spoiler visualizarnmstoppa 11/07/2024
Quando penso nesse livro, penso muito sobre o fato de Ernani e Cauby terem 60+ e 40+, respectivamente, e a Lavínia estar nos seus 20 e tantos. Não sei qual seria o quadro clínico psicológico da Lavínia, bipolaridade, transtorno borderline, ou nda, mas ela tinha suas questões, imagino pelo o que ela sofreu em sua vida quando vivia com sua família. Lavínia parece ter um pouco de daddy issues (corre aqui, Freud) e criou relacionamento com dois homens bem mais velhos que ela, que dariam até para ser seus pais.
Ernani pareceu se importar com Lavínia desde o começo, quando a conheceu, evangelizou quase ela e a tirou das drogas. Cuidou dela em seu estado clínico mais preocupante. Me incomoda a terem internado e não feito apenas o tratamento psiquiátrico. Não sei se isso não ocorria assim na época da história, ou se Lavínia era muito resistente a tomar medicação.
Cauby, quando tirou foto do Viktor em estado convulsivo, achei desprezível até. Foi de sua preferência registrar o momento de agonia e dor de seu amigo (colega?) do que ajudá-lo naquela situação. Um mal do fotógrafo querer registrar momentos, independente da sua natureza?
Lavínia e Cauby fotografam figuras diferentes, ela, objetos, e ele, pessoas. Seriam suas figuras de maior apreço? As coisas não destratam Lavínia como as pessoas fizeram, e por tanto, consegue apreciar sua beleza? Cauby, como um aventureiro que interage com diversas personalidades, vê beleza na singularidade e particularidade humano ao ponto de fotografar o momento que for, e apreciar a fotografia que for, até mesmo de sua mãe nua?
Livro com história bacana, de uma cidade do interior, com características e histórias interessantes, assim como seus habitantes. Gostei mais da ambientação do que da história em si, imagino.