Paraíso perdido

Paraíso perdido John Milton
John Milton




Resenhas - Paraíso Perdido


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Oz 24/10/2018

Quando pego na mão um livro cuja idade ultrapassa um século é: hum... esse aí deve ser difícil. Essa sensação se agrava quando este livro é escrito em formato de poema. Esse é o caso de “Paraíso Perdido”. Mas aí vem a dúvida: ele é um texto rebuscado, floreado e difícil? É. Isso significa que a leitura é impossível? Não. Significa que o livro é chato? Também não. Simplesmente significa que é um livro do seu tempo, um poema escrito em meados do século XVII. Uma pequena vantagem – ao menos para algumas pessoas – é que se trata de passagens bíblicas bem conhecidas. Uma segunda vantagem é que o livro é dividido em 12 Cantos – ou capítulos –, sendo que, no começo de cada um deles, há um breve resumo descrevendo o que será contado ali. Então, à parte o léxico extenso e às construções gramaticais empregadas por John Milton e seu tradutor Lima Leitão – porque o tradutor de um texto tão complexo como este acaba sendo quase um coautor -, a obra é totalmente inteligível.

Tendo isso em vista, trata-se de um baita livro, não à toa considerado um dos grandes textos da literatura inglesa e mundial. Afundamos com Satã e seus seguidores até os recônditos mais quentes das lavas infernais, acompanhando a queda do exército de anjos rebelados perante a punição do Deus soberano. Não contente com a derrota, Satã fica sabendo da criação de um novo Mundo, onde Deus fez um ser semelhante à sua imagem. Ciente de que o combate direto contra todo o reino celestial seria uma vingança infrutífera, trazendo uma derrota certa, decide ir sozinho a esse novo lugar para tentar perverter o homem com a tentação do pecado e a consequente punição da mortalidade. Então, entra em cena Adão e Eva, e o final dessa história todo mundo já sabe.

Se a história em si não é novidade e nem guarda surpresas, o poder do livro está na beleza do texto e nos personagens. Os personagens do poema são sensacionais. Desde Satã, passando pelos anjos caídos, Adão, Eva, até chegar em Deus, cada um deles reflete um poder imenso na narrativa e apresentam algumas características mais salientes do que outras em suas ações. À parte a crença pessoal do leitor, percebe-se em Satã um personagem potente, insistente e questionador. Por seu lado, Deus demonstra sempre um ar de clarividência e até certa pompa em sua segurança de entidade graciosa e suprema, que tudo sabe e tudo decide. Nesse quesito, é possível até que o leitor tenha certa empatia pela causa rebelde de Satã, pois é aquele que não aceita ser mandado e subjugado por um ser superior e onisciente. Da mesma forma, é possível fazer uma leitura interessante na forma como Adão e Eva compõem a história contada através das palavras de Milton. Evidentemente que o autor, apesar de se basear na história bíblica, recebeu também a influência das normas e convenções de sua época, ressaltando no texto – seja conscientemente ou inconscientemente – a inferioridade e teimosia de Eva perante à perfeição e pureza de Adão, ainda que os dois acabem comendo o fruto da árvore da ciência. Isso seria um prato cheio para discussões interessantes sobre os pontos levantados pelas feministas contemporâneas, ainda que se deva sempre ter em mente todo o contexto da obra de Milton, tomando cuidado para que não se levante críticas absurdas e atemporais.

Finalmente, se nada disso parece lhe interessar, talvez o trabalho gráfico da Martin Claret seja o suficiente para fazer você comprar essa obra magistral. A edição está impecável e a capa é simplesmente divina, ou melhor, infernal. Não cometa o pecado de não considerar adquirir essa beleza. Papai do céu está de olho em você. Possivelmente, será o livro mais bonito que você vai ter em sua coleção.

Meu site de resenhas: www.26letrasresenhas.wordpress.com
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Eduardo 01/07/2018

Fantástico!
Escrito pelo inglês John Milton e publicado inicialmente em 1667, Paraíso Perdido é um dos maiores poemas épicos de todos os tempos. Composto por 12 livros, o enredo narra a queda de Lúcifer e os demais anjos rebeldes do Céus para o Inferno, a criação do Homem, as manobras de Satanás para corromper Adão e Eva e, finalmente, a expulsão da humanidade do Éden. Repleto de referências à Bíblia e à Mitologia Grega, o poema é um pouco complicado de se ler devido ao vocabulário erudito de Milton e sua sintaxe bastante peculiar. De qualquer forma, é uma exuberante narrativa de uma das mais fascinantes histórias da cultura universal. Àqueles interessados na leitura deste clássico, sugiro a edição bilíngue da Editora 34, com tradução e notas de rodapé ? que auxiliam demais no entendimento do texto ? feitas pelo premiado poeta português Daniel Jonas, prefácio do crítico literário Harold Bloom e ilustrações do famoso pintor francês Gustave Doré. Não se deixe desanimar pelo tamanho da obra, nem pela sua densidade, a leitura vale muito a pena!
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Nat 27/05/2017

