Primavera Silenciosa

Primavera Silenciosa Rachel Carson




Resenhas - Primavera Silenciosa


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Thaís Berganton 26/07/2020

Sintéticos
Impossível deixar de citar que esse livro clássico é de extrema importância e o que mais me chamou a atenção foi a visão ampla e clara que a Rachel Caron tinha na época, em 1962. O pós guerra e a necessidade de aumentar a produção na agricultura gerou uma corrida por produtos químicos sintéticos para controlar insetos praga, que foram desenvolvidos e utilizados no ambiente sem nenhum teste prévio de toxicidade, causando efeitos desastrosos e o desequilíbrio ambiental.

Ainda hoje enfrentamos alguns problemas citados por ela, e outros assuntos finalmente passaram a ser pontos de discussão (seletividade, controle biológico, toxicologia, etc). Rachel aborda os efeitos dos produtos químicos na água, no solo e nos organismos, trazendo dados importantes e novos para a época. Nossos comportamentos não mudaram!

Estava com expectativas elevadas quanto a esse livro e posso dizer com toda a certeza que estas foram atingidas! Achei uma obra incrível!!
Eles não deveriam ser chamados de inseticidas, e sim biocidas - Rachel Carson.

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lumybea 11/08/2021

primavera silenciosa
as descrições e explicações da autora são belíssimas. esse livro é uma verdadeira obra de arte.
saber que esse livro mudou coisas me enche de esperança para o nosso futuro.
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Rui Alencar 03/02/2012

PRIMAVERA SILENCIOSA
Apesar de ser um livro antigo e versar principalmente sobre os insetiscidas, trata-se de um livro belíssimo e permanece atual na medida que chama atenção para o despejo de muitos produtos químicos que convivemos atualmente. Apesar de, em alguns momentos, achar o livro “muito verde” me inseri no contexto e percebi a dificuldade que a autora teve para chamar atenção a essa problemática. Eis alguns recortes que guardei...:

Pag. 12....A população atribuía aos químicos, trabalhando em seus aventais brancos engomados em remotos laboratórios, uma sabedoria quase divina. Os resultados de seu trabalho eram ornamentados vom a presunção de beneficência. Nos Estados Unidos do pós-guerra, a ciência era Deus, e a ciência era masculina.

Pag. 14/15...Intoxicada com a sensação de seu poder, a [humanidade] parece estar se envolvendo cada vez mais em experiências de destruição de si própria e de seu mundo;

Pag.15 ...Primavera Silenciosa, o produto da sua inquietude, desafiou deliberadamente a sabedoria de um governo que permitia que substâncias tóxicas fossem lançadas no meio ambiente antes de saber as consequências de seu uso a longo prazo. ...A ciência e a tecnologia, denunciava ela, haviam se tornado servas da corrida da indústria química em busca de lucros e do controle dos mercados. Em vez de proteger a população de danos potenciais, o governo não apenas dava sua aprovação a esses novos produtos como o fazia sem estabelecer nenhum mecanismo de prestação de contas. ...”Será que alguém acredita que é possível lançar tal bombardeio de venenos na superfície da terra sem otrná-la imprópria para toda a vida ?”

Pag. 16...”A obrigação de suportar nos dá o direito de saber”

Pag. 19...Este é um livro para saborear: não pelo lado negro da natureza humana, mas pela promessa de possibilidade de vida.

Pag. 152...Como o constante gotejar da água que, pouco a pouco, desgasta a pedra mais dura, esse contato do nascimento até amorte com produtos químicos perigosos, pode, no fim, revelar-se desastroso. Cada uma dessas exposições recorrentes, não importa quão leve seja, contribui para a acumulação progressiva de produtos químicos em nosso corpo e, assim, para o envenenamento cumulativo. Provavelmente ninguém é imune ao contato com essa contaminação crescente, a não ser que viva na situação de maior isolamento imaginável. Anestesiado pelas propagandas sugestivas e pelo persuador oculto, o cidadão comum dificilmente tem consciência dos materiais letais de que está se cercando...

Pag. 152...Se uma grande caveira com dois ossos cruzados embaixo estivesse pendurada na frente da seção de inseticidas, o consumidor poderia pelo menos entrar ali com o respeito normalmente atribuído a materiais legais.

