A imortalidade

A imortalidade Milan Kundera




Resenhas - A imortalidade


34 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3


César 02/05/2024

O que é a imortalidade?
É viver na cabeça da pessoa amada como queria Laura?
É viver na mente de desconhecidos como o poeta Goethe?
É fazer parte da vida dos imortais com fez Bettina?
Ou serão os gestos imortais? Afinal, a heroína deste romance nasce de um gesto simples e bonito.
Ou a imortalidade está guardada no raminho de miosótis? último traço de beleza de um mundo que Agnes deixou de amar. Uma florzinha pequena e delicada que diz "Não-me-esqueças".
comentários(0)comente



Giovana456 13/02/2024

Que livro gostoso de ler. desde o começo você entra na história e em todos os devaneios dos personagens. achei esse bem mais filosófico que A Insustentável Leveza do Ser (que é um dos meus livros favoritos!), mas ainda assim muito bom. vale muito a pena.
comentários(0)comente



Ricardo 03/02/2024

Histórias cruzadas, realidade e ficção misturados, vários personagens conectados, sem linearidade e com muitos insights filosóficos. Uma sensação de seguirmos um fluxo de consciência de Kundera, com muitos parênteses e digressões.

A imortalidade tratada no livro não é a do corpo, ou mesmo da alma, mas a da memória, daquilo que o morto, tendo sido ele ordinário ou extraordinário, deixa nos corações e mentes de conhecidos ou desconhecidos. Uma imortalidade, portanto, não como antítese da morte, mas como dependente dela.

Um livro muito interessante e que, inevitavelmente, nos faz refletir sobre as pessoas, sobre o tempo, sobre a vida.
comentários(0)comente



Cecí 20/01/2024

Violinistas e óculos escuros.
"se nos recusamos a dar importância a um mundo que se considera importante, e se não encontramos nesse mundo nenhum eco para o nosso riso, só nos resta uma solução: tomar o mundo como um bloco, e transformá-lo num objeto para nosso jogo; transforma-lo num brinquedo".

Ganhei esse livro de uma amiga que se desfez de alguns e se não fosse por isso jamais teria me interessado, por livre e espontânea vontade, em ler sobre Goethe, Beethoven ou Hemingway. A trama traça paralelos entre o tema da Imortalidade entre personagens históricas e personagens fictícias de forma envolvendo e profundamente filosófica - onde se equilibra na corta bamba do prolixo e da generalidade.

Ficam a ressalva a ao eurocentrismo exacerbado e a falta de sensibilidade racial dos anos 90.
comentários(0)comente



renata1004 14/12/2023

"Com os mais sinceros votos de que o amor, a alegria, a renovação e a integração do Natal estejam presentes em todos os momentos da sua vida." Foi o que a amiga "oculta" (estava entre aspas!) de Maria Adelaide escreveu para ela em 1990/1991, bilhete guardado num livro que, mais de 30 anos depois, eu iria encontrar num sebo da praça XV. Engraçado como as pessoas passam na vida das outras sem nem mesmo imaginarem e deixam resquícios que sondam o outro sem nem mesmo quererem. Milan Kundera entende disso como poucos autores. "A Imortalidade" é uma história que se mistura entre a vida do próprio autor, de seus antecedentes e de personagens que ele imagina, tudo a partir de um simples movimento de braço. As irmãs Laura e Agnes, antes possíveis protagonistas, se tornam um galho na árvore da narrativa conduzida por Kundera. Curioso que o primeiro livro que li após a morte do autor chama "A Imortalidade" e reflete, entre tantos tópicos, sobre a "obra após a morte".
comentários(0)comente



