Resenhas - Memórias de um sargento de milícias

Rafa 21/08/2024

A maior surpresa ao começar o livro é a linguagem, pois o livro é de 1854 e está muito mais perto do nosso tempo do que outros autores clássicos brasileiros. Isso deixa o texto mais fluido e a leitura menos enfadonha. Dito isso, o Leonardo é um porre, que só enferniza a vida das mulheres que conhece. Um bom livro para quem pensa em ler um clássico, mas tem receio pela linguagem e temática.

João Pedro 14/08/2024

Bastante brasileiro
Um livro relativamente simples, que busca retratar alguns elementos tipicamente brasileiros dentro da vivência de Leonardo, um retrato excelente das figuras do malandro e do vadio.

Entretanto, gostaria de ter visto uma participação maior do protagonista na trama. Tudo que lhe sucede, seja de bom ou de ruim, é decidido ou realizado por outras pessoas

writtenbybe 10/08/2024

Brasil-sil-sil
Não esperava encontrar tanto riso neste livro, mas foi uma leitura bastante divertida. além da história principal, a do futuro sargento de milícias, temos outros personagens cômicos que estão sempre metidos em alguma confusão, na vida uns dos outros, e fazendo tudo o que podem pra nunca ficar para trás, criando situações engraçadas e bagunçadas. a narração dá todo um toque especial para a história e nos faz sentir como se estivéssemos conversando com alguém, nos inteirando também da vida alheia. em vários momentos, é possível ver a representação daquele ?jeitinho brasileiro? do qual muito se fala, o que torna o livro, em alguns temas, até bastante atual.

comparando à outras obras consideradas cânones da literatura brasileira, eu não colocaria esta num top 5, mas reconheço que tem, sim, o seu valor.

evangeine 04/08/2024

Muito engraçado
Para uma pessoa que nunca foi a maior fan de classicos esse é muito bom as metaforas o romance tudo é bem construido

driliotti 04/08/2024

O livro fala sobre Leo pai e Leo filho. Tem um ar de crítica à como eram as coisas à época.
A questão do anti-herói, da falta de qualidades heroícas do protagonista não bala em nada a qualidade do livro.
Uma das coisas que me incomodaram, apesar de ser situação real e corriqueira, foi o fato de o Leo pai abandonar o filho por causa da mulher.
Leo filho amar, foi ponto alto no livro, tanto quando amou Luizinha como quando amou vidinha, que inclusive foi minha personagem favorita.
Os padrinhos me ganharam o coração com todo o cuidado que tiveram com o menino apesar de ele ser terrível.
Todo o desfecho dos últimos capítulos foi emocionante, corri para ler e entender o que ia acontecer.
O livro é bem "gostosinho" de ler, vale a pena , eu gostaria de ter lido antes.

Thaci 03/08/2024

Vi um comentário falando que esse livro tá cheio de "brasiliaridades" e de fato está. Eu não consegui me conectar com nenhum personagem como geralmente acontece quando se lê um livro, mas a história me prendeu demais, é divertida e cheio de entrelaços, não tem grandes reviravoltas ou plosts mas é como sentar na calçada de casa e fofocar sobre a vida da vizinhança e tem coisa mais brasileira que isso?!

Renata.Thaina 30/07/2024

Leonardinho malandro
A ambientação é bem interessante, sendo na época do rei, acompanhamos a vida do 'anti-herói' Leonardo, menino travesso fruto de uma pisadela e um beliscão kk. Em alguns momentos cheguei a achar entediante, mas em outros haviam cenas engraçadas. Não é uma história muito complexa ou muito marcante, mas foi um bom livro, bem escrito, com bons diálogos e boas histórias.

Bookdreamer 30/07/2024

Resenha voltada ao objetivo de entender a Escola Literária.
Confesso que esse livro foi praticamente o melhor de todos os clássicos das escolas literárias que li até o momento. Foi uma leitura bem fluida, e se lida em um bom momento - e com boa disposição -, o entendimento dela é muito mais abrangente. Por ter sido uma obra lançada praticamente mais no final do Romantismo, algumas características que se desviam um pouco da escola foram notórias, sendo chamado, então, de uma obra pré-realista, abordando personagens de camadas mais pobres, com situações um pouco mais cômicas, e um protagonista um tanto intrigante, assim como o final de toda a história. A linguagem coloquial e o narrador participativo foi algo que facilitou a leitura, bem como a descrição de seus personagens que, em sua maioria, fizeram um pouco de raiva kkkkkkk. Levando em consideração a época em que foi publicado, a presença de algumas coisas que, na época, eram tachadas como normais, me deixaram um pouco de pé atrás, mas fora isso, foi muito bom.
O livro traz a história de Leonardo, criado por seu padrinho e madrinha, um personagem que desde criança foi muito "energético", por se dizer, e acompanhar um pouco da sua história foi um tanto interessante. Apesar de tudo isso, ainda foram encontradas características do romantismo, como a descrição da personagem Vidinha, e de como Leonardo se sentia acerca de Luisinha.

? O trecho a seguir foi o que tanto me chamou atenção, no que se refere à maneira como foi desenvolvido para a época de lançamento:

"Se os meus suspiros pudessem
Aos teus ouvidos chegar,
Verias que uma paixão
Tem poder de assassinar.
Não são de zelos
Os meus queixumes,
Nem de ciúme
Abrasador;
São das saudades
Que me atormentam
Na dura ausência
De meu amor."