Todo mundo sabe que eu sou uma negação na leitura de poesias. Simplesmente me cansa e me enjoa rápido então é muito difícil eu ler livros do tipo. Tive que abrir uma exceção dessa vez, e não me arrependi. Na verdade, eu queria ter lido esse livro faz mais tempo, desde que comecei a estudar Tolkien e suas influências, e não me arrependi. Tem alguns livros na literatura atual que tratam dessa temática, dos anjos decaídos, e eu nunca consegui ler, mas Milton escreve de um jeito que é impossível não ficar presa na leitura. Enquanto lê, parece que você está vendo cada uma das cenas (a serpente tentando Adão e Eva, eles sucumbindo ao proibido, Gabriel tentando impedir Satã de seduzir Eva…), devido a força das palavras. Eu juro que fiquei arrepiada em vários momentos. Completamente indicado.

site: http://ofantasticomundodaleitura.blogspot.com.br/2017/05/o-paraiso-perdido-john-milton-idy-2017.html
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Tiago 02/04/2017

PARAÍSO PERDIDO
Temos aqui um texto difícil de ler e com uma complexidade que vai desde palavras difíceis a uma métrica poética nada convidativa. É um texto custoso de se ler, arrastado, mas isso não significa que seja ruim, muito pelo contrario: trata-se de um texto desafiador. Talvez não seja um épico tão conhecido, como é o caso da “Ilíada” e da “Odisséia”, porque não se trata de um enredo completamente original. Ele é basicamente a história do Genesis bíblico, mas que se articula de forma genial através das palavras irônicas de um dos maiores poetas da literatura inglesa.
É sempre complicado fazer uma critica de “Paraiso Perdido” sem correr o risco de ser mal compreendido. Uma critica é uma analise dos elementos que compõem a obra, como enredo, tradução, estruturação, fluidez narrativa etc. Uma critica focada apenas nos elementos mais técnicos se torna improdutiva porque restringe seu publico alvo. Para construir uma critica mais atrativa são os elementos de criação artística que devem ser evidenciados, como por exemplo, os personagens. E é ai que começa toda a problemática em torno da obra de John Milton, pois o protagonista é ninguém menos que satã.

A forma como Milton o construiu fez dele não apenas o mais interessante como também o mais humano dos personagens. Ele é cruel, irônico, ambicioso, manipulador, mas também tem seus momentos de angustia, arrependimento onde reconhece seu caráter e a natureza egoísta de suas intenções depravadas. Os cinco solilóquios de satã (IV,32-113,358-92,505-35;IX,99-178,472-93.) são os momentos mais intrigantes da obra. São estes os trechos onde fica evidente a assinatura de um texto literário de qualidade.
A reflexão, aquele momento em que o individuo dá atenção a sua voz interior, é talvez o mais importante alicerce do caráter. São os conselhos auto gerados que definem a nobreza moral de cada um. Por essa perspectiva Satã surge no poema como uma figura desprovida de qualquer traço de empatia. É um personagem melancólico, ambicioso e inseguro, mas que se vale de sua astucia e perspicácia para confrontar seus dilemas.
Absorver as imagens por trás dos versos brancos de Milton não é uma tarefa das mais fáceis, principalmente se você não for um leitor habitual de poesia. O estranhamento inicial é completamente natural, mas depois de algumas paginas consegue-se acompanhar tranquilamente o estilo do autor. O conteúdo da obra é absurdamente polemico, isto porque se trata de um poema épico onde o mal e o bem se confundem em diversos momentos como em um trecho do Livro V onde o anjo Rafael diz a Adão e Eva que Deus exige obediência cega. Isso faz com que Deus seja visto como uma figura que governa através da subjugação. A tirania dos céus da qual Satã se refere está implícita nas palavras de Rafael que diz que Adão e Eva são “livres” para escolherem se obedecem ou não a Deus. No caso de optarem por não obedecer seriam castigados.
Nenhum castigo deveria ser aplicado a aqueles que têm “liberdade” de escolha. O castigo pressupõe a ideia de que um dos caminhos é errado, mas quem define, neste caso, o certo e o errado é o próprio Deus de forma arbitraria. Satã governa pela astucia e pela ganância: engana, corrompe, manipula. Deus governa pela submissão e pela ameaça de punição. Deus assume a figura de um ditador e Satã a de um político demagogo, cruel e vaidoso.

