spoiler visualizarjmrainho 16/07/2014
O Livro dos Espíritos
O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Livraria Allan Kardec - LAKE, 41a edição, 1982. Doado para mim em 2/2/1982. Tradução J. Herculano Pires. Relido
----------------------------------------------------------------------
Livro publicado em 18 de abril de 1857 marcou o Espiritismo no mundo. Kardec era educador, discípulo de Pestalozzi.
Foram médiuns deste livro duas meninas, Caroline e Julie Boudin, de 16 e 14 anos respectivamente.
O Marxismo ainda não havia surgido, pois O Capital só foi publicado em 1867.
O ramo de parreira, desenhado no livro, foi um pedido dos espíritos, desenhado por eles, porque seria o emblema do trabalho do criador.
---------------------------------------------------------------------
Sócrates ouvia as vozes do seu "daemon" (gênio) e discutia com o Oráculo de Delfos.
A finalidade da encarnação e cumprir uma missão ou uma expiação, até chegar à perfeição.
Todos são criados simples e ignorantes e se instruem através das lutas e tribulações da vida corporal.
A alma se situa particularmente na cabeça entre os grandes gênios e todos aqueles que usam bastante o pensamento, e no coração dos que sentem bastante, dedicando todas as suas ações à humanidade.
Deixando o corpo, a alma fica perturbada durante algum tempo.
O espírito pode renascer num mundo inferior quanto tem uma missão a cumprir, para ajudar o progresso, e então aceita com alegria as tribulações dessa existência.
Comparado com a Terra, Marte seria inferior e Júpiter muito superior. O Sol seria um local de encontro dos seres superiores. que de lá irradiam seu pensamento para outros mundos.
O que o homem julga perfeito está longe da perfeição. Há qualidades que ele desconhece e nem pode compreender.
Entretanto, quanto mais o homem se adianta na vida presente, menos longas e penosas serão as provas seguintes.
A morte de crianças frequentemente é uma prova ou uma expiação para os pais.
O dogma da reencarnação não é novo, foi ressuscitado de Pitágoras.
Escolhestes o gênero de provas. Os detalhes são consequência da posição escolhida, e frequentemente, de vossas próprias ações.
Os detalhes nascem das circunstâncias e da força das coisas.
O que se devem as vocações de certas pessoas e sua vontade de seguir uma carreira em vez de outra? A escolha das provas e o progresso realizado numa existência anterior.
Aquele que mandou numa época, pode, em outra existência, obedecer aos que se curvaram ante a sua vontade.
Da discórdia nascem todos os males humanos. Da concórdia resulta a felicidade completa.
Na morte, o Espírito sai da escravidão; no nascimento, entra nela.
SONHOS
De resto, vereis dentro um pouco desenvolver-se uma outra espécie de sonhos; uma espécie tão antiga como a que conheceis, mas que ignorais. O sonho de Joana, o sonho de Jacó, o sonho dos profetas judeus e de alguns adivinhos indianos: esse sonho é a lembrança da alma inteiramente liberta do corpo, a recordação dessa segunda vida de que há pouco eu vos falava.
Não tendes numerosos exemplos de pessoas que aparecem em sonhos para advertir parentes e amigos do que lhes está acontecendo?
As preocupações da vigília podem dar, aquilo que se vê, aparência do que se deseja ou do que se teme.
INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS
Que espécie de sofrimentos querem fazer-nos provar?
- O que decorrem de pertencer a uma ordem inferior e estar distante de Deus.
Por que meio se pode neutralizar a influência dos Espíritos que o incitam ao mal?
- Fazendo o bem e colocando toda a vossa confiança em Deus. Guardai-vos de escutar as sugestões dos Espíritos que suscitam em vós os maus pensamentos,que insuflam a discórdia e excitam em vós todas as más paixões. Desconfiai sobretudo, dos que exaltam o vosso orgulho, porque eles atacam na vossa fraqueza.
Deus assiste aos que agem, e não aos que limitam a pedir.
Os Espíritos se afligem com os vossos males, quando não os suportais com resignação, porque então esses males não vos dão resultados, pois procedeis como o doente que rejeita o remédio amargo destinado a curá-lo.
ANOS DA GUARDA
Seu poder sobre vós só provém do fato de não lhes opordes resistência.