Renata | @am0r_p0r_livr0s 10/12/2023

Classifico esta obra como complexa. Primeiro livro que li do autor e o achei extremamente filosófico e reflexivo. Recomendação de @5incronia_
.
Kundera nos convida a uma reflexão sobre o desejo da imortalidade, de controlar nossa reputação e de como os mortos são lembrados. Tudo começa com um gesto visto pelo narrador (o próprio Kundera) na piscina de um clube onde, uma senhora de cerca de 60 anos, faz um movimento que considerou sedutor, para seu professor de natação.
.
A partir desse gesto, o autor cria Agnes, sua personagem, que vive a perda de seu pai e quer uma vida sozinha, mas em contato com seu marido, Paulo, e sua filha, Brigitte. Agnes tem também a irmã, Laura, que, ao contrário de Agnes, que tem uma vida estável com o marido, tem uma relação conturbada com Bernardo, que trabalha em uma rádio e tem uma crise de identidade sobre seu valor.
.
Em uma das partes do livro, o narrador retrata o romance de Goethe com Bettina. Na verdade, a obsessão dela por ele. E esse romance, na verdade, não era motivado pelo amor, mas sim pela busca da imortalidade. E qual a ligação disto com a história de Agnes? Só lendo para saber...
.
Outra parte sensacional, são as conversas de Goethe e Hamingway, cheias de reflexões sobre a condenação de tornar imortal por causa de seus livros.
.
A história vai e vem no tempo, e a vida de Agnes vai tomando outros contornos: um marido que não é amado, uma filha distante e uma irmã desequilibrada.
.
O mais interessante desse romance é que, no início, Kundera cria Agnes do nada e, ao final, é capaz de tomar vinho com seu marido. Ele se intromete na história e interage com os personagens.
.
Um livro simplesmente sensacional. O autor deixa a mensagem de que a vida é uma série de acontecimentos desconexos que só adquirem significado quando são conectados por uma história. Você pode, como eu, ficar confuso até 85% do livro, mas, ao final, vai entender tudo tão perfeitamente, que vai classificá-lo com 5 estrelas, assim como eu fiz.
comentários(0)comente



moacircaetano 08/11/2023

Ótimo livro.
Já se vão talvez 35 anos que li A Insustentável Leveza do Ser e Risíveis Amores, portanto as lembrancas desses livros são pouco mais que apenas uma bruma, e a leitura de A Imortalidade me faz querer retornar a ler meus antigos exemplares.
comentários(0)comente



Fabio Shiva 02/11/2023

A ruptura da quarta parede literária dissolve a fronteira entre a morte e a imortalidade
No dia 12 de julho de 2023 recebi a notícia da morte do escritor tcheco Milan Kundera no dia anterior, aos 94 anos. Como uma silenciosa (e talvez um tanto irônica, o que seria bem ao gosto do próprio Kundera) homenagem a esse grande escritor, decidir iniciar na mesma hora a leitura do livro dele que ainda restava em minha estante sem ser lido: “A Imortalidade”.

Apaixonei-me por Milan Kundera ao ler “Risíveis Amores” (https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2020/12/risiveis-amores-milan-kundera.html). E a paixão virou um amor reverente depois que li sua obra mais conhecida (e provavelmente prima): “A Insustentável Leveza do Ser” (https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2022/07/o-insuperavel-deleite-de-ler-uma-obra.html).

“A Imortalidade” é o romance seguinte, publicado sete anos depois de “A Insustentável Leveza do Ser”, como uma sequência e um aprofundamento de seus principais temas e obsessões. Lendo esse livro, pude entender um pouco melhor a grande proeza de Milan Kundera, que só posso descrever como a ruptura da quarta parede literária. Esse conceito de “quarta parede” é mais utilizado no cinema e no teatro, como uma divisória imaginária entre a história que está sendo contada e o público para quem está sendo contada. Fisicamente essa quarta parede é bem visível como a fronteira entre a tela do cinema ou o palco do teatro e a plateia, e equivale a uma distinção entre o que é ficção e o que é realidade.

Pois bem, penso que Kundera faz o equivalente literário a uma ruptura da quarta parede, recurso utilizado tanto no cinema quanto no teatro (quando, por exemplo, um ator se dirige diretamente à câmera ou à plateia). E Kundera faz isso de modo magistral, criando seus personagens às vistas do leitor, explicando suas motivações e objetivos. Isso ele já fez em “A Insustentável Leveza do Ser”, obtendo um resultado fabuloso. Em “A Imortalidade”, o autor leva esse recurso até o seu limite, intrometendo-se ele mesmo na história e interagindo com os personagens. Muito interessante é o principal interlocutor de Kundera, o professor Avenarius, um personagem exótico ao ponto do inverossímil. E é justamente esse personagem que conversa com o autor da história, gerando um efeito no mínimo lisérgico:

“– E qual será o título do seu romance?
– A insustentável leveza do ser.
– Mas esse título já está tomado.
– Sim. Por mim! Mas na época me enganei de título. Ele deveria pertencer ao romance que estou escrevendo agora.”

