A desumanização

A desumanização Valter Hugo Mãe




Resenhas - A desumanização


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Ariana.Cunha 28/12/2018

Perdendo a essência humana...
A desumanização - Valter Hugo Mãe

(Desumanizar=desumano, perder a essência humana).
Essa obra foi meu primeiro contato com esse autor, já tinha ouvido várias críticas sobre seus livros, mas como a fila e as prioridades de leitura vão mudando de acordo com o momento, acabei postergando essa leitura.


Temos aqui a triste história de Halla que logo no início da narrativa perde sua irmã gêmea, Sigridur. A partir desse acontecimento, Halla se descobre como a parte morta de sua irmã, a parte que vivia de acordo com as ideias e ideais de Sigridur. O vazio passa a ser seu melhor amigo; a tristeza e a indiferença vai acompanhá-la até a última palavra.
A história é narrada por ela mesma, uma menina de 11/13 anos. Ela terá sua vida marcada pelo ódio da mãe, pela descoberta do sexo com quem ela menos queria estar, pela culpa e abandono.
Para Halla, a vida só se justificativa por meio das palavras, da existência da poesia... Isso faz do livro um espetáculo.
O autor aborda as dores dessa pequena menina de forma poética, puramente sensível... Acompanhamos esses passos sem direção e esses conflitos da personagem sentindo um nó na garganta.
O desfecho é extremamente surpreendente... Não há indícios nenhum do que vai acontecer e, quando lemos o último parágrafo, a gente fica sem reação e pensando... E agora?!!!

"Os livros eram ladrões. Roubavam-nos do que acontecia. Mas também eram generosos. Ofereciam-nos o que não nos acontecia".

"Não ler, pensei, era como fechar os olhos, fechar os ouvidos, perder sentidos. As pessoas que não liam não tinham sentidos. Andavam como sem ver, sem ouvir, sem falar. Não sabiam sequer o sabor das batatas. Só os livros explicavam tudo. As pessoas que não leem apagam-se do mapa de deus".

"Os livros tinham presas e dentes afiados e comiam gulosamente as pessoas".
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Carolina CM 08/12/2018

Dor
Dor em forma de escrita poética. Achei que passou do ponto.
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Carol.Cuofano 20/10/2018

Necessária reflexão
O fato desse livro ter sido escrito por VHM já seria condição suficiente para recomendar a leitura.
Quando sabemos que essa citação é uma pequena parte do que encontraremos, não sei o que dizer: "Os livros eram ladrões. Roubavam-nos do que nos acontecia. Mas também eram generosos. Ofereciam-nos o que não nos acontecia."
Ao terminar essa obra estou sem palavras. O livro é lindo, triste, duro, poético... O autor trata da morte e de como uma família luta para superar essa perda. Cada um sofre a sua maneira. Quem sofre mais, para mim, é a irmã que ficou viva, pois além de enfrentar a morte da irmã sem bem compreender o que isso significa, ainda tem que lidar com a ira da mãe que se torna uma pessoa muito amarga e até violenta.
Não é uma leitura fácil e nem rápida. Por vezes é necessário fechar o livro, respirar fundo e ter contato com algo muito alegre antes de reunir forças para continuar a leitura.
Recomendo fortemente apenas se você estiver passando por um bom momento em sua vida, pois ao mesmo tempo que é lindo é melancólico.
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Taci 14/10/2018

Escrita poética de VHM
A primeira metade do livro é permeada de bastante lirismo, e percebemos que o enredo apenas começa a despontar do meio para o final da obra. Somos apresentados à solidão de Halla, que simplesmente sobrevive após a morte da irmã gêmea, ao tempo em que presencia o esvaziamento de si própria, da megera mãe e do amado pai. Forçada a um amadurecimento precoce, Halla vai descobrindo pequenos prazeres e suas consequências, numa história que se encontra em perfeita consonância com as paisagens gélidas e belas dos fiordes islandeses. É um livro belo e triste, que detalha como somos capazes de nos desumanizar diante das agruras da vida.
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Guynaciria 07/10/2018

Que livro minha gente.

Aqui temos retratada uma garota de 11 anos, que perdeu sua irmã gêmea a alguns anos. Ela passa a sofrer com a melancolia pela perda dessa irmã, ao mesmo tempo que se ver vitima das agressões  físicas e verbais de sua mãe, que preferia a filha morta e que não consegue lidar com o luto.