Milton ataca a ideia de superioridade da espécie humana, algo muito pregado pela ortodoxia cristã. Deus fez dos anjos príncipes para que estes o idolatrassem, mas um terço deles se revoltou contra Deus. Deus fez dos homens príncipes para que reinassem sobre as demais formas de vida “irracionais” e sobre a natureza. A tirania do homem sobre a natureza fez com que esta se revoltasse contra o homem. Deus fez do homem um espelho de seus próprios erros! Essa é a face humana que Deus assume de forma velada no poema e que o distancia do ser onipotente e abstrato criado pelas impressões iniciais. Até quando as pessoas vão continuar ignorando que o Genesis é na verdade uma lição para conter o senso torpe de superioridade que o homem nutre por sua própria espécie?
Esse épico sem par possui uma grandiosidade literária que por muito tempo foi ocultada pela interpretação simplista e errada de seu texto. Definitivamente não é um texto que idolatra a figura de Satã. Ele apenas reconhece seu inegável papel dentro da filosofia cristã.
A obra em si é um dos maiores feitos da literatura universal, mas a edição da Editora 34 deixa muito a desejar em seu projeto gráfico. Com tradução de Daniel Jonas, a obra de 10.565 versos em edição bilíngue, conta com mais de cinqüenta ilustrações do genial Gustav Doré, o problema é que a editora ampliou em excesso essas ilustrações. O resultado final foi lamentável: as ilustrações originais possuem um aspecto tenebroso e assustador. Ao retalhar e ampliar essas mesmas imagens a editora conseguiu transformá-las em algo tosco e até mesmo infantil. Existem também alguns erros grotescos nas notas de rodapé. Em um dele, por exemplo, o editor cometeu o erro de dizer que na obra “Odisséia” a feiticeira Circe e a deusa Calipso eram a mesma divindade. Um absurdo!
Deixando de lado os aspectos negativos da edição o que resta é um livro intrigante, reflexivo, profundo e desafiador. Um autêntico exemplo de obra prima e de superação intelectual. Nota 1000!!!

AUTOR
TIAGO RODRIGUES CARVALHO

site: http://cafe-musain.blogspot.com/2017/03/paraiso-perdido.html
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SUPERNOVA 29/11/2016

A queda do homem!!!
Uma narrativa muito interessante na visão de Milton. Num período bastante turbulento...a era de Oliver Cromwell. Escrito em versos brancos. Senti bastante dificuldade. Mas com uma vontade imensa de ler de novo. Sublime demais!!!!
giselle 19/02/2017minha estante
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Matheus Nunes 02/09/2016

Paraíso Perdido: Um épico sobre outros épicos.
Acho que sou suspeito a falar desse poema épico, pois tenho uma grande paixão pelo tema aqui tratado, mas de qualquer forma, John Milton me surpreendeu mais do que eu esperava, mesmo ele não tendo a mesma visão do Gênesis bíblico que eu particularmente tenho. (Em questão de ordens de acontecimentos, e outras coisas mais...) Obviamente sei que não li nem um terço das obras literárias que tratam deste tema, mas não nego que o Paraíso Perdido é uma das obras Judaico-cristã mais belas já escrita.

Listei aqui algumas diferenças entre a obra de John Milton e a Bíblia.

- Os Anjos rebeldes não caem diretamente na terra, em o Paraíso Perdido eles são expulsos do céu e vagam pelo vazio (ou caos), e organizam o pandemônio. (Ezequiel 31:16 - "Ao som da sua queda, fiz tremer as nações, quando o fiz descer ao inferno com os que descem à cova; e todas as árvores do Éden, a flor e o melhor do Líbano, todas as que bebem águas, se consolavam na terra mais baixa.)

- A criação do mundo só acontece depois da queda dos anjos rebeldes. (Pra quem acredita na teoria do intervalo isso não faz o menor sentido, mas talvez fizesse para Milton em sua época.)

