O Corvo

O Corvo Edgar Allan Poe




Resenhas - O Corvo


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@biaentreleituras 16/05/2019

O estudante ouve novas batidas à janela e ao abri-la tem uma surpresa, adentra ao seu quarto um corvo negro de aspecto antigo e pousa no alto da porta. O jovem se apavora quando começa a conversar com o corvo e ao perguntar seu nome à ave ela responde chamar-se “Nunca mais”.

Movido pelo medo e pelo nervosismo por ter um animal falando consigo e ainda mais com palavras tão sinistras o estudante começa a fazer questionamentos, ora ao corvo ora a si mesmo, e as respostas dadas são sempre “Nunca mais”. O poema é extenso, mas não ao ponto de se tornar uma leitura cansativa, em um de seus ensaios (A Filosofia da Composição) Poe conta que essa foi a sua preocupação inicial ao escrever The Raven e depois, estabelecer o tamanho do poema.

Neste mesmo ensaio Poe conta como foi o processo de criação do poema, onde revela ter começado pelo final e depois foi criando situações para chegar a ele, sem nunca deixar de se preocupar com a métrica.

Paulo Henriques Britto faz uma análise crítica sobre o poema original e as traduções por Fernando Pessoa e Machado de Assis, pontuando as diferenças entre eles e o texto escrito por Poe. A tradução de Fernando Pessoa se mantém fiel à obra original e com poucas alterações, Fernando Pessoa inclusive aperfeiçoou o texto ao fazer uma correção quanto ao nome da mulher amada pelo estudante. Já a tradução de Machado de Assis é completamente diferente e nem parece se tratar do mesmo poema.

O professor Paulo Henriques Britto também analisa detalhadamente a estrutura do poema e mostra como o uso de algumas palavras foi necessário para manter a métrica, tornando o texto tecnicamente perfeito e ao mesmo tempo previsível, a repetição de fonemas o deixa com um ritmo mecânico, são rimas já esperadas. No entanto, mesmo com esse excesso (completamente justificável) a qualidade da obra é inquestionável.

*Resenha completa no blog > http://bit.ly/2JJYd0y

site: http://vocedebemcomaleitura.blogspot.com.br/
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Grazi Comenta 07/05/2019

Uma das melhores análise desse clássico poema
Considerado um dos melhores, quiçá o melhor, poema de Sir Edgar Allan Poe, O corvo é um texto mundialmente aclamado e tão admirado e cheio de significações que rende publicações e re-edições até hoje, mais de 150 anos depois de sua publicação.
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Um exemplo disso é essa nova versão publicada pela Companhia das Letras e gentilmente cedida a mim para leitura. Neste livro temos o conto integral em duas versões bastante distintas: uma de Machado de Assis e outra de Fernando Pessoa. O conteúdo não muda: no verso original o eu-lírico dialoga com um corvo que aparece na sua janela enquanto este sofre com o luto pela morte de sua amada. Os versos exprimem sentimentos de desespero, tristeza, angústia e solidão como só Allan Poe consegue transmitir. Mas cada um dos autores em suas traduções conseguiu imprimir sua particularidade.
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A versão de Pessoa continua sendo um poema, utilizando a métrica correta pensada pelo autor, mas com aquelas pequenas diferenças que toda tradução traz. Já Machado de Assis trouxe sua desenvoltura na criação de narrativas e praticamente transformou o poema em prosa. Com isso o texto perde a formalidade e um pouco da intenção do autor.

Veja mais em: https://www.instagram.com/p/BxIPoSdHXbC/?igshid=1ulwyaok1squc
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Karini.Couto 05/05/2019

Olá leitores, como estão? Hoje a resenha é de um clássico publicado originalmente em 1845, desde então a história já passou por várias traduções e hoje estamos aqui com essa edição maravilhosa lançada pela Companhia das Letras. Edição capa dura, folhas amarelas e ilustrações que dão um ar especial a essa obra.