Evidentemente as intenções de Kundera são bem mais profundas que fazer um mero jogo de cena. Para quem ama literatura, é um deleite a sua exposição das ideias por detrás de “A Imortalidade”:

“Hoje em dia as pessoas vão em cima de tudo que foi escrito para transformar em filme, em drama de televisão ou em desenho animado. Já que o essencial no romance é aquilo que não pode ser dito senão por um romance, em toda adaptação só fica o que não é essencial. Quem quer que seja suficientemente louco para hoje ainda escrever romances, deve, se quiser protegê-los com segurança, escrevê-los de maneira que não possam ser adaptados, em outras palavras, que não possam ser contados.”

E continua o autor:

“Lamento que quase todos os romances escritos até hoje obedeçam demais à regra da unidade da ação. Isto é, que estejam fundamentados apenas numa sequência causal de ações e acontecimentos. Esses romances parecem uma rua estreita, ao longo da qual os personagens são perseguidos com chicotadas. A tensão dramática é a verdadeira maldição do romance, porque transforma tudo, mesmo as mais belas páginas, mesmo as cenas e as observações mais surpreendentes, numa simples etapa que leva ao desfecho final, onde se concentra o sentido de tudo que precede. Devorado pelo fogo de sua própria tensão, o romance se consome como um monte de palha.”

Achei especialmente divertida a conversa entre Kundera e Avenarius sobre as coincidências, criando uma curiosa classificação:

1) Coincidência muda – coincidência de acontecimentos que não faz nenhum sentido:
“No momento preciso em que o professor Avenarius mergulha [na piscina] (...), no parque público de Chicago uma folha morta cai de um castanheiro.”

2) Coincidência púntica – não tem nenhum sentido especial, mas é como duas melodias em contraponto:
“O professor Avenarius mergulhou na piscina no momento preciso em que Agnes, em algum lugar nos Alpes, punha seu carro na estrada.”

3) Coincidência geradora de histórias – especialmente cara aos romancistas:
“O professor Avenarius enfiou-se no metrô em Montparnasse no momento exato em que lá estava uma bela mulher segurando uma lata vermelha de pedir esmolas.”

E como sempre, em se tratando de Milan Kundera, até aqui falei apenas de alguns elementos secundários de seu livro. Para não deixar a resenha longa em demasia, encerro com algumas das muitas reflexões trazidas pelo livro, com as quais não necessariamente concordamos, mas cujo brilho não podemos deixar de admirar:

“A armadilha do ódio é que ele nos prende muito intimamente ao adversário.”

“Pode ser que seja necessário que a morte exista. Mas ela não poderia ser inventada de outra maneira? É realmente necessário deixar atrás de si restos mortais que temos de enterrar ou queimar? Tudo isso é abominável!”

“Contamos com a imortalidade, e esquecemos de contar com a morte.”

“Foi uma sorte enorme que as guerras tenham sido feitas pelos homens. Se as mulheres tivessem feito a guerra, teriam sido tão persistentes na sua crueldade que não sobraria nenhum ser humano sobre o planeta.”

“Por definição, o sentimento surge em nós à nossa revelia e muitas vezes com o nosso corpo se defendendo. Do momento que queremos experimentá-lo (assim que decidimos experimentá-lo, como Dom Quixote decidiu amar Dulcineia), o sentimento não é mais sentimento, mas imitação de sentimento, sua exibição.”

“Penso, logo existo é uma afirmação de um intelectual que subestima as dores de dente. Sinto, logo existo é uma verdade de alcance muito mais amplo e que concerne a todo ser vivo. Meu eu não se distingue essencialmente do seu eu pelo pensamento. Muitas pessoas, poucas ideias: pensamos todos mais ou menos a mesma coisa, transmitindo, pedindo emprestado, roubando nossas ideias um do outro. Mas se alguém pisa no meu pé, só eu sinto a dor.”

