Tribo do Livro 03/08/2014
Faltou originalidade...mas pode ser.
Resenha por Ver sobreira
(... )Meu nome é Alexandre Mendes Ferraz. Os mais íntimos me chamam de Xande ou Alê, tanto faz. No ambiente profissional, limite-se a dr. Ferraz, mas se for entre quatro paredes, prefiro que me chame de... de...! Entre quatro paredes, seu cérebro nem vai lembrar quem você é. O que dirá o meu nome. Arrogante? Talvez. Confiante? Sim. Modéstia à parte, eu sei do que sou capaz (...)
Gente, recebi este livro esta semana da Suma de Letras, comecei a ler por pura curiosidade rsrsrs...Já que é nacional, autora Camila Moreira. Alguém já leu antes da editora publicar? Pergunto isso porque ele esteve na Amazon. Olha, ficou difícil não vê-lo como meio que uma compilação da trilogia Peça-me o que quiser sem ménage, rsrsr... e série Crossfire. À princípio fiquei estressada, então lá pelo meio da leitura comecei a vislumbrar uma trama. É clichê dizer que muitas histórias que veem à cabo de outras, acabem sendo comparadas é fato, não há como fugir. Mas também é válido observar que em algum ponto há necessidade premente de uma variável, para justamente não parecer o lugar-comum. Porém de qualquer forma li e dentro do gênero a que se propõe... pode se firmar. Infelizmente lá vamos nós para mais uma série ou trilogia.Não costumo falar de capa, mas essa ficou muito aquém, poderia ser melhor, é sem graça.
Maria Clara é uma jovem estudante de Direito, que precisa de horas de estágio para receber seu diploma. Ela esteve fora durante algum tempo acompanhando em turnê, seu então namorado o rockstar Dereck Mayer. Se pensar duas vezes pede ajuda a uma velha amiga, Priscila Ferraz e esta a indica para o renomado escritório de advocacia de sua família. Alexandre Ferraz é um renomado advogado, famoso criminalista muito respeitado e reconhecido em seu meio e além disso um, chamariz para as mulheres. Ele nunca gostou da ideia de ter uma estagiária, porém desta vez ele terá que ceder a um pedido de seu pai. Ao conhecer Maria Clara, ele fica fascinado e a partir dai eles entram em uma dança de gato e rato, ou melhor,de Lobo Mau e nem tão comportada Chapeuzinho Vermelho.
(...) Brincando com meus polegares, esperei pacientemente a menina chegar à minha sala. Porém, nada que eu tivesse feito poderia ter me preparado para o que eu vi.(...) Minha secretária encaminhou a garota para dentro da sala e ...AI MEU DEUS, COMO ESTOU FODIDO!!!( ...)
Em minha análise devo primeiramente destacar que é super válido a literatura nacional se embrenhar pelo gênero erótico, ainda que se remonte aos modelos mais usuais e consequentemente repita estes, sejam em diálogos, biotipos de personagem,etc. Aviso que é quentíssimo como Crossfire e bem musical como Peça-me o que quiser. Em O amor não tem leis, gostei do fato de os personagens principais saírem do lugar comum do multimilionário e a garota "fragilzinha", sem experiência sexual e submissa no pior sentido, sem personalidade. como nos dois acima, sem muito diferencial é verdade, mas são personagens interessantes. Maria Clara tem um pouco de Judith Flores e de Eva Tramel, ouso dizer que muito mais da segunda e Alexandre, muito mais de Gideon Cross, sem problemas psicológicos aparentemente. É ruim isso? Pode até ser se a trama como já mencionei, não tiver alguma outra saída para situações comuns, o diferencial, vai ser o aquele que firmará a história, personagens repetitivos, fatalmente narrativas iguais com situações iguais, ou seja, dada ao chavão do gênero.
Narrativa em primeira pessoa que se alterna entre os dois personagens, diga-se de passagem de personalidades muito fortes. Alexandre e Maria Clara entram em uma relação de conflitos e prazeres, amores e dores, porém o passado dela que é obscuro para Alexandre será um grande empecilho para relação deles. Ao mesmo tempo em que um desafeto do passado de Alexandre irá ser decisivo no futuro desta relação, já que este colocará em perigo não só a vida de Maria Clara, mas de toda família Ferraz. Nem só de sexo quente passa a história, há um pouco de desafio em se levar a história a outro patamar no que se diz respeito ao drama que pelo visto só se desenrolará melhor no próximo livro.
Dentre algumas coisas que apontaria como impossível de não identificar a influência direta dos livros que mencionei, são os acontecimentos que envolvem o cantor pop Dereck Mayer, ex de Maria Clara, ficou muito óbvia as referências a série Crossfire. E mesmo nos outros personagens, um amigo gay, Nando, que se liga a Maria Clara desde o primeiro dia dela na empresa Ferraz. Ainda temos Laís, uma grande amiga dela; Diego, irmão de Alexandre, que é uma espécie de cavalheiro de armadura; Bruno, o amigo quase irmão, um pouco de Björn; e Lana, bem tipo Corinne, aquela que não quer largar de jeito nenhum o que julga seu e vai aprontar poucas e boas, enfim o que vem depois é difícil não ser comparado. Mas não deixa de ser uma boa leitura do gênero, pois é o primeiro livro e acredito que o aperfeiçoamento da escrita de Camila Moreira virá. Confira, minha cotação pode parecer baixa, mas sei que pode melhorar muito e torna-se original.