A história (resumo simples) trás um estudante, sofrido, torturado pela perda de Lenore, seu grande amor, e que está em casa em uma noite fria e de tempestade, quando de repente se depara com batidas em sua janela que o assustam muito, e com isso ele tenta racionalmente achar explicações sãs para o que ele está ouvindo, sentindo, imaginando; porém nada, nem palavras, ou coerência, fazem parte de qualquer possível explicação, caso ele pudesse expressar seus sentimentos e pensamentos!



Ao perceber que todo o seu pavor é na realidade um corvo preto, isso acaba deixando ele surpreso e curioso. Tudo se torna ridículo por um tempo, todo seu medo, seus pensamentos desconexos e etc. Em uma tentativa de parecer engraçado ou descontraído, depois do susto que levou com as batidas em sua janela e com sua própria sanidade, imaginando aparições e seja lá o que mais, ele pergunta ao corvo seu nome, porém para seu absoluto pânico e pavor, o corvo responde: NUNCA MAIS.



Apesar de um completo pânico, medo, e toda racionalidade que fugiu de si naquele instante, o rapaz começa a fazer um interrogatório ao Corvo, porém a única resposta que ele consegue obter do pássaro é NUNCA MAIS. O rapaz está ávido por saber mais sobre o corvo, ou a morte e tantas outras coisas que o impele a seguir adiante em sua busca por respostas.



Um rapaz obcecado pela morte, devastado pela perda de uma mulher bela..



O Corvo é um dos poemas mais conhecidos do autor Edgard Allan Poe e esta edição nos é apresentada não apenas por um único tradutor e sim por Machado de Assis, que bate mais em cima da interpretação e a de Fernando Pessoa que é mais parecido ao original. Além desses dois nomes tão conhecidos, também temos Paulo Henriques Britto que trás posfácios das duas partes do livro, The Raven e o poema original de Poe na primeira parte do livro, e na segunda parte temos três ensaios de Poe sobre poesia



Nesta edição poderemos ver uma análise técnica do poema, o que pode tornar a leitura desinteressante para muitos, mas acabou sendo uma leitura de extremo interesse para mim, pois estou cursando Língua Portuguesa, e com isso pude aprender mais um pouco, e também experimentar meu conhecimento em cima de coisas já estudadas no semestre anterior.


Eu gostei mais do primeiro ensaio do livro, pois ali eu pude perceber de fato coisas que eu não sabia sobre a concepção da obra, vindas do próprio Poe. Bom, a Editora fez um trabalho incrível com esta obra que certamente faz jus a um dos poemas mais conhecidos de Poe!


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Felipe Miranda 30/04/2019

Por @siteomd
O escritor norte-americano Edgar Allan Poe foi o responsável por transformar todos os corvos do mundo em sinônimos de morte. Se na mitologia grega a ave de penas pretas já significava azar e más notícias, o poema de Poe publicado em 1845 na American Review consagrou o animal como a personificação da morbidez. É este poema e duas de suas principais traduções que encontramos na versão em capa dura lançada pela Companhia das Letras para o clássico da poesia gótica “O Corvo”.

Com organização, posfácios e tradução de Paulo Henrique Britto, a obra é voltada para os fãs da atmosfera sombria de Poe. Além do texto original em inglês, também podemos conferir as versões de Fernando Pessoa, e de Machado de Assis – primeiro a trazer a obra para o Brasil, em 1883. Nesta edição, Britto analisa as dezoito estrofes e os 108 versos que compõem “The Raven” do jeito mais técnico possível. Confesso que não é simples ou fácil entender e digerir essas páginas, mas fica claro que a construção harmoniosa desse poema arquirromântico foi rigorosamente planejada. Se prepare para conhecer a faceta calculista, lógica e analítica do autor que, basicamente, criou o gênero policial na literatura.

Ao todo são quase 200 páginas de conteúdo – um verdadeiro presente para os leitores que possuem alguma dúvida sobre a história por trás de “O Corvo”. Uma história bem perturbadora, é preciso ressaltar.