“Caminho: tira de terra sobre a qual se anda a pé. A estrada diferencia-se do caminho não só porque a percorremos de carro, mas porque é uma simples linha ligando um ponto a outro. A estrada em si não faz nenhum sentido; só têm sentido os dois pontos ligados por ela. O caminho é uma homenagem ao espaço. Cada trecho do caminho tem um sentido próprio e nos convida a parar. A estrada é uma triunfal desvalorização do espaço, espaço que hoje em dia não é mais do que um entrave aos movimentos do homem, uma perda de tempo.”

Milan Kundera está morto. Viva Milan Kundera!

https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2023/11/a-ruptura-da-quarta-parede-literaria.html



site: https://www.instagram.com/fabioshivaprosaepoesia/
JurúMontalvao 02/11/2023minha estante
?????
Fábio, vc espreme com tanta gentileza os ângulos das suas experiências com os livros q eu fico sempre esperançosa (iludida tvz seja a palavra) de tbm obter esse mesmo sumo qnd for minha vez de ler rsrsrs ?
já tinha a "A Insustentável Leveza do Ser" na minha lista e vou add esse aqui tbm, gracias?


Fabio Shiva 02/11/2023minha estante
ô querida, gratidão pela generosidade de seu comentário e por essa energia boa! Depois de ler comente o que achou, ok?


Uedison Pereira 17/01/2024minha estante
Milan não é todo leitor que o entende. Mas é dos meus favoritos pela poética e o eu lírico de seus textos.




Lizzie.Alice 27/08/2023

Sinceramente? Não.
Do fundo do meu coração, eu entendo quem gosta desse livro (tá, talvez não entenda, mas respeite)
Mas não foi o meu caso. E eu teria mil e um motivos pra me explicar, mas esse livro só me deixou extremamente cansada. Tão cansada que não tenho forças pra debater.
Insiram aqui um ponto negativo sobre esse livro que eu provavelmente compartilho do argumento...
Ao final do livro eu só queria esquecer da experiência aaaa
comentários(0)comente



lotrings 19/08/2023

Como odiei esse livro mds parecia uma eternidade que nao acabava mais acho que nunca mais leio algum livro do kundera
comentários(0)comente



Julio.Argibay 26/05/2023

Imortalidade
Em Paris um professor chamado Avenarius, já coroa, acompanha com o olhar uma mulher chamada Agnès e imagina como seria a vida dela. Assim, ela teria um marido chamado Paul e uma filha chamada Brigite. O marido seria introspectivo e distante, mas amoroso com elas. Agnès relembraria do pai quando ainda estava vivo. Eles teriam uma relação bem interessante. Quanto a irmã, Laura,  ela tem um romance, cheio de altos e baixos. Laura fala algumas vezes em suicídio. As irmãs teriam alguns desentendimentos que se complicariam com o tempo. Esta relação entre as duas é tóxica, amor e ódio. Ainda temos o Paul entre as duas mulheres, que gera um fator a mais nesta estória. Vamos agora conhecer outros personagens. Estamos em 1811,  Betina é casada com o poeta Achim von Arnim. Eles estão hospedados na casa de Cristiana, a mulher de Goethe. Ela tem quarenta e nove anos e Goethe tem sessenta e dois anos e já não tem nenhum dente na boca. Mas, Betina deseja a imortalidade de Goethe. Ela quer herdar ou cuidar da sua posterioridade. Ela também conhece Bethoven. Hemingway também é amigo de Goethe e eles trocam algumas conversas amistosas. Não consegui relacionar Betina com o professor. No final, Betina consegue impor seus interesses. Ela guarda as cartas onde eles trocaram algumas confidências e as utilizam de acordo com os seus objetivos. Esta passagem da obra é Ficção? Tem algo de realidade? Não tenho certeza. Apesar de uma certa dificuldade de entender a relação entre as estórias, eu achei a obra bem interessante.
comentários(0)comente



Mika 29/04/2023

Leitura incrível

No decorrer da leitura a gente é surpreendido por tantas reflexões sobre nossa existência e a ideia de que a imortalidade pode ser alcançada através da obra de grandes nomes que ficaram na história.