Pag. 156/7..Na dieta de uma residência comum, as refeições e quaisquer produtos derivados de gordurta animal contém a maior quantidade de resíduos de hidrocarbonetos clorados. Isso acontece porque esses agentes são solúveis em gordura. Os resíduos armazenados nas frutas e nas verduras tendem a apreentar quantidades menores. Essas substãnicas são pouco afetadas pela lavagem – o único remédio é remover e jogar fora todas as folhas externas dessas verduras, como a alface e o repolho, descascar a fruta e não usas as cascas nem nenhuma cobertura exterior. O cozimento não destrói os resíduos.

Pag. 159...Mesmo que 7 ppm de DDT na alface da salada do seu almoço fosse “seguro”, a refeição inclui outros alimentos, cada um com sua quantidade permitida de resíduos, e os pesticidas em sua comida são, como já vimos, apenas uma parte, e, possivelmente, uma parte pequena, da sua exposição total. Esse acúmulo de produtos químicos de várias fontes diferentes cria uma exposição total que não pode ser medida. Não há sentido, portanto, em se falar da “segurança” de qualquer quantidade específica de resíduos.

Pag. 160...Na verdade, então, fixar tolerâncias é autorizar a contaminação dos alimentos consumidos pela população com substâncias químicas venenosas a fim de que o horticultor e a indústria de processamento de alimentos possa desfrutar do benefício de uma produção mais barata – e punir o consumidor exigindo que ele mantenha uma atitulde de vigilância para garantir que não vá receber uma dose letal.

Pag. 163...Devemos nos preocupar mais com os efeitos retardados da absorção de pequenas quantidades de pesticidas que contaminam invisivelmente o mundo...As pessoas se impressionam mais facilmente com as doenças que já tiveram manifestações mais óbvias. No entando, alguns de seus piores inimigos se insinuam da forma mais livre e discreta possível.

Pag. 164...Quando se está preocupado com o misterioso e maravilhoso funcionamento do corpo humano, causa e efeito dificilmente são relações simples e facilmente demonstradas...Estamos acostumados a procurar os efeitos flagrantes e imediatos e a ignorar tudo o mais. A não ser que o efeito apareça de pronto e de forma tã óbvia que não possa ser ignorado, negamos a existência do risco...A falta de métodos suficientemente refinados para detectar os males antes dos sintomas parece ser um dos maiores problemas não resolvidos da medicina.

Pag. 173...O trabalho fundamental de produção de energia é realizado não em qualquer órgão especializado,mas em todas as células do corpo.

Pag. 176...não se deve esquecer que muitos agentes químicos são parceiros das radiações, produzindo exatamente os mesmos efeitos.

Pag. 206...Os agentes químicos se entricheiraram em nosso mundo deduas formas: em primeiro lugar, ironicamente, na busca do ser humano por uma vida melhor e mais fácil; em segundo, porque a fabricação e a venda de tais produtos se tornou aceita da nossa economiae estilo de vida.

Pag. 207...Para aqueles para quem o câncer já é uma presença oculta ou visível, os esforços para encontrar curas devem, é claro, continuar. Mas para aqueles que não foram ainda atingidos pela doença e, com certeza, para gerações ainda não nascidas, a prevenção é uma necessidae imperativa.

Pag. 219...Investigações sobre os antecedentes de alguns desses especialistas revelam que todo seu programa de pesquisa foi financiado pelas indústrias químicas. O prestígio profissional desses pesquisadores, e as vezes seu próprio emprego, dependem da perpetuação dos métodos químicos. Podemos então esperar que eles cuspam no prato em que comem ? Todavia, conhecendo essas suas vinculações, que crédito podemos dar a seus protestos de que os insetiscidas são inofensivos ?

Pag. 229...o que hoje talvez sejam os inseticidas químicos mais promissores podem ser o lamentável fiasco de amanhã...
Isis 03/03/2015minha estante
Obrigado por postar os recortes.




Krishna.Nunes 21/05/2021

Pedra fundamental na discussão do ambientalismo e riscos dos pesticidas
A principal sensação que essa obra suscita é de perplexidade. Não apenas pelo quanto ele ensina, o que não é pouco, mas pela percepção do quanto ignoramos.

Eu duvido que uma pessoa educada e bem informada do século XXI, que não seja um pesquisador da área, tenha noção de mais de 10% do que esse livro revela. É claro que imaginamos que agrotóxicos poluem a natureza e provavelmente causam doenças, mas não temos ideia da extensão dos danos já causados nem das possíveis consequências do uso descontrolado. A mídia podia nos bombardear com notícias constantes dos perigos que corremos e mesmo assim não estaríamos precavidos o suficiente. E isso não acontece. Não sabemos quantos trabalhadores rurais são intoxicados, quantas pessoas ou animais são envenenados involuntariamente e que riscos corremos ao ingerir alimentos ou consumir água contaminada.