Em uma noite fria e chuvosa de dezembro, um homem observa um corvo repousar no umbral de sua janela. Enquanto sofre a perda de sua amada Lenora, ele engata um diálogo com o visitante indesejado que o incomoda com todas as verdades que não está pronto para encarar. Assim como a chegada do inverno, sombrio e taciturno, a ave representa a derrota e o medo de estar sozinho. O pavor que habita a morte, a escuridão e o adeus – seja ele no vazio ou num grasnar do corvo. Nunca mais? Nunca mais. O desespero do romântico ao saber que as coisas se findam para todo o sempre é de matar. É infelicidade e melancolia.

A grande sacada de “O Corvo” está na sonoridade. Na musicalidade que existe, principalmente em sua versão original. Lê-lo em voz alta é algo prazeroso demais. Há uma sensibilidade e atmosfera única no que Poe fez aqui. Belo e triste.

A ordem dos acontecimentos e toda a sua métrica é destrinchada da forma mais didática possível após a parte inicial do livro. É algo que provavelmente vai exigir muito da maioria das pessoas, mas, sim, esta edição aborda ritmo iâmbico, pés trocaicos e medição de versos. Se você entende o conceito disso, parabéns. Caso não, vai passar uns perrengues durante a leitura. Eu me encaixo nesse último caso, mas sobrevivi. É, no fim das contas, um prato cheio para os estudiosos de versificação.

“Esse esquema formal, tão intrincado quanto rígido, não é gratuito. A repetição sistemática e prolongada de um ritmo muito marcado, sobretudo em se tratando de um metro pouco comum, tem um efeito hipnótico sobre o leitor-ouvinte.”

Entre as duas traduções presentes na edição da Cia. das Letras, a de Fernando Pessoa se aproxima mais da famosa sonoridade do original. E sim, cada tradução feita é completamente diferente da outra. Em português são mais de 20 traduções para “O Corvo”. Uma prova de como sentidos, nuances e o próprio enredo de uma narrativa pode ser alterado a partir da transposição para outro idioma, certo? O primeiro passo aqui, é tentar ler o texto em inglês. Vale o esforço, já que não é tão grande e está tudo nessa edição. Arrisque-se! O encanto virá mais fácil.

Dito tudo isso, a cereja do bolo está na diagramação do exemplar. É impossível não se apaixonar pelas ilustrações que acompanham os capítulos, tornando a obra um exemplar único e de colecionador. Sem dúvida um daqueles exemplares que eleva a experiência de leitura a outro patamar. As ilustrações são do Kakofonia.

site: http://www.ohmydogestolcombigods.com.br/2019/04/o-corvo-de-edgar-allan-poe-e-a-versao-capa-dura-da-cia-das-letras.html
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C. Aguiar 17/04/2019

O Corvo é um dos poemas mais famosos do autor Edgar Allan Poe. Nessa edição somo apresentados há diferentes tipo de traduções, uma feita por Machado de Assis e outra por Fernando Pessoa. É possível observar a diferença entre cada uma delas, devido a grande variedade linguística da língua portuguesa. Caso o leitor esteja "desatento", é capaz até mesmo de pressupor que trata-sem de poemas distintos.

O poema foi publicado em 1945 sob outro pseudônimo, os 108 versos tratam-se de morte, perda, desejo, esperança e etc. Nesses versos é possível observar o desespero do personagem com a perda da pessoa amada, Lenora. Um corvo acaba entrando em seu quarto e pousa sobre uma uma estátua enquanto ele lamenta, após isso os dois estabelecem um diálogo.

Nessa edição acompanharemos uma análise técnica do poema, veremos sobre sílabas átonas, ritmo iâmbico, dentre outras coisas! Não é uma leitura fácil para algumas pessoas devido os termos complexos, no entanto é de suma importância para analisarmos como os versos de O Corvo foram devidamente construídos.
Ainda temos um plus, pois durante a leitura podemos refletir sobre o processo de criação ao mesmo tempo que admiramos belas ilustrações!