- A "entrada" de satã no Paraíso se dá por um erro de Uriel, e dos demais anjos que estavam de guarda, ao contrario do Gênesis, onde diz que Adão e Eva aram responsáveis pelo Jardim, sem guarda angelica nenhuma antes da queda do Homem.

- Não uma razão logica para os Anjos fazerem guarda no Jardim quando no Livro 3 o Deus Pai e o Deus Filho anunciam a perda da Santidade do Homem, e anuncia também a sua redenção, isso tudo na frente dos anjos que lhe entoavam louvores, os mesmo que montaram guarda mesmo depois de saber disto.

- No final do Livro 6 pelo que parece dá para ter uma ideia de que nem o próprio Milton tinha uma ideia certa sobre a narração de Apocalipse 12 (onde narra a batalha entre Miguel e satã) se já aconteceu ou se será um evento futuro, pois já no começo do Livro 6 o Anjo Rafael diz que os anjos foram lançados no Inferno. (inferno, leia-se: inferno abaixo do solo terrestre.) ...
(Daí fica a questão de que se o pandemônio aconteceu no inferno ou no caos, o que não faria nenhum sentido aquela cena do satã enganando Uriel e se fingindo de Anjo bom e vindo em direção da terra... essa é uma questão que eu acho que não ficou muito clara.)

Sobre a edição da Editora 34: É perfeita... se não fosse o prefacio de Harold Bloom. Serio, foi completamente desnecessário a editora ter colocado aquele texto completamente cético e desanimador, principalmente quando ele chama o poema de Ficção-Cientifica (até aí tudo bem, vai da crença de cada um...) e chama o Milton de erótico e o próprio leitor de "Voyeur" por "desejar Eva junto de satã e Milton" ... (wtf??) Sem contar que ele debocha sobre os nove versos que o Milton escreveu sobre a crucificação, segundo ele o: "Trecho crucial, quase risível, de tão vexatório..."(Será que esse cara sabe que existe outro poema menos famosos do Milton, porém da mesma forma que este importante? O Paraíso Reconquistado, a quem interessar possa.) Isso pra não mencionar também os trechos em que ele MALHA sem vergonha alguma as opiniões pessoais do C.W Lewis. OK, né! Eu se soubesse disso quando comprei o livro teria pulado essa péssima e desnecessária introdução, serio mesmo.

E sim, as 50 ilustrações de Gustave Doré presentes nessa edição baseadas na edição britânica são ESPETACULARES dá uma vida a mais ao poema, e a tradução do e posfacio do Daniel Jonas são excelentes, um acerto primordial da Editora 34.
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Júlio 15/08/2016

Sobre o Livro: Desde Ilíada que uma obra poética (pré século XIX) não havia prendido tanto a minha atenção, e desde a Divina Comédia que eu não me deparava com uma taxa tão alta de passagens memoráveis por capítulo/livro. A obra é dividida em 12 livros, que tratam desde a queda de Lúcifer dos céu até a consumação do primeiro pecado por Adão e Eva e a punição aos homens.

Nessa obra Milton faz um trabalho genial em caracterizar Satã (que pode ser considerado o personagem principal), suas motivações, ações, personalidade, tudo tratado de forma fantástica para ilustrar aquele que representa o mal. Gostei da forma em que o autor quase chega a humanizar a justificar as motivações de Lúcifer, só para depois expor os erros e falhas em sua forma de agir, de forma que o leitor não chega a se identificar com o personagem, mas consegue ter uma imagem nítida de quem e o quê ele é e representa.

Cada livro é cheio de passagens memoráveis e vale a pena ilustrar ao menos uma, que talvez ajude a passar uma vaga idéia do que a obra tem a oferecer. Uma das minhas passagens favoritas é o diálogo entre Gabriel e Satã ao final do Livro IV:

Satã, sei teu poder, sabes o meu,
Não nosso, porém dado. Que loucura
Armarmo-nos, pois tu não podes mais
Do que permite o Céu, nem eu, embora
Duplicado p'ra lama te calcar.

Em que a ação em resposta foi:

Viu o céu o diabo
E o peso que subiu: cede, mas foge
Queixoso, e com ele as sombras da noite.

Passagens como essa permeiam toda a obra, e que na minha opinião são de extrema valia para qualquer leitor, independente do credo, pois Milton consegue utilizar a estética cristã de forma genial. Episódios como a reunião no inferno, os diálogos de Satã com os anjos, as conversas de Rafael com Adão, a tentação de Eva, são apresentados aqui de forma espetacular devido à poética única do autor, e não faltam momentos memoráveis como Miguel mostrando o futuro dos homens para Adão, a batalha entre anjos e demônios e a convergência das cobras no trono do inferno após a vitória de Lúcifer em conseguir tentar Eva.