O livro pode ser lido na sequência ou como uma coletânea de artigos/ensaios independentes. Todos os capítulos têm a mesma estrutura, o que pode dar a impressão de estar sendo repetitivo, mas o conteúdo de cada um trata de um tema diferente: poluição da água, envenenamento do solo, eliminação de fauna, morte de animais domésticos, intoxicação de pessoas, doenças causadas por pesticidas, etc., sempre oferecendo uma alternativa ao uso de venenos para cada situação analisada. E tudo acompanhado de extensa bibliografia científica. Numa época em que o ambientalismo nem sequer era uma questão, Primavera Silenciosa inaugurou o tema e serve de suporte para os debates até hoje.

Dias depois de ter concluído a leitura, as questões ainda voltam à cabeça: hoje estamos melhor ou pior do que na década de 1960? Foram feitos estudos com objetivo de desenvolver agrotóxicos mais seguros ou sua toxicidade continuou aumentando à medida que as "pragas" desenvolveram resistência? As agências reguladoras realmente cumprem seu papel ou se vendem ao lobby? Por que o sistema de saúde nem sequer oferece testes dos níveis de concentração de venenos em pessoas e nos alimentos? E o que chega a nossas mesas, por acaso passa por algum controle ou teste? Qual o papel dos jornalistas e da comunidade científica para manter a população informada?

É uma leitura de importância fundamental, verdadeiramente necessária. Um livro que responde a dezenas de perguntas e nos faz pensar em inúmeras outras.
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Daniel Lucca 15/07/2021

Continua um pouco menos silenciosa
O livro é escrito para que todos possam entender o quanto o uso de agrotóxicos hoje conhecidos como "defensivos agrícolas" foram e são prejudiciais à toda cadeia ecológica de uma região, com diversos exemplos Rachel Carson descreve que o uso trás muito mais perdas do que ganhos, sendo o precursor de movimentos ambientais marcando toda uma geração. Necessário de se conhecer.

"Ainda estamos envenenando o ar e a água, e corroendo a biosfera, embora menos do que se Rachel Carson não tivesse escrito"
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BIU VII 01/02/2011

No mínimo emocionante...
Primavera Silenciosa era um livro que tinha bastante tempo que eu queria ler, criei uma expectativa muito grande em cima do livro, e o livro é no mínimo emocionate, uma luta de David contra Golias. Um destes livros raros que consegue mudar alguma coisa no mundo, vai para minha estante como um dos favoritos, sem dúvida.
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Inês 24/02/2020

Clássico e atual
Rachell Carson fez história com Primavera Silenciosa, e certamente a forma como hoje se pensa no meio ambiente seria diferente se ela não o tivesse escrito. Apenas pelo seu valor histórico a leitura já vale a pena. Mas também vale por se tratar de um livro muito atual pois as questões apontadas pela autora (infelizmente) ainda são pertinentes mesmo decorridos 60 anos e os riscos e consequências do uso dos agrotóxicos continuam parte de nossa realidade. Além deste valor histórico e informativo a escrita da autora é de muito fácil entendimento o que torna a leitura válida tanto para cientistas quanto para leigos, o que também é um grande feito que merece ser reconhecido. Super recomendo, especialmente no atual contexto de desvalorização das pautas ambientais e liberação de agrotóxicos.
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Jennifer 24/01/2021

Revolucionário
Sua pesquisa relatada no livro conseguiu mudar o rumo do desastre ambiental que devido as atividades humanas inconsequente estávamos tomando. Uma leitura objetiva e clara quanto o seu propósito informar a sociedade do risco que toda a natureza estava correndo.
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Artur.Navarro 22/03/2022

Uma verdade inconveniente
O livro trás uma verdade que muitos dos governantes tentam esconder e que a ciência já está cansada de comprovar o quão prejudicial são os agrotoxicos.

