Miguel.Moreira 24/01/2022
Árvore e Folha
Essa obra de Tolkien trata o conto de fadas como um recurso magnífico para o leitor, e um teabalho extremamente complexo para o escritor. Nesta edição, contem um ensaio "Sobre contos de fadas" e um pequeno conto "Folha, de Migalha".
Sobre contos de fadas é um trabalho bem curtinho, porém não se engane, é um texto extremamente pesado de ler, e com certeza irei reler esse ensaio.
Tolkien nos pergunta no início de seu trabalho: "O que são contos de fadas? Qual a sua origem? Qual a sua utilidade?" Me dei o luxo de me perguntar no início e no final do livro.
Contos de fadas são histórias dentro de um mundo diferente do qual vivemos, um mundo similar em alguma aspectos, mas que tem as leis diferentes do nosso, podendo ser possível um homem voar sem equipamentos externos, ou conversar com animais como seu semelhante.
Suas origens se dão em qualquer lugar onde o homem deseja ou anseia se aproximar de seres melhores que nós, como as fadas (que são quaisquer criaturas que vivem no mundo Encantado). O desejo de nos tornarmos melhores nos levam ao conto de fadas se for de uma forma inocente e humilde. Segundo Tolkien a ciência está ao lado da arrogância.
A utilidade é, resumida drasticamente, Recuperação, Escape e Consolo.
Precisamos de recuperação psicológica e espiritual, que nos faz escapar da realidade para assim chegarmos ao nirvana enquanto lemos um bom conto de fadas.
E no final desse trabalho técnico e complexo, Tolkien nos deixou um conto que mostra na prática o que é um conto de fadas.
Folha, de Migalha é um pequeno conto de fadas que relata a vida medíocre de um homenzinho chamado Migalha. Ele é um pintor que não tem tempo de pintar seus quadros, devido às suas coisas para fazer, e ao seu país possuir leis muito severas e aparentemente ditatoriais.
Migalha negligência suas obrigações com o Estado para tentar terminar um quadro, com muitas idéias sem aplicar na prática por causa de suas obrigações diante da sociedade que agora se mostraram importantes e autoritárias. Migalha é mandado a uma espécie de campo de trabalho forçado, e a partir daí ele começa a se moldar à sociedade, e encontra seres falando de sua vida, como um julgamento de seres superiores ao próprio Migalha. Então de repente sua vida muda, todo o tormento do trabalho forçado é ofuscado por uma paisagem, que de forma mágica se tornou real.
Não falarei mais sobre a história do conto, pois é necessário ler para entender o todo. Temos uma apresentação de um homem privado de seus prazeres pela arte que é pisado pelo mundo, e jogado no lixo e pisoteado por todos. Que tem uma preparação para crescer e tornar todos os seus desejos e todas as suas idéias reais. Até que por fim ninguém se lembra dele, ninguém daquela sociedade monótona, mas sua arte sobreviveu por um tempo até que finalmente ela foi destruída, e só o próprio Migalha e uns poucos amigos tiveram a oportunidade de redenção, e viver o nirvana eterno.