Raniere 07/06/2014
A Família em primeiro lugar, sempre!
Mark Winegardner se esforçou, mas “A Volta do Poderoso Chefão” não se compara ao primeiro, escrito pelo saudoso Mário Puzo. Vou um pouco mais além: o livro original teve um desfecho perfeito, e foi um sacrilégio fazer uma continuação daquele livro. Não estou dizendo que o livro foi ruim! Não, não foi! Pelo contrário, eu gostei bastante, assim como adorei o segundo filme da trilogia. Mas não se compara ao romance de Puzo, e isso é um fato imutável do Universo!
Algumas coisas neste livro me incomodaram: Winegardner coloca umas piadas bobas no meio de conversas sérias. E o livro tem algumas partes desnecessárias. Fredo Corleone ganha uma personalidade que não condiz, de maneira alguma, com a que Mário Puzo criou para o personagem. Michael faz algumas coisas muito ilógicas que, mesmo após Winegardner explicar a lógica, elas continuam ilógicas. Estes são os pontos negativos.
Mas, no geral, o livro é bom. Michael, ao eliminar uns inimigos, acaba por ter que sacrificar um aliado. Porém, este aliado não morre e vira um ferrenho inimigo da Família Corleone. Pronto, é o máximo que posso falar do enredo! Apenas esta frase. Falar demais estragaria o livro.
Vamos aos pontos positivos: No começo do livro, Winegardner parece tímido, como se ele estivesse descobrindo onde estava se metendo, ao começar a escrever o livro. Porém, em determinado ponto, ele se acha, e então a história ganha uma velocidade e intensidade surpreendentes. A trama que Winegardner cria é, sim, muito interessante. O vilão, Nick Geraci, é carismático, inteligentíssimo e impiedoso, e esse foi um ponto forte do livro.
Este livro (e quem assistiu a trilogia de filmes notará isto) complementa o segundo filme. No começo do livro há uma linha do tempo, comparando filme e livro, e esta linha do tempo ajuda bastante. Também é contado, no livro, algumas passagens da infância e juventude de Michael Corleone que, obviamente, tem uma ligação importante com o tempo do livro.
Finalizando: no geral, o livro é muito bom. Entrou pros meu favoritos apenas pelo fato de ser sobre a Família Corleone. Para ler “a volta do Poderoso Chefão”, o leitor tem que ter em mente que não é Mário Puzo que está escrevendo, e tentar se acostumar a maneira “Winegardiana” de escrever por, digo de antemão, o baque é grande!
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