Os espíritos que deixaram a Terra em boas condições podem sempre proteger os que amaram e lhe sobreviveram?
- Seu poder [e mais ou menos restrito: a posição em que se encontram nem sempre lhes permite inteira liberdade de ação
Deus não pede ao Espírito mais do que aquilo que comporte a sua natureza e o grau a que tenha atingido.
Pressentimentos
- Quando estás em dúvida, invoca o teu bom Espírito, ou ora a Deus, nosso soberano Senhor, para que te envie um de seus mensageiros, um de nós.
Influência dos espíritos nos acontecimentos da vida
- Eles provocarão o encontro de duas pessoas, o que parece dar-se por acaso. Inspirarão a alguém o pensamento de passar por tal luar. Chamarão sua atenção para determinado ponto, se isso pode conduzir ao resultado que desejam.
Os espíritos levianos podem provocar pequenos embaraços?
- Eles se comprazem nessas traquinagens, que são provas para vós, destinadas a exercitar a vossa paciência.
Os espíritos tem o poder de desviar males?
- Não o podem fazer inteiramente, porque há males que pertencem aos desígnios da Previdência, mas minoram as vossas dores, dando-vos paciência e resignação. Sabei, também, que depende frequentemente de vós desviar esses males ou pelo menos atenuá-los. Deus vos deu a inteligência para a usardes, e é sobretudo por meio dela que os Espíritos vos socorrem, sugerindo-vos pensamentos favoráveis. Mas eles não assistem senão aos que sabem assistir-se a si mesmos. É esse o significado das palavras de Jesus: "Buscai e achareis,batei e abrir-se-vos-á.
Sabeis que aquilo que parece um mal, nem sempre o é.Frequentemente um bem deve resultar dele, que será maior que o mal, e é isso o que não compreendeis, porque não pensais senão no momento presente ou na vossa pessoa.
Podem os Espíritos fazer que se obtenham os dons da fortuna, desde que solicitados nesse sentido?
- As vezes, como prova, mas frequentemente se recusam, como se recusa a uma criança um pedido inconsiderado.
Quando os obstáculos parecem vir fatalmente contra aos nossos projetos, seria por isso influência de algum Espírito?
- Algumas vezes são dos Espíritos. Outras vezes, e o mais frequentemente, é que vos colocastes mal. A posição e o caráter influem muito. Se vos obstinais numa senda que não é a vossa, os Espíritos nada têm com isso. Sois vós mesmos que vos tornais o vosso mau gênio.
Que pensar da crença do poder de enfeitiçar?
- Algumas pessoas têm um poder magnético. Mas não acrediteis nesse pretenso poder mágico que só existe na imaginação das pessoas supersticiosas. Os fatos que citam são fatos naturais mal observados e sobretudo mal compreendidos. Todas as fórmulas são charlatanices, não há nenhuma palavra sacramental, nenhum signo cabalístico, nenhum talismã que tenha qualquer ação sobre os Espíritos, porque eles são atraídos pelo pensamento e não pelas coisas materiais.
A bênção e a maldição podem atrair o bem e o mal?
- Pode nesses casos haver uma influência momentânea., mas essa influência nunca se verifica sem a permissão de Deus.
OS 3 REINOS
A alma dos animais conserva após a morte sua individualidade?
- Sua individualidade sim, mas não a consciência de si.O Espírito do animal é classificado após a morte, pelos Espíritos incumbidos disso, e utilizado quase imediatamente.
A LEI DIVINA OU NATURAL
Onde está escrita a Lei de Deus?
Na consciência.
Deus não se serve da boca do mentiroso para ensinar a verdade.
É necessário que o Espírito adquiras a experiência, e para isso é necessário que ele conheça o bem e o mal.
O mérito do bem está na dificuldade. Não há nenhum em fazê-lo sem penas e quando nada custa.
A LEI DA ADORAÇÃO
A prece é um ato de adoração. Fazer preces a Deus é pensar nEle, aproximar-se dEle, por-se em comunicação com Ele. Pela prece podemos fazer três coisas: louvar, pedir e agradecer.
Aquele que faz preces com fervor e confiança se torna mais forte contra as tentações do mal, e Deus lhe envia bons Espíritos para o assistir. É um socorro jamais recusado, quando o pedimos com sinceridade.