Seu efeito é prejudial a toda diversidade biológica de vida em nosso planeta. Tendo efeitos deleterios para além dos organismos alvos, atingindo a nossa espécie e outras espécies.
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Amanda 21/09/2021

Primavera silenciosa
Esse foi meu primeiro contato com a autora, e me deixou com vontade de conhecer outras obras dela também. A linguagem é clara e objetiva, de fácil entendimento, não me surpreende que tenha se tornado um clássico e um exemplo de divulgação científica eficaz. Recomendo muito!
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Murilove 03/05/2024

Primavera silenciosa (1962) é uma obra importante para entender um pouco de um dos pilares que mantêm a destruição lenta do meio ambiente. Leitura interessante para qualquer ecossocialista, onde Rachel Carson nos mostra como de forma não visível a olhos nus e lenta os efeitos dos agrotóxicos atuam no ciclo da natureza e consequentemente na vida e saúde das pessoas.

Tendo como foco de análise os EUA a autora expõe como a busca rápida ou de interesse econômico para problemas ambientais tem consequências negativas muitas vezes irreversíveis. O livro teve uma importância gigante para a história, conseguindo após sua publicação na época alterar as leis vigentes até então nos Estados Unidos para o DDT (para-diclorodifeniltricloroetano), sintético químico que era utilizado em larga escala para controle de pragas.

Fica claro com a leitura o interesse do sistema econômico em manter o investimento em pesquisas de controle, mesmo com dados que mostram os impactos negativos, ao invés de pesquisas de prevenção, principalmente com uso orgânico ao invés do controle com sintético químicos. A dificuldade de alteração desse sistema é demonstrada por todo uma cadeia econômica estabilizada em torno desses agrotóxicos, com um grande retorno financeiro, entretanto com altos riscos à saúde humana.

Vivemos atualmente cercados de cada vez mais casos de câncer e a estamos longe de pensar em buscar solução para os problemas na raiz. A ironia é que a razão do problema é a busca por uma vida mais fácil. Criar o problema para vender a solução se tornou parte da economia capitalista.

Não existe ?controle da natureza? e nem um planeta B e como dizia Gramsci nos resta continuar sendo pessimista da razão e otimista da vontade.
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Clarissa 08/05/2019

Livro atual
Primavera Silenciosa é marcado como um importante livro que revolucionou o século XX. Observando o atual cenário brasileiro, com uma aprovação recorde de 166 agrotóxicos somente em 2019, conseguimos notar que este livro ainda se apresenta como muito contemporâneo.
Através de uma linguagem simples a autora consegue abordar vários termos do meio cientifico de forma precisa e compreensível para quem não é desse meio. Explicações sobre como surgiu a indústria química de agrotóxicos, principais classes dessas substâncias, diferentes formas de contaminações por meio do seu uso entre outras são alguns do exemplos de temas abordados no livro.
O número de ocorrências de contaminações pelo uso de agrotóxicos é algo impressionante. Rachel utiliza de diversos exemplos que nos mostram a gama de prejuízos que essas substâncias podem ocasionar. O mais emblemático é o caso dos pintarroxos, este inclusive que está relacionado com o nome do livro,
Primavera Silenciosa é uma ótima opção de leitura para quem quer ampliar sua visão para as questões ambientais.
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Adriano 02/05/2010

Inquietante
Nos Estados Unidos, o uso indiscriminado de agrotóxicos, nas décadas de 50 e 60, provocou sérios danos a toda cadeia alimentar de diversas espécies de aves e peixes. Milhares de exemplares desses animais foram dizimados em nome do controle eficiente de pragas. Estas, que normalmente são introduzidas no meio ambiente pelo próprio homem. Em nome da ganância e do mais valia, espécies exóticas de plantas são importadas e com elas frequentemente alguns hospedeiros indesejáveis são introduzidos no novo ambiente. Uma vez em local com condições favoráveis e sem predadores eficientes o desequilíbrio é inevitável.
Mas como utilizar as armas químicas, resquícios da guerra, de forma mais brilhante que no controle de “pragas”. Até o nome dado a insetos que desempenham um papel importante na natureza, em seu espaço original, justifica o uso dessas substâncias “salvadoras”. Enfim a indústria química já fortemente estabelecida, enriquecida com a matança do homem no tempo de guerra não poderia declinar.
Frente a tudo isso houve um grito. Uma voz solitária impregnada de paixão à natureza, enfrentando todas as adversidades e restrições, fez-se ouvir. Primavera Silenciosa é um marco na literatura “ambiental”. Os primeiros movimentos ambientalistas surgiram ou se fortaleceram com os fatos inquestionáveis presentes neste livro histórico.
Um fato curioso e intrigante é que Silent Spring (título original) é reeditado constantemente nos EUA, entretanto no Brasil houve apenas duas edições, sendo a última datada de 1969. Enquanto isso, nosso país, celeiro mundial da produção de grãos, é pulverizado indiscriminadamente em nome do progresso e do combate à fome.
Infelizmente, se você quiser ler esta obra prima de Rachel Carson e não domina a língua inglesa, terá que encontrá-la digitalizada, pois é quase impossível encontrar um exemplar “tupiniquim” para comprar.
Acredito também que o sucesso atingido por esta obra - a proibição do uso de alguns pesticidas - se deu única e exclusivamente, pelo fato do colapso econômico de outras atividades como o ecoturismo, a indústria da pesca e o gasto com saúde pública. Enfim, vivemos no mundo do “capital selvagem”.
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Fersou0 14/05/2020