Gabriela4609 26/07/2024

Amo uma história de malandro
Amo a ambientação e toda a brasilidade existente no livro. É uma leitura engraçada, leve e que fala da nossa gente e, especialmente, do jeitinho brasileiro.

Minha dificuldade foi me conectar com o Leonardo filho. Tudo pra mim parecia mais interessante do que o Leonardo filho. De resto, tudo me parecia fantástico e interessante.

Adorei a história do padrinho e me diverti com o Leonardo pataca. As personagens femininas me pareceram sem graça, mas entendo que o foco era contar a história do Leonardo filho.

Impossível ler e não se teletransportar pra o Rio de Janejro dos tempos do Rei!

Me lembrou muito do Brás Cubas, que veio, inclusive, depois do Leonardo (Memórias de um sargento de Milicias é de 1852 e Memórias póstumas de Brás Cubas é de 1881). Comparando as duas obras, em Brás Cubas, como estamos vendo a perspectiva direta do defunto-autor, a conexão pra mim foi inevitável, o que senti falta aqui.

De toda forma, eu amo uma fofoca bem contada e valeu muito a pena ter lido.

Rodrigo.Silva 24/07/2024

Adoro esse livro. Parece que você vê um filme na sua cabeça do Rio de Janeiro no tempo do Rei, inclusive as festas, a música etc

David.krc 22/07/2024

Nota 7.5/10

Esse livro contém 48 capítulos foi inicialmente publicado em formato de folhetim em um jornal da época (1852-1853).

Curiosidade 1: a linguagem mudou muitooo, então tive que consultar por vezes meu amigo Aurélio para saber alguns significados de palavras.

Dentre as centenas de palavras, por exemplo mono significa beijo, mariola se traduz como sem vergonha/patife, tomar fortuna seria algo como tirar a sorte grande...

Curiosidade 2: esse foi o livro que mais demorei a ler na minha vida, eu comecei a ler em 2011 quando "estudei" para vestibular, mas desisti e li uma resenha na época, que vergonha, David.

Uma leitura divertida, vale a pena principalmente pela questão de nos colocarmos no Brasil de quase 200 anos atrás.

Ana Helô 20/07/2024

Legalzinho
No começo eu me senti entediada, pois havia muita narração e sentia que estava empurrando a leitura pela garganta abaixo à força e isso me deixava confusa, porém conforme o desenvolvimento da história, muitas traquinagens e aparição de novos personagens eu me senti mais envolvida e a história foi fluindo com leveza, tendo momentos engraçados, tristes e até mesmo de indignação.
Eu gostei bastante dessa história, ela tem críticas sociais e entre outras, mas não faria uma releitura.
Nesse momento decidi que eu personagem de conforto é o próprio Leonardo e o personagem que mais odiei foi o pai dele, Leonardo-Pataca.

Ketlin.Chaves 19/07/2024

Pobre Leonardo
Leonardo é criado pelo padrinho e enfrenta diversas peripécias ao longo da história. A obra retrata o Rio de Janeiro no início do século XIX, com suas ruas, festas populares e costumes da época, oferecendo um panorama da sociedade brasileira do período.

A trama não segue um caminho linear de ascensão e queda, mas sim uma série de aventuras e desventuras que envolvem personagens carismáticos e situações cômicas. A linguagem utilizada por Almeida é coloquial e acessível, o que torna a leitura leve e divertida.

Jesnner 16/07/2024

Filho de uma pisadela e de um beliscão
Único romance da carreira de Manuel Antônio de Almeida, Memória de um sargento de milícias é um grande retrato da sociedade brasileira do século dezenove, formada por diversas inconstâncias e hipocrisias, banhada pelo descaso e malandragem das autoridades.
A narrativa é conduzida por um excelente narrador onisciente, que trafega pelos núcleos ? confusos ? da história. Começo pelo narrador porque esse é o ponto alto de toda a obra. Na realidade, é a ironia realista do narrador que faz com que toda a história não caia em um lugar enfadonho e chato.
A origem de Leonardo, menino desde pequeno bagunceiro, é dissecada através dos momentos perturbadores conferidos pelos pais da criança. Na adolescência, o menino se mete em cada vez mais encrencas, chegando à vida adulta como um completo vagabundo.
Leonardo encontra no exército o seu ofício e, através da figura do Major, conhecemos o quão ardiloso e hipócrita o ser humano pode ser, pendendo a escolher o que o beneficia sempre, enquanto finge agir com o rigor da lei.
No fim das contas, a obra tem bons momentos, cenas pitorescas, personagens caricatas e é isso aí. Não posso dizer que a história me prendeu, nem que andou; a sensação que fica é a de ler muitos capítulos iguais, com novos nomes jogados e sem muito desenvolvimento. Em diversos momentos, não pude deixar de compará-la ao bom "Triste fim de Policarpo Quaresma", que, em meu gosto, se sobressai pelo enredo mais amarradinho e pontas menos soltas.
Gosto do trabalho de documentação da origem da burocracia e do jeitinho brasileiro, a gente percebe que, muito do que sofremos hoje em nosso país tem uma origem secular. Gostaria de ver mais um pouco de desenvolvimento em algumas cenas e de ter mais desdobramentos em algumas ações.