Essa menina se ver tão perdida e desamparada no mundo, que acaba se envolvendo sexualmente com um homem na faixa dos 30 anos, para piorar essa relação de pedofilia e adultização é retratada de uma forma poética, o que faz com que o leitor desavisado crie até mesmo um sentimento de empatia pelo homem que tem um retardo mental, agindo muitas vezes como uma criança apaixonada.

No momento em que nos damos conta que o personagem não pode ser responsável criminalmente, uma vez que não entende a agressão cometida contra a jovem, vemos seus pais e comunidade tentando encobrir o acontecido, para não serem vistos pela cidades mais desenvolvidas, como um povo atrasado e ignorante. 

É triste perceber que o que está ali retratado pode ser visto em diversas comunidades de nosso país, ainda hoje vemos casos em que as vítimas são vistas sem simpatia e acabam até mesmo sendo acusadas pelos crimes contra elas cometidos.

Se juntar a isso, o fato de a personalidade está em formação, que a menina se encontrava fragilizada, que seus pais viram o acontecido com um certo alivio, pois teriam aquele peso ( criação da filha) removido por um terceiro, tudo isso só piora a situação da jovem que pouca ou nenhuma instrução tinha.

O livro nos faz refletir a respeito dessa cultura machista que erotiza crianças e permite que crimes como o estupro sejam encobertos, para assim manter o suposto bom nome das famílias dos envolvidos, Infelizmente essa é uma triste realidade mundial.
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Henrique M. 02/08/2018

Sempre que eu termino de ler um livro do Saramago ou do Gabriel Garcia Marquez eu sempre sinto que o livro que leio em sequência é mal escrito. Curiosamente, mesmo tendo acabado de ler O Evangelho Segundo Jesus Cristo (provavelmente o melhor livro que li na vida), fiquei deslumbrado com o domínio da escrita do Valter Hugo Mãe.

Quando falo de escrita, falo de construção sintática mesmo, de vocabulário, nem tanto de construção narrativa.

Na verdade, acho que o prazer da minha experiência com a leitura deste livro se limitou à esta escrita e a alguns capítulos que antecedem o fim da primeira parte. No geral, a escrita extremamente poética que encanta a tantos, me desagrada. Não é que eu não goste, é que acho chato. Me incomoda que se se removesse a palavra "como" do vocabulário, o autor não conseguiria escrever sequer um parágrafo, porque ele não consegue expressar a mais simples ideia sem fazer as comparações e metáforas mais floreadas o imaginável. É pra deixar a literatura francesa no chinelo.

Enfim, a primeira parte do livro, ainda que um tanto cansativa por estes motivos, consegue ser bem legal e me soam como uma história que vale a pena ser contada. Já a segunda, me soa como enrolação para que a menina tenha maturidade suficiente pra fazer o que fará no final.

Pretendo dar mais chances ao Mãe, mas acho difícil ser um dos meus autores preferidos.
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Pedro 23/07/2018

o húmus da Desumanização
A palavra “humanidade” é originada do “húmus”. Húmus é a terra, chão fértil, onde nascem e se enraizam todas as coisas vivas. O humus é a vida, a energia vital e as experiencias instintivas inerentes a todos os seres vivos. O homem, portanto, é em primeira instância feito de húmus, e tem profunda conexão com a terra.

Halla é a personagem principal do livro de Valter Hugo Mãe. O dilema do livro é sobre como ela lida com sua próprio “húmus” em sua forma mais pura e simples. Halla é uma criança, de doze anos e nos passa a visão melancólica e simples, característica da narrativa de Mãe. As interconexões entre o mundo infantil e em expansão da garota são tratados de maneira a resgatar a humanidade.

A personagem está em profunda conexão com seu húmus, enraizada na terra da ilha da Islândia, onde existe uma grande conexão entre o povo e sua terra. A representação dessa conexão está em sua irmã gêmea morta, Signdur, enterrada sb os charcos perto de sua casa. Signdur é o ponto de equilíbrio entre Halla e a Islândia, indiretamente de sua própria humanidade. Em Halla, existe o conflito eterno da aceitação ou não dessa humanidade. Aceitação não de uma forma lógica e racional, mas meramente instintiva de seu próprio ser. O “húmus se manifesta na loucura e repugnância de seu parceiro Einar, e na ternura maternal de seu bebê morto.

