgimento da psicologia enquanto campo próprio de conhecimento. Porém, em uma tentativa de escapar de uma visão linear da história das ideias psicológicas, ele propõe a noção matriz de pensamento. Assim, ele considera que há dois grandes grupos de matrizes: a cientificista e romântica/pós-romântica. Contudo, esses dois grupos se dividem em subgrupos, que podemos ver pelos capítulos do livro.
A partir de uma visão geral da evolução da noção de sujeito na história humana (capítulo 1), o autor tenta esclarecer como essa mudança favoreceu o surgimento da psicologia. No capítulo 2, o autor faz um apanhado geral sobre as matrizes que serão abordadas ao longo do livro. No capítulo 3 e 4, respectivamente, matriz nomotética e quantificadora e matriz atomicista e mecanicista, o autor explora o contexto científico-cultural que emerge as primeiras ideias psicológicas que permitiram a noção de psicologia como ciência autônoma, entretanto, é também uma tentativa de constituir uma ciência natural sobre a mente e o comportamento que marcará tais matrizes.
Nos capítulo 5 e 6 são abordadas as matrizes de base funcionalista e organicista. Particularmente, gostei muito desses capítulos por explorar como as propostas da biologia, por exemplo, a teoria da evolução de Darwin, foram fundamentais para a constituição da psicologia, especialmente para as abordagens psicológicas mais conhecidas no Brasil. O capítulo 7 retoma a velha discussão da psicologia “ambiente x inato” de uma forma bastante fundamentada e como o interacionismo resolve tal disputa. Quanto à matriz vitalista e naturalista (capítulo 8), eu não entendi a proposta do autor, entretanto posso dizer que ele parece não concorda com as ideias dessa matriz.
As matrizes românticas e pós-românticas são explicitadas a partir dos capítulos 9 e 10, intitulado de matrizes compreensivas. Confesso que pouco entendi do capítulo 9, porém achei fantástico como o autor trabalha o capítulo 10. Aqui o autor aborda como o estruturalismo resolve vários problemas metodológicos românticos, qual foi o papel da linguística e da antropologia. A última matriz pós-romântica é a fenomenológica e existencialista, que aqui trás uma nova proposta de epistemologia para a psicologia, onde K. Jaspers busca referência para sua psicopatologia.
Por fim, tenho que assumir que minha compreensão do texto foi pouca e confusa. O texto é difícil e, caso alguém queira lê-lo, busque ajuda de um professor ou um colega mais experiente na história da psicologia. Contudo, é um livro que oferece uma visão de como o contexto científico-cultural-político influenciaram o surgimento da psicologia.
OBS.: Realmente espero críticas sobre esta resenha. Minha compreensão foi muito rasa e esse texto foi uma tentativa de elaborar minhas ideias sobre o livro.