A editora com certeza está de parabéns por esse belo exemplar. Não apenas os fãs do autor ficarão satisfeitos, como também quem deseja adquirir em sua coleção essa maravilhosa análise técnica.
Tenho uma observação que com certeza deixará a grande maioria feliz: o livro tem a capa dura! No mais não foi encontrado erros durante a leitura e não tenho nada para reclamar acerca da obra.

site: http://www.seguindoocoelhobrancoo.com.br/ ou https://www.instagram.com/coelhoobrancoo/
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Geórgea 17/04/2019

O Corvo
Publicado, originalmente, em janeiro de 1845, na American Review e assinado por um pseudônimo, o conto “O Corvo” já passou por diversas análises, publicações e traduções. A história sobre um jovem estudante que está sozinho em casa em uma noite fria e tempestuosa de dezembro quando, em determinado momento, ouve batidas na sua janela. Essas batidas o deixam apavorado e ele procura diversas explicações para o fenômeno que está acontecendo, acreditando ser apenas uma visita.

“É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais; Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais. É só isto, e nada mais.”

Quando o jovem percebe que a visita é, na realidade, um corvo preto que adentra seu quarto e pousa no busto de Atena, ele fica surpreso. Essa visão é quase cômica e o medo dele acaba por arrefecer. No entanto, quando decide gracejar perguntando ao pássaro qual é o seu nome, para seu grande espanto, ele responde: NUNCA MAIS.

Pavor e incredulidade tomam conta desse rapaz que passa a fazer diversas perguntas ao animal. Seu desespero após perder a mulher amada acaba por aumentar a gana de saber mais sobre a morte, a vida e tudo mais. Mas, para cada pergunta o corvo apenas responde: NUNCA MAIS.

Minha Opinião

Não sei o que está melhor aqui: traduções, ensaios ou edição. Esse livro é uma obra de arte que precisa estar nas estantes de todos os amantes de Poe. O cuidado ao reunir e apresentar esse livro, o material utilizado, as ilustrações presentes no seu miolo e a riqueza de detalhes e notas de rodapé estão dignos das 5 estrelas. Está simplesmente maravilhoso. Para quem não sabe Paulo Henriques Britto é um tradutor e professor de tradução, literatura e criação literária. Além de ser um grande fã e estudioso de Poe. Aqui, ele conta, como começou esse seu fascínio com a obra do autor, além de apresentar seus estudos sobre o mesmo.

A primeira parte do livro possui as traduções de Fernando Pessoa e Machado de Assis. Parece que não estamos lendo a mesma obra. É neste momento que percebemos o quanto a tradução não deixa de ser uma nova obra. No quanto a escolha de uma palavra e visão do tradutor podem alterar todo o sentido de uma frase. As duas traduções são muito diferentes e isso fica totalmente explícito para nós.

Esse conto é um dos meus preferidos de Poe e sempre me fez pensar sobre o medo do sobrenatural. Do inexplicável. Um jovem sozinho, que ouve batidas e sente um medo paralisante. O temor que tem início e que apenas é aplacado quando ele tenta justificar o barulho. Quantas vezes não tentamos justificar algum barulho estranho também? Uma porta que se abre? Um objeto que cai? Nosso ceticismo tenta falar mais alto quando algo sobrenatural acontece.

“Seu olhar tem a medonha dor de um demônio que sonha.”

O Corvo, para mim, sempre representou todos os nossos temores. Ou até mesmo a morte. Aquela implacável visita que não desejamos receber. Os sentimentos de terror e pânico causados por uma ave que fala, revelam muito sobre a natureza humana. O quanto estamos suscetíveis e o quanto ficamos sem reação e desesperados quando algo fora do normal acontece. A normalidade é muito importante para as pessoas. A confusão também me parece presente nesse conto, o quanto ele fica desesperado, após perder a sua amada Lenora, e o quanto ele coloca o corvo em um pedestal, quase como um profeta detentor da verdade, e se põe a fazer perguntas que apenas uma entidade sobrenatural poderia ter respostas.