Livro atemporal
?Primavera Silenciosa? conta com o relato de diversas histórias sobre o uso de agrotóxicos (que na época ainda não possuem esse nome, mas sim chamados de herbicidas). As histórias mostram a dizimação de milhares de espécies animais que foram contaminadas de forma absurda e sem nenhum estudo prévio para entender quais impactos pudessem ser gerados. Para a época, o essencial era a eliminação de indivíduos que não fossem convencionais ou que trouxessem prejuízo para as plantações. A situação tomou proporções que saíram do controle e mais uma vez observarmos que a preservação da natureza não foi contabilizada nos esforços, pois o que muitos acreditavam eram que a natureza estava a disposição da humanidade apenas para servi-la. É sufocante ler os relatos e tentar sentir na pele a maré de produtos químicos que estavam sendo consumidos. Rachel escreveu um livro atemporal na década de 60 e ao final da leitura me pergunto como estão os locais atualmente. Será que quase 70 ou 80 anos depois, os animais continuam apresentando sinais de bioacumulação por DDT ou dieldrina?
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@linãolembroonde 27/01/2021

Primavera silenciosa é extremamente técnico, então não indicaria para àqueles que não forem realmente interessados em meio ambiente e seus problemas. Não é um livro pra passar o tempo, ele é um estudo, uma análise do nosso tempo, da evolução humana, da nossa relação com a natureza, muitas vezes destruidora.O livro é de 1962, ,mas muitas foram às vezes que me senti lendo um artigo científico que acabou de ser publicado. Pesticidas estão sempre na mídia, o governo atual autorizou a utilização de mais de 60 só nós últimos dois anos!!!!! Alguns considerados extremamente tóxicos pelo FDA (A ANVISA dos EUA). E lhes pergunto...sabemos o que eles causam no nosso organismo? A curto e a longo prazo? Aos animais? Ao solo e recursos hídricos??? Eu acho que não.O livro conta uma centena de situações sobre o uso indiscriminado e sem cuidados de vários venenos! As consequências são notadas rapidamente. Uma situação que a Rachel narra foi de uma aplicação de DDT em uma região dos EUA. Um avião passa pulverizando tudo...a área em questão incluía uma universidade com muitas árvores que seriam o abrigo de uma espécie de pássaros migratórios, os pintarroxos. Houve a pulverização, depois a chuva. Dias se passaram, os pintarroxos chegaram. E um belo dia o campus da universidade antes verde, amanheceu com pequenas manchas se você observasse ao longe...chegando mais perto descobriu-se um mar de pássaros mortos ou agonizantes.O veneno que era destinado para áreas de plantio acabou sendo estendido. As árvores da universidade não deveriam ter recebido o veneno, mas receberam. A chuva delicadamente o carregou para o solo, que consequentemente foi ingerido em enormes quantidades pelas minhocas. Elas, por sua vez, compõem o principal alimento dos pintarroxos.  O resultado foi rápido e certeiro. E animais que não eram o foco da pulverização acabaram sofrendo. Foi necessário muitos anos para que a migração desses pássaros fosse normalizada.E os exemplos seguem durante o livro. Ele é  desafiador, levei bastante tempo pra ler, mas preferi ler com calma pra compreender tudo. Ele é pesado e me senti lendo uma tese de doutorado! E não é à toa, li no kindle e quando cheguei nos 80% o livro acabou, todos os outros 20% são de referências bibliográficas!
Mas ele não fala só de problemas, também trata do que podemos mudar e nos dá esperança de um mundo diferente, desde que nós estejamos dispostos a mudar...
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