Vossas provas estão nas mãos de Deus e há as que devem ser suportadas até o fim, mas Deus leva sempre em conta a resignação.
Os vossos pedidos justos são em geral mais escutados do que julgais. Pensais que Deus não vos ouviu porque não fez um milagre em vosso favor, quando entretanto vos assiste por meios tão naturais que vos parecem o efeito do acaso ou da força das coisas. Frequentemente, ou o mais frequentemente, ele vos suscita o pensamento necessário para sairdes por vós mesmos do embaraço.
Sem permissão de Deus nada se faz. eis porque as preces que lhe dirigimos só são eficazes se forem agradáveis a Deus.
LEI DO TRABALHO
O trabalho é uma expiação, e ao mesmo tempo um meio de aperfeiçoar a inteligência.
Tem um duplo objetivo: a conservação do corpo e o desenvolvimento do pensamento, que é também uma necessidade e que o eleva acima de si mesmo.
Que pensar dos que abusam da autoridade para impor aos seus inferiores um excesso de trabalho?
- É uma das piores ações. todo homem que tem o poder de dirigir é responsável pelo excesso de trabalho que impõe aos seus inferiores, porque transgride as leis de Deus.
LEI DE REPRODUÇÃO
Que pensar dos usos que tem por fim deter a reprodução, com vistas â satisfação da sensualidade.
- Isso prova a predominância do corpo sobre a alma e o quanto o homem está imerso na matéria.
LEI DE CONSERVAÇÃO
Os meios de subsistência faltam frequentemente a certos indivíduos, mesmo em meio da abundância que os cerca; a que se deve ligar esse fato?
- Ao egoísmo do homem, que nem sempre faz o que deve, em seguida, e o mais fr3equentmente, a eles mesmos. Buscai e achareis: estas palavras não querem dizer que seja suficiente olhar para a terra a fim de se encontrar o que se deseja, mas que é necessário procurar com ardor e perseverança, e não com displicência, sem se deixar desanimar pelos obstáculos que muito frequentemente não passam de meios de pôr à prova a vossa constância, a vossa paciência e a vossa firmeza.
Não há situações em que os meios de subsistência não dependem absolutamente da vontade do homem e a privação do necessário, a´te o mais imperioso, é uma consequência das circunstâncias?
- É uma prova frequentemente cruel que o homem deve sofrer e à qual sabia que seria exposto. Seu mérito está na submissão à vontade de Deus, se a sua inteligência não lhe fornecer algum meio de sair da dificuldade. Se a morte deve atingi-lo, ele deverá submeter-se sem murmurar, pensando que a hora da verdadeira liberdade chegou e que o desespero do momento final pode faze-lo perder o fruto de sua resignação.
Há mais mérito em sofrer todas as provas da vida com abnegação e coragem. Há homicídio e crime de lesa natureza, que deve ser duplamente punido.
Com que fim Deus fez atrativos os gozos dos bens materiais?
- Para instigar o homem ao cumprimento da sua missão e também para o provar na tentação.
Há privações voluntárias que sejam meritórias?
- Sim: a privação dos prazeres inúteis, porque liberta o homem da matéria e eleva sua alma. O meritório é resistir à tentação que vos convida aos excessos e ao gozo das coisas inúteis, é retirar o necessário para dar aos que não têm.
A abstenção de alimentos animais ou outros, como expiação, é meritória?
- Sim, se o homem se priva em favor dos outros, pois Deus não pode ver mortificação quando não há privação séria e útil.
LEI DE DESTRUIÇÃO
Com que fim Deus castiga a Humanidade com flagelos destruidores?
- Para fazê-la avançar mais depressa. Não dissemos que a destruição é necessária para a regeneração moral dos Espíritos, que adquirem em cada nova existência um novo grau de perfeição?
Mas as vítimas desses flagelos, apesar disso não são vítimas?
- Essas vítimas terão noutra existência uma larga compensação para compensação para os seus sofrimentos, se souberem suportá-los sem murmurar.