A tradução de Fernando Pessoa foi a que mais gostei. Mas por ser mais fácil de entender. A de Machado de Assis é mais dura, difícil de compreender e sem aquela musicalidade. Parece que o poema não flui. No entanto, essa é a mais fiel. Esse livro é uma forma de mostrar, também, o quanto a tradução é importante. O quanto é árdua a tarefa de dar sentido a uma história traduzida para outra língua. Quando estamos envolvidos com uma leitura, nem mensuramos a quantidade de trabalho que um tradutor tem ao dar voz aos nossos escritores favoritos para a nossa língua.

Além disso, o organizador conta a história do poema, das críticas recebidas, do fascínio causado na população, as diversas interpretações dadas pelos estudiosos, aquela euforia em tentar dar significado a tudo. O que achei incrível e ainda não tinha ciência, são os ensaios realizados por Poe e que estão reunidos nesse livro. É quase como um aula de tradução, versificação, aspectos semânticos e interpretação. Poe é um mestre e, se alguém ainda duvidava da sua inteligência, por favor, leia-os.

“Com longo olhar escruto a sombra, que me amedronta, que me assombra.”

O ensaio escrito por Poe sobre como foi feita a escrita desse poema, é simplesmente fenomenal. Na verdade, por falta de palavras, não sei como exemplificar o quanto este ensaio é incrível. Ele nos apresenta uma criação completamente racional e calculada. Afirmando que sua ideia surgiu de tal forma e que o restante apenas foi sendo feito conforme o que mais ele acreditava ser aceitável. Ou seja, nada de arroubos de criatividade como pensamos ter os grandes poetas, onde um poema é feito através da emoção e calor do momento. Poe nos apresenta uma escrita comedida e totalmente sob medida. É incrível ler suas palavras sobre a criação desse conto que atravessa gerações e encanta tantos até hoje.

Reunindo um apanhado sobre sua história, a tradução desse poema, trazendo aspectos mais técnicos e como a tradução é feita temos aqui, muito mais que um simples livro, temos uma aula completa e cheia de detalhes. Com diversas explicações e notas. Contendo uma tradução feita ao pé da letra e outra que é “ritmicamente conforme o original”. Teremos duas versões de um poema, além das próprias palavras do autor e avaliações do organizador. Repito: esse livro precisa estar na sua estante, fã do Poe.

“Assim, Poe decide que o poema será longo o suficiente para que lhe seja possível desenvolver seu tema de modo adequado, mas não tão longo que não possa ser lido de uma única vez – pois qualquer interrupção do processo de leitura afetaria a unidade do efeito sobre o livro.”

São duas traduções muito boas, cada uma com suas particularidades. Com os ensaios, nos sentiremos ainda mais próximos de Poe, quase como se ele estivesse falando conosco. Esse livro apenas reforça a minha certeza de que Poe foi um dos maiores escritores que já passou pela terra. Percebemos aqui a magnitude da sua inteligência, desenvoltura e confiança. Ele apresenta um tom explicativo e racional para o poema. Algo que nos faz amar ainda mais a sua obra.

site: http://resenhandosonhos.com/o-corvo-edgar-allan-poe/
Laura Brand 17/04/2019minha estante
Esse tá na minha lista de desejados ?


Geórgea 17/04/2019minha estante
Vale muito a pena, amiga! Tá perfeita essa edição!




Gramatura Alta 09/04/2019

http://gettub.com.br/2019/04/09/o-corvo/
CORVO é o poema mais famoso de Edgar Allan Poe, tendo sido publicado originalmente em janeiro de 1845, na American Review, assinado por um pseudônimo. Logo fez grande sucesso e os elogios foram inúmeros, levando a várias publicações com o nome verdadeiro do autor. A editora Companhia das Letras lançou recentemente essa edição magnífica, que além de ter uma capa belíssima no estilo vitoriano, conta com conteúdo especial bem traduzido e ilustrações cheias de capricho, feitas por kakofonia.com. Finalmente, essa obra ganhou uma edição a seu nível.

