Romeu Felix 15/02/2023
Fiz o fichamento sobre esta obra, a quem interessar:
"Em Defesa da Sociedade" é uma série de palestras ministradas por Michel Foucault no Collège de France em 1976. O livro discute a genealogia da sociedade moderna, examinando a relação entre poder, conhecimento e subjetividade. A obra é dividida em duas partes: a primeira, intitulada "A Guerra das Raças", examina a relação entre o racismo e o poder, enquanto a segunda parte, intitulada "O Nascimento da Biopolítica", examina as origens do liberalismo e do neoliberalismo.
Foucault começa a primeira parte discutindo a maneira pela qual a sociedade moderna se desenvolveu a partir de um estado de guerra constante entre diferentes raças. Ele examina as teorias do racismo, que, segundo ele, estão enraizadas na biologia e na zoologia. Foucault argumenta que o racismo é uma forma de poder que é exercida por meio do conhecimento. Ele sugere que o racismo é uma forma de governar que se baseia na ideia de que algumas raças são superiores a outras.
Na segunda parte, Foucault analisa o surgimento do liberalismo e do neoliberalismo e como essas ideologias se relacionam com o poder. Ele argumenta que o liberalismo se desenvolveu a partir de uma reação contra o absolutismo e que o neoliberalismo surgiu a partir da crítica do liberalismo. Foucault sugere que o neoliberalismo representa uma forma de poder que se baseia na ideia de que o mercado é a melhor maneira de organizar a sociedade.
Para Foucault, a relação entre poder, conhecimento e subjetividade é fundamental para entender a sociedade moderna. Ele argumenta que o poder é exercido por meio do conhecimento, e que o conhecimento é sempre situado em contextos específicos. Foucault sugere que a subjetividade é moldada por essas relações de poder e conhecimento, e que a resistência ao poder é sempre possível.
Comentário:
"Em Defesa da Sociedade" é uma obra importante para a compreensão da genealogia da sociedade moderna e da relação entre poder, conhecimento e subjetividade. Foucault examina a maneira pela qual o racismo se tornou uma forma de poder na sociedade moderna, e como o liberalismo e o neoliberalismo se relacionam com o poder. A obra sugere que a resistência ao poder é sempre possível e que a subjetividade é moldada por essas relações de poder e conhecimento.
A obra é bem estruturada, com uma clara divisão em duas partes, e a escrita de Foucault é clara e acessível. No entanto, pode ser uma leitura densa e complexa para aqueles que não estão familiarizados com os conceitos de poder e conhecimento da filosofia de Foucault.
Por: Romeu Felix Menin Junior.