Crítica à razão dualista

Crítica à razão dualista Francisco de Oliveira




Resenhas - Crítica à razão dualista/ O ornitorrinco


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Cachamorra 09/10/2024

Uma crítica sóbria à economia
Comentario rápido.

Aqui temos um clássico das Ciências Sociais. Francisco de Oliveira faz uma análise (e crítica) à teoria desenvolvimentista Latinoaméricana. Inclusive das propostas do primeiro governo Lula.

Excelente análise, Chico hoje, se estivesse vivo, chamaria o governo Lula 3 de covarde, por não combater a direita e atrapalhar a esquerda radical.
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Henrico.Iturriet 28/05/2023

Análise estrutural da dependência
Chico de Oliveira elucida bem o marxismo contido em sua teoria, demonstrando uma crítica à razão dualista cepalina, que formulou a teoria do capitalismo periférico com a divisão desenvolvido e subdesenvolvido. Havia um pequeno problema nela: as características supostamente contraditórias eram em razão da especificidade do capitalismo brasileiro, sem levar em conta que seu crescimento empírico era sempre alinhado com uma política de concentração de renda e não redistributiva próprio para atender a construção do capitalismo com as múltiplas capacidades de acúmulos de capitais diferentes presentes nas relações de produção no país.

O que Chico mostra nessa obra é a importância de considerar o rural completamente subordinado pela economia industrial e urbana, que utiliza a população negra, majoritariamente, para sobreviver com um exército industrial de reserva em abundância pela instância de subsistência rural. Isso cria uma superexploração do trabalho, ou seja, trabalho não pago, o que retribui com os custos específicos de reprodução da força de trabalho, que basicamente se auto-repõe.

É uma obra densa, apesar de pequena, que necessita de alguns conhecimentos prévios sobre algumas teorias sobre o capitalismo brasileiro e o capitalismo europeu
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MaY 30/04/2023

Entender o Brasil é entender sua posição no mundo. "Crítica a razão dualista" trás reflexões para a sociologia e discute as teorias do desenvolvimento.
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Cicero.Gilvan 13/04/2020

Ornintorrinco
O livro busca trazer explicações do que é o Brasil. Das origens de sua desigualdade social, sobre as fases de sua industria, do surgimento de uma nova classe consumidora no período que compreende o regime militar de 1964 etc. À analogia com o Ornintorrinco, não é por acaso, pois tenta entender a diversidade da realidade brasileira, assim como os biólogos tentaram compreender que animal era aquele, com aparência tão incomum. Otima leitura.
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Cici_Barros 02/07/2009

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Publicado primeiramente como um ensaio, em 1972, com o título "A economia brasileira: crítica à razão dualista", este clássico da reflexão sobre o Brasil foi transformado em livro em 1973. Trinta anos depois, é reeditado pela Boitempo, batizado simplesmente de "Crítica à razão dualista". Somam-se a ele neste volume o ensaio "O ornitorrinco", também de Francisco de Oliveira, e o "Prefácio com perguntas", de Roberto Schwarz.

Em Crítica à razão dualista, Chico de Oliveira propôs uma nova forma de pensar a economia brasileira, oposta à da intelectualidade da época que, ao mesmo tempo em que denunciava a miséria em que vivia (ainda vive) a maior parte da população latino-americana, mantinha seu esquema teórico amarrado à economia de mercado. Essa dualidade, segundo Chico, "reconciliava o suposto rigor científico das análises com a consciência moral", levando a proposições reformistas que reduziam a luta de classes à demanda.

Crítica à razão dualista tenta apanhar esses caminhos cruzados: como "crítica, ela pertence ao campo marxista; como especificidade, pertence ao campo cepalino. Quanto à teoria do subdesenvolvimento, ela seria em parte responsável pela não formulação de uma análise do capitalismo no Brasil".

Três décadas depois, a obra de Chico de Oliveira continua sua busca pela intersecção permanente entre a política, a economia e a sociedade brasileira e seus conflitos. Foi assim que ele promoveu a atualização de sua Crítica, escrevendo O ornitorrinco, nome que deu ao Brasil de hoje, sob o signo de Darwin: "altamente urbanizado, pouca força de trabalho e população no campo, dunque nenhum resíduo pré-capitalista; ao contrário, um forte agrobusiness. Um setor industrial da segunda Revolução Industrial completo, avançando, tatibitate, pela terceira revolução, a molecular-digital ou informática. (...) Mas esta é a descrição de um animal cuja `evolução` seguiu todos os passos da família! Como primata ele já é quase Homo sapiens! Parece dispor de `consciência`, pois se democratizou há já quase três décadas. Falta-lhe, ainda, produzir conhecimento, ciência e técnica: basicamente segue copiando, mas a decifração do genoma da Xylella fastidiosa mostra que não está muito longe de avanços fundamentais no campo da biogenética; espera-se apenas que não resolva se autoclonar, perpetuando o ornitorrinco".

Esse bicho, que não é isso nem aquilo – um animal improvável na escala da evolução –, foi a forma encontrada por Chico para qualificar a espécie de capitalismo que se gerou no país e que não dá mostras de mudança no momento mesmo em que o Partido dos Trabalhadores chega à Presidência da República.

Somado aos dois ensaios do autor, neste volume encontramos o magnífico “Prefácio com perguntas”, de Roberto Schwarz. Mais que uma bela e original análise da obra de Chico, esse prefácio é um chamado a que pensemos o mundo além do estreito pragmatismo corrente. O que o leitor terá em mãos representa uma contribuição – e uma provocação – inestimável nestes tempos que continuam obscuros e deveriam desvelar uma aurora.

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