Vale ressaltar que a leitura, ainda que tremendamente recomendada, não é a da mais fáceis. Não é tão complexo quanto Fausto II, mas ainda sim tive que recorrer ao dicionário diversas vezes, e à internet para uma ou outra citação. Ainda bem que as notas de rodapé existem para ajudar a elucidar boa parte das referências feitas, pois Milton usa como alegoria, além de passagens bíblicas, várias histórias da mitologia, principalmente da grega e romana. Assim como Fausto II, esse livro é quase um compêndio de todo o conhecimento do autor sobre diversas áreas, e como Milton era uma pessoa com uma erudição muito além da média não espere encontrar um texto trivial e mastigado, mas tenha a certeza que a recompensa é maior que o esforço necessário, como costuma acontecer com grande parte dos livros que realmente mereçam a sua atenção.

Sobre a Edição: A Editora 34 está de parabéns, é um caso em que a edição ajuda muito na compreensão e no aproveitamento da obra. As notas de rodapé realmente fazem a diferença e por ser bilíngue dá para ler e fazer uma comparação com o original quando necessário. Além disso a edição conta com as ilustrações do Doré e introdução do Harold Bloom, que ajudam a instigar ainda mais a curiosidade do leitor sobre a obra.

Eu já li outras livros da editora, no caso Divina Comédia do Dante e Fausto I e II do Goethe (todos na versão pocket), e minha experiência é extremamente positiva, tanto com a qualidade das edições quanto das traduções utilizadas. Recomendo para qualquer um que tenha curiosidade sobre literatura clássica, principalmente poemas clássicos.
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IvaldoRocha 01/03/2016

Uma obra épica publicada no século XVII e encanta ainda hoje.
Sempre tive curiosidade de ler o Paraíso Perdido, principalmente pela frequência como ele era citado em outros livros.
Quando o encontrei em formato digital, por um preço, praticamente de graça, achei que era a hora de criar coragem e encarar os doze capítulos, contando desde a queda dos anjos rebelados, a criação do mundo, de Adão e Eva e a expulsão do paraíso.
Ler em um leitor digital acredito que facilitou bastante, uma vez que o vocabulário utilizado está longe de ser o usual, além de várias referências mitológicas e nesta hora a consulta a Wikipédia e ao dicionário no leitor digital, realmente faz a diferença.
O livro encanta e não tem como não ficar imaginando o trabalho que Milton teve para escrever algo tão grandioso, com tanto rebuscamento, tantas citações e lembrar que ele escrevia sobre uma história bíblica em uma época que, caso cometesse algum deslize que desagradasse a igreja poderia trazer consequências desagradáveis.
Fascinante, talvez não seja uma leitura fácil, para qualquer hora, qualquer leitor, talvez como algumas coisas na nossa vida ela tenha o seu tempo certo. Mas com certeza faz valer a pena esperar.
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Apolo 14/05/2013

Tradução péssima
Quero apenas comunicar que a tradução da Martin Claret é PÉSSIMA, simplesmente tiraram toda a beleza do texto e introduziram palavras a mais de forma desnecessária e sem nenhum fundamento, ou leiam em inglês quem puder ou procurem outra tradução.
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Wilton 03/03/2013

Ótimo livro. Conta poeticamente a história da expulsão de Adão e Eva do Paraíso. John Milton foi muito inspirado. Antônio José Lima Leitão traduziu a obra com muita sensibilidade. Falo isso, porque a Martin Claret vê muitas vezes questionadas as suas traduções. Não foi ocaso, agora.
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Carla Reverbel 08/01/2013

:(
Sou louca por épicos.
Comprei como um tesouro.
Mas, apesar de gostar de anjos, aliás, amá-los, especialmente os malvados e caídos e desterrados...
Larguei.
Não sei, não consegui curtir.
Talvez tenha a ver com a minha decisão de me dedicar a livros contemporâneos por um tempo...pois senti a necessidade de atualizar o meu texto.
Vou tentar noutra oportunidade.
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Coruja 21/01/2012

A primeira vez que li O Paraíso Perdido, lembro-me de ter avançado quase aos trambolhões, nada acostumada ao estilo épico de Milton. Era novinha – devia ter uns dezesseis para dezessete anos – mas ainda guardo a lembrança dessa primeira leitura, de “alumbração”, de fascínio.