"O homem que busca a imortalidade deve pensar nos grandes nomes que a humanidade nunca esqueceu. E deve pensar em sua própria obra. Qual é a obra que fará com que ele nunca seja esquecido? Ele trabalha, luta, escreve, mas será que sua obra é verdadeiramente imortal? Não, não é. Mas o desejo de imortalidade o leva a acreditar que ela é. Acreditando, ele cria a ilusão, e é a ilusão que o guia. Ele se engana, mas essa é sua salvação"

Nesse trecho, Kundera mostra como a busca pela imortalidade pode ser ilusória, mas também pode ser uma fonte de motivação para as pessoas que buscam deixar uma marca duradoura no mundo. Ele sugere que a ilusão de que nossa obra será imortal é o que nos leva a trabalhar duro e acreditar que estamos fazendo algo importante. E, embora essa crença possa não ser verdadeira, ela pode ser uma fonte de conforto e inspiração para aqueles que acreditam nela.

O livro aborda temas filosóficos, tais como a busca pela imortalidade, a mortalidade do ser humano e a relação entre o corpo e a alma. Kundera explora o conceito de imortalidade como uma busca humana constante, seja através da arte, da ciência ou da religião. Ele questiona se a imortalidade é realmente desejável, e se ela seria alcançável de alguma forma.

Além disso, Kundera também explora a complexidade das relações humanas, a natureza da identidade e o papel do acaso em nossas vidas. Ele usa a narrativa fragmentada para expressar a ideia de que a vida é uma série de momentos desconexos que só adquirem significado quando são conectados por uma história.

O estilo da escrita de Kundera é caracterizado por ser poético, filosófico e irônico. Ele usa a linguagem de forma inteligente e sutil, muitas vezes jogando com a ambiguidade das palavras para criar significados múltiplos e camadas de interpretação.

Em resumo, "A Imortalidade" é um livro complexo e filosófico que aborda questões profundas da existência humana. Kundera usa seu estilo de escrita poético e irônico para criar uma narrativa fragmentada e multifacetada, que explora a natureza da identidade, a busca pela imortalidade e a complexidade das relações humanas.

Agora estou na dúvida de qual mais gostei, se foi a insustentável leveza do ser ou esse ;D
comentários(0)comente



Carol 09/08/2022

puro suco de existencialismo. milan mexe de maneira ousada nos recursos narrativos. penso que todas as histórias começaram do macro (por exemplo, o gesto na parte I), para o micro (individualidade de Agnes, sua vida pessoal etc). talvez esse seja mesmo o movimento que a filosofia moderna ocidental esteja fazendo, e milan acompanhou isso não só narrativamente falando como também nas próprias reflexões existenciais presentes no livro.

um elogio também à sinestesia que ele consegue com suas descrições, é sensacional.

porém, algumas coisitas no livro são meio problemáticas... é bem caricato do que um homem europeu liberal pensa à respeito do mundo e das coisas, já não superestimo.

por sinal me cansa toda vez que leio um autor homem que tenta montar uma personalidade feminina. e olha que é 1990, ali na porta. é sempre aquilo de "oh mulheres, seres tão complexos, de caráter duvidoso".

de maneira bem superficial apontei o que considerei pontos positivos e negativos na minha leitura. mas milan trouxe uma visão que antes não possuía: a de que vivemos em torno de inúmeras imortalidades, e que a grande glória do homem é alcançá-la.
comentários(0)comente



Isis.Borges 07/07/2022

Reflexões sobre a imortalidade
Kundera é fora da curva, suas reflexões são tão boas e apresentadas de um jeito tão despretensioso, que enquanto rimos das situações que ele coloca os personagens refletimos sobre a realidade do que está por trás.
Cheio de altos e baixos, em alguns momentos fica semelhante a um ensaio e desfoca totalmente das histórias dos personagens, isso deixou um pouco cansativo, mas eu amei o final, em que tudo se encaixa.
comentários(0)comente



Paulii 20/01/2022

Digna de cinema
A forma como é escrito e o detalhismo torna a leitura mais gostosa e tranquila, recomendo que todos possam ler.
comentários(0)comente



34 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3