Leonardo1245 20/04/2024
Dunk, o pateta, cabeça dura como uma muralha de castelo...
Sou um leitor estranho de George Martin. Ao invés de terminar as Crônicas de Gelo e Fogo duma vez, eu fico lendo esses "spin-offs". Mas nem mesmo isso é de todo ruim. Pra além da satisfação em voltar a Westeros, é sempre bom ler essas histórias anteriores aos eventos de Game of Thrones porque elas nos dão uma visão mais clara dos vários momentos da dinastia Targaryen.
Mas o que temos nesse livrinho? Temos Dunk, um jovem cavaleiro andante, promovido a tal pelo seu antigo mestre antes deste morrer, e que inicia a sua jornada com uma espada velha e um cavalo velho. Nas suas andanças, esbarra com Egg, um guri de dez anos que se enfia goela abaixo na vida de Dunk e acaba virando seu escudeiro. A identidade do Egg acaba virando uma das maiores dores de cabeça da vida do Dunk e, antes que ele perceba, ele tá envolvido num embrólio da família Targaryen.
Antes de mais nada, o que mais me agradou nessa leitura foi o tanto de História (com H maiúsculo mesmo) que eu aprendi, sobretudo sobre a rebelião Blackfyre, pouquíssimo comentada nas Crônicas (pelo menos até onde eu as li). Achei muito curioso como esse livro conseguiu ser praticamente inteiro sobre o conflito entre o Dragão Vermelho e o Dragão Negro, mesmo que esse conflito já tenha "acabado". Na última das três novelas, conhecemos muitas pessoas que, mesmo depois de 16 anos, ainda estavam descontentes com a vitória do Dragão Vermelho, e que estavam prontas pra meter uma segunda rebelião Blackfyre em Westeros.
Dá muita dó do Dunk, constantemente sendo tragado pra essas tretas reais enquanto ele só tá tentando ganhar uma reputação de maneira honrada e conhecer um pouco mais de Westeros. Egg, ao mesmo tempo que é o melhor amigo do cavaleiro, é também a causa de quase todos os seus problemas.
Minha razão pra dar uma nota não tão alta pra esse livro é muito mais pessoal do que crítica: eu odeio torneios. Sempre achei confuso ler sobre eles. Os nomes se misturam e sempre vêm acompanhados de descrições infindáveis sobre armaduras, armaduras de cavalos, símbolos esquecíveis e Casas pequenas. Não bastasse esse livro ser aberto por um torneio, ele acaba em outro. A segunda novela, que é menos interessante em termos de treta real, foi a mais agradável de ler (ainda que eu não tenha engolido aquele final).
Tô bem curioso pra ver a série da HBO baseada nesse livro. Fiel, eu já sei que não vai ser, mas que seja divertida. Tem vários momentos de alívio cômico aqui, que, ainda que destoam do que eu tô acostumado quando leio Martin, são muito bons!
Louco pra voltar às Crônicas agora que conheço um pouco mais da História de Westeros, dos Targaryen e dos Blackfyre.