Os flagelos são provas que proporcionam ao homem a ocasião de exercitar a inteligência, de mostrar a sua paciência e a sua resignação ante a vontade de Deus, ao mesmo tempo que lhe permitem desenvolver os sentimentos de abnegação, de desinteresse próprio e de amor ao próximo, se ele não for dominado pelo egoísmo.
Muitos flagelos são a conseqüência de sua própria imprevidência. A medida que ele adquire conhecimentos e experiências pode conjurá-los, quer dizer, preveni-los, se souber pesquisar-lhes as causas. Mas ainda esses males são geralmente agravados pela indolência do homem.
Qual o valor do que se chama o ponto de honra em matéria de duelo?
- O do orgulho e da vaidade, duas chagas da humanidade.
LEI DO PROGRESSO
Qual a causa da instabilidade das leis humanas?
- Nos tempos de barbárie são os mais fortes que fazem as leis, e as fazem em seu favor. Há necessidade de modificá-las à medida que os homens vão melhor compreendendo a justiça.
LEI DE IGUALDADE
A desigualdade das condições sociais é uma lei natural?
- Não, é obra do homem e não de Deus.
Que pensar dos que abusam da superioridade de sua posição social para oprimir o fraco em seu proveito?
- Esses merecem o anátema; infelizes que são! Serão oprimidos por sua vez e renascerão numa existência em que sofrerão tudo o que fizeram sofrer.
Se uma fortuna foi mal adquirida, os herdeiros serão responsáveis por isso?
- Sem dúvida eles não são responsáveis pelo mal que outros tenham feito, tanto mais que o podem ignorar, mas fica sabendo que muitas vezes uma fortuna se destina a um homem para lhe dar ocasião de reparar uma injustiça.
A igualdade absoluta das riquezas é possível e existiu alguma vez?
- Não, não é possível. A diversidade das faculdades e dos caracteres se opõe a isso.
Há pessoas que caem nas privações e na miséria por sua própria culpa; a sociedade pode ser responsabilizada por isso?
- Sim, já o dissemos, ela é sempre a causa primeira dessas falta. Pois não lhe cabe velar pela educação moral dos seus membros? É frequentemente a má educação moral dos seus membros? É frequentemente a má educação que falseia o critério das pessoas, sem lugar de asfixiar-lhes as tendências perniciosas.
LEI DE LIBERDADE
Não há arrastamento irresistível, quando se tem a vontade de resistir. Lembrai-vos de que querer é poder.
A fatalidade não existe senão para a escolha feita pelo Espírito, ao encarnar-se, de sofrer esta ou aquela prova; ao escolhê-la, ele traça para si mesmo uma espécie de destino, que é a própria conseqüência da posição em que se encontra.
Deus vos recorda a vossa fraqueza e a fragilidade de vossa existência. Se examinarmos a causa e a natureza do perigo, veremos que, na maioria das vezes, as conseqüências foram a punição de uma falta cometida ou de um dever negligenciado. Deus vos adverte para refletirdes sobre vós e vos emendardes.
Do resto, sempre confundis duas coisas bastante distintas: os acontecimentos materiais da existência e os atos da vida moral. Se há fatalidade, às vezes é apenas no tocante aos acontecimentos materiais, cuja causa está fora de vós e que são independentes da vossa vontade. Quanto aos atos da vida moral emanam sempre do próprio homem, que tem sempre, por conseguinte, a liberdade de escolha: para os seus atos não existe jamais a fatalidade.
Há pessoas que nunca conseguem êxito na vida e que um mau gênio parece perseguir em todos os seus empreendimentos. Não é isso o que podemos chamar fatalidade?
- Pode ser fatalidade, se assim o quiserdes, mas decorrente da escolha do gênero de existência, porque essas pessoas quiseram ser experimentadas por uma vida de decepções, a fim de exercitarem a sua paciência e a sua resignação. Não creias, entretanto, que seja isso o que fatalmente acontece; muitas vezes é apenas o resultado de haverem elas tomado um caminho errado, que não está de acordo com a sua inteligência e as suas aptidões.
Há o que teria sido um bom operário, ganhando honradamente a vida, mas se fez mau poeta e morre de fome. Haveria lugar para todos, se cada u m soubesse ocupar o seu lugar.