Mais tarde, ao conhecer um pouco da biografia do autor, ficou a sensação ainda mais forte de espanto e admiração – Milton não escreveu propriamente o poema, mas o ditou, uma vez que estava cego à altura em que compôs sua obra-prima. Burgess, o autor de Laranja Mecânica- e que era também professor de literatura – resume admiravelmente as impressões que temos ao somar esse dado ao todo:

"Em 1632, ele perdera a visão, e de agora em diante seu mundo se torna um mundo escuro de imagens relembradas, de sons sem cor, um mundo pessoal altamente autocentrado, o mundo do Paraíso Perdido. Esta grande epopéia registra o maior acontecimento conhecido dos povos hebraico-cristãos: a Queda de Satã e a conseqüente Queda do Homem. O mundo sem visão de Milton o torna capaz de pintar a vastidão obscura do inferno de modo mais eloqüente do que o poeta italiano Dante com sua nitidez de visão."

E já que estamos falando de Dante, Milton e visões do Inferno, gostaria de observar que entre estes dois monstros literários, só mesmo alguém como Gustave Doré para ilustrá-los. Minha edição de Milton não tem as ilustrações originais, mas não é difícil encontra-las na internet – e acho que é difícil superar o imaginário que Doré criou em cima desses dois épicos.

Voltando à história... Lúcifer caído, agora Satã, lançado ao Inferno após fazer guerra nos céus, decide se vingar fazendo com que o homem, a mais perfeita criação divina, caia como ele. E é exatamente isso que ele faz – mesmo, por momentos, contra sua própria vontade, incapaz de escapar à admiração daquela nova criatura que Deus criara a sua imagem e semelhança.

E essa segunda queda é algo ainda mais doloroso e absurdo que a primeira, uma vez que Adão e Eva não foram pegos desprevenidos e inocentes. No momento em que Satã se infiltrou no Éden, Deus lhes deu conhecimento de quem era ele e o que planejava.

Agora, se formos pensar em termos simplistas, o tema da Queda é na verdade uma grande piada meio doentia de Deus. Sendo onipotente, onisciente e onipresente, Ele sabia o resultado que viria de colocar a Árvore do Conhecimento no meio de Éden – sabia que o homem não conseguiria resistir.

O que Milton nos diz, porém, é que a despeito d’Ele saber o que aconteceria, era necessário permitir ao Homem que tivesse o livre-arbítrio, que ele pudesse escolher. Não pode haver virtude e pecado sem que haja um Fruto Proibido – o teste é o que dá significado à virtude e sem esta, o homem não pode viver sua plenitude como imagem e semelhança do ser divino.

Pode parecer um pouco complicado de acompanhar, mas faz sentido. O maior dom que Deus teria dado ao Homem seria o poder de fazer suas escolhas por si – e para que isso pudesse ser utilizado, era necessário que existissem escolhas. Pensando dessa forma, a própria queda de Lúcifer poderia ser vista como parte do Plano Divino – é necessário que exista o caminho do Céu e o caminho do Inferno para que o homem possa tomar uma decisão.

Se tudo isso já não fosse suficientemente polêmico, Milton criou um dos vilões – se é que podemos chamá-lo assim – mais interessantes, mais surpreendentemente nobres de toda a literatura. Lúcifer conserva na queda a majestade que o fazia ser o primeiro entre os anjos e por boa parte de O Paraíso Perdido não podemos deixar de nos sentir tão seduzidos por ele quanto Eva foi.

Ele é um gigante que ainda conserva suas asas, seu porte, seu carisma e sua liderança. Passo a passo, contudo, ele se despe de suas vestes divinas até rastejar como serpente e, da nobreza que ainda nos ofusca a princípio, resta apenas um discurso melífluo e o sentimento de mesquinhez, inveja e orgulho que, ao final das contas, foi responsável por sua queda.

Eis porque concluiu o poeta William Blake que “Milton era do partido do diabo sem sabê-lo.”. Por boa parte de O Paraíso Perdido, é o magnetismo de Satã – muito mais que a inocência de Adão e Eva – que nos prende e fascina.

Creio que nenhum outro elogio possa ser maior que esse ao gênio de John Milton.

(resenha originalmente publicada em www.owlsroof.blogspot.com)
Rafael 07/09/2012minha estante
Curiosidade sobre o autor:
http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/6-escritores-consagrados-que-nao-enxergavam-direito/?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_super




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