A rejeição do húmus, por sua vez, se represente na rejeição de sua mãe, a que vive em eterno conflito.A mãe de Hanna é a personificação da desumanidade. A mãe que rejeita seus próprios filhos, rejeita sua própria pele e se corta, e corta Halla. A rejeição de seu próprio ser, e a aceitação do seu não-ser.

No fim, é esse o conflito que quer passar Valter Hugo Mãe, pois Hanna está presente em todos nós na rejeição com nosso próprio toque de humanidade de todos os dias. A rejeição através da frieza, indiferença e a autoflagelação. Porém, no fim do dia, somos todos humanos, e a conexão com o húmus estará sempre presente em nós.
Pedro Henrique 16/09/2018minha estante
Excelente resenha ! Parabéns !




@ALeituradeHoje 05/07/2018

Amor Destruidor
Em um determinado momento do livro um personagem fala: “Arrancarei o coração e depois de seco servirá de trapo para limpar apenas coisas estúpidas... não servirá para mais nada”
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Foi assim que senti meu coração por diversas vezes ao ler A Desumanização de Valter Hugo Mãe.
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Um título nunca foi real. Cada página lida era um trucidar da humanidade existente em cada personagem e isso parecia me destruir devagar e de forma atroz. Mas, assim como o livro trata da desumanização do ser humano, o que ele fez comigo foi me mostrar quão humana eu sou. E isso me fez sofrer profundamente.
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A premissa do livro é de uma menina de 11 anos que fala como a morte de sua irmã gêmea mudou tudo e todos ao seu redor. Mas o que essa menina de 11 anos passa (e como ela conta) é de uma crueldade que me deixou atordoada.
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O escritor faz uso de um vocabulário poético e emocionante de ler, e talvez, por isso, a questão do estupro e da pedofilia tenha passada tão “naturalmente”. Digo isso, porque me chocou ler diversas resenhas e comentários sobre o livro e perceber que as pessoas não citam isso.
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Como?
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Existe um pedófilo, e existe um estupro. E ninguém fala disso? Ninguém levanta esse debate?
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Enfim, Mãe é um poeta. Ele destila veneno de forma (se é que é possível) maravilhosa. Não é um livro fácil. Em diversos momentos me questionei se estava gostando. Mas por fim, me rendi a beleza da desumanidade que o livro apresenta. Ele me fez pensar em tantas coisas, avaliar tantas atitudes, que fica impossível não amar um livro que me tira da caixa.
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Mas foi um amor tenso. Um amor destruidor.
. “A morte é um exagero. Leva demasiado. Deixa muito pouco.”
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Carolina 05/07/2018

O que sobra da vida depois da morte?
Para uma menina de 11 anos que perdeu sua irmã gêmea e para a sua mãe e seu pai, parece que nada. Pois é, o livro trata dos desdobramentos vividos por uma família devastada pela morte de uma criança.
Em meio à tanta dor, Halldora, "a irmã que sobrou", narra as consequências dessa perda em sua casa e também em sua pequena cidade. O livro se passa na Islândia, lugar que protagoniza a história relatada por Halla: o frio congelante que paralisa, as altas montanhas que sufocam, os abismos encontrados nos fiordes, enfim, paisagens que descrevem metaforicamente os sentimentos, as crises, as dúvidas vividas nesse lugar (aparentemente) tão pacato.
A escrita do autor me impressionou: um livro, que de tão triste é lindo, repleto de profundas reflexões sobre a condição humana.
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Ingrid 12/06/2018

Naturalização da pedofilia
Quero deixar aqui o link da minha resenha crítica para o medium.
Surreal que o floreado do autor convença tantos leitores que é apenas um romance, e não apologia explícita à pedofilia na obra.
https://medium.com/qg-feminista/o-estupro-infantil-e-a-normaliza%C3%A7%C3%A3o-da-pedofilia-na-literatura-d601278b7c9a
Aline 11/06/2020minha estante
Resenha muito boa, me impediu de perder meu tempo e dinheiro com um livro tão asqueroso.




Vitória Schincariol 09/05/2018

"Chorou muito por se lembrar do seu pai a dizer-lhe que o amava. Eu pensei que nunca dissera isso ao meu pai ou à minha mãe. Pensara-o e sempre o julgara uma expressão desesperada. Não poderia mostrar tanto desespero a ninguém".
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