Não são os costumes sociais que eles devem acusar, mas o seu tolo amor próprio que o leva a preferir morrer de fome a infringi-los. Ninguém lhes toma conta desse sacrifício à opinião geral, enquanto Deus lhes pedirá conta do sacrifício feito à própria vaidade. Tanto é desarrazoado exibir-se como um animal curioso, quanto é sensato descer voluntariamente e sem reclamações,se não se pode permanecer no alto da escada.
Se há pessoas para as quais a sorte é contrária, outras parecem favorecidas por ela, pois tudo lhes sai bem; a que se deve isso?
- Em geral, porque sabem orientar-se melhor. Mas isso pode ser, também, um gênero de prova: o sucesso as embriaga, elas se fiam no seu destino e frequentemente vão pagar mais tarde esse sucesso com revezes cruéis, que poderiam ter evitado com um pouco de prudência.
Como explicar a sorte no jogo?
- Certos espíritos escolhem antecipadamente determinadas espécies de prazer, e a sorte que os favorece é uma tentação. Aquele que ganha como homem, perde como Espírito: é um aprova para o seu orgulho e a sua cupidez.
Tu mesmo escolheste a tua prova: quanto mais rude ela for, se melhor a suportas, mais te elevas. Os que passam a vida na abundância e no bem-estar são Espíritos covardes, que permanecem estacionários.
Aliás, a vida mais feliz é sempre agitada, sempre perturbada: não é somente a dor que produz contrariedades.
LEI DE JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE
Amar aos inimigos é perdoá-los e pagar-lhes o mal com o bem. É assim que nos tornarmos superiores: pela vingança nos colocamos abaixo deles.
O amor fraternal sobrevive mesmo à própria morte, acompanhando o filho além da tumba.
AS VIRTUDES E OS VÍCIOS
Se orar a Deus e ao seu bom gênio com sinceridade os bons espíritos virão certamente em seu auxílio, porque essa é a sua missão.
Qual o meio mais eficaz de se combater a predominância da natureza corpórea?
- Abnegar-se.
Aquele que todas as noites lembrasse todas as suas ações do dia e se perguntasse o que fez de bem ou de mal, pedindo a Deus e ao seu anjo guardião que o esclarecessem, adquiriria uma grande força para se aperfeiçoar, porque, acreditai-me, Deus o assistirá.
PENAS E GOZOS TERRENOS
O homem sensato, para ser feliz, olha para baixo e jamais para os que lhe estão acima, a não ser para elevar sua alma ao infinito.
O mais rico é aquele que tem menos necessidades.Deus às vezes permite que o mau prospere, mas essa felicidade não é para se invejar, porque a pagará com lágrimas amargas. Se o justo é infeliz é porque passa por uma prova que lhe será levada em conta, desde que saiba suportar com coragem. Bem aventurado os que sofre, porque serão consolados.
De onde vem o desgosto pela vida, que se apodera de alguns indivíduos sem motivos plausíveis?
- Efeito da ociosidade, da falta de fé e geralmente da saciedade. Para aqueles que exercem as suas faculdades com um fim útil e segundo as suas aptidões naturais, o trabalho nada tem de árido e a vida se escoa mais rapidamente. Suportam as suas vicissitudes com tanto mais paciência e resignação, quanto mais agem tendo em vista a felicidade mais sólida e mais durável que os espera.
Que pensar do suicida?
- Pobres espíritos que não tiveram a coragem de suportar as misérias da existência. Deus ajuda aos que sofrem e não aos que não tem forças nem coragem. As tribulações da vida são provas ou expiações.
É um suicida, mas os que causaram ou que o poderiam impedir são mais culpáveis que ele, a quem a indulgência espera. Mas não acrediteis, porém, que seja inteiramente absolvido se lhe faltou a firmeza e a perseverança e se não fez uso de toda a sua inteligência para sair das dificuldades. Infeliz dele, sobretudo, se o seu desespero é filho do orgulho.
PENAS E GOZOS FUTUROS
O mal não é reparado senão pelo bem, e a reparação não tem mérito algum, se não atingir o homem no seu orgulho ou nos seus interesses materiais.
Não mergulhes mais o tem sombrio olhar nas profundezas da Terra, buscando os castigos. Chora, espera, expia e refugia-te no pensamento de um Deus infinitivamente bom, absolutamente poderoso e essencialmente justo (Platão).