Nesta edição especial, o leitor encontra as traduções mais notáveis da aclamada obra de Edgar Allan Poe para a nossa língua: as de Fernando Pessoa e Machado de Assis. A organização dos textos foi realizada pelo poeta, tradutor e professor brasileiro, Paulo Henriques Britto, que explora a escrita de Poe com bastante sabedoria. O livro é dividido em duas parte, sendo que a “Parte I: O Corvo” contém as traduções de Pessoa e Machado, assim como o texto original em inglês e a análise crítica de Britto; e a “Parte II: Ensaios” possui três textos do autor, que foram traduzidos por Britto e, posteriormente, analisados por ele.

Nesse poema, o enredo envolve um rapaz que está lendo numa biblioteca, quase adormecendo, tentando esquecer a perda de sua querida Lenora, e é despertado por barulhos semelhantes à batidas na porta. Ao abri-la, no entanto, se depara apenas com o vazio da noite e imagina que seja o espírito de sua amada o chamando… Então, percebe que o barulho, na verdade, advém da janela e, quando esta é aberta, um corvo entra na sala e se deposita na estátua de Palas no umbral da porta. Indo contra todas as expectativas, o homem começa a conversar com o corvo, inicialmente de modo irônico, mas, surpreendentemente, o animal responde: “Nunca mais“. Gradativamente, vemos a mudança do protagonista de cético para supersticioso, e começa a imaginar que está recebendo uma mensagem profética de sua amada e começa a questionar o animal, com bastante sentimentalismo, que sempre responde a mesma coisa: “Nunca mais“. O amante, ao fazer perguntas que estavam guardadas em seu coração para o Corvo, é movido pela superstição e também pelo desespero em se autoflagelar, não por acreditar no caráter demoníaco da ave; ele experimenta um prazer mórbido em fazer perguntas tão delicadas, mesmo sabendo a resposta que receberá, uma resposta dolorosa para suas vãs esperanças.

Edgar Allan Poe é sempre visto como melodramático e sombrio, entregue aos sentimentalismos, porém existe outra faceta do autor pouco conhecida: uma mente lógica, analítica, capaz de sutilezas admiráveis e exageros que beiram a loucura. Ele mesmo relata que a composição de O CORVO foi feita com a precisão e sequencialidade de um problema matemático… O primeiro passo foi definir a extensão do poema, pois “um poema só é poema na medida em que excita, pela elevação, a alma; e todas as excitações intensas são, por uma necessidade psíquica, breves“. E para gerar o efeito desejado no leitor, este deve ser capaz de ler a obra de uma única vez, “pois se duas sessões de leitura se fizerem necessárias, os assuntos do mundo intervirão, e a impressão de totalidade será destruída por completo“. Definiu, dessa forma, que o poema teria cerca de 110 versos, mas este foi finalizado com 108. Em seguida, necessitava definir qual o território e o tom (efeito a ser obtido), e optou pela Beleza e melancolia, respectivamente, os mais legítimos de todos os tons poéticos.

O escritor decidiu adicionar um refrão que reforçasse a monotonia do som, o que resultou em: nevermore, ou seja, “nunca mais“, bastante condizente com a melancolia do tom do poema. Para a repetição do refrão, ocorreu a Poe entregá-la a um animal irracional capaz de falar, chegando a considerar um papagaio; mas como esse animal não se encaixava no ambiente obscuro criado, foi substituído pelo corvo, a ave do mau agouro.

A obra tem originalidade também quanto a seu ritmo trocaico e ao metro octâmetro acataléctico; além disso, a combinação dos versos em cada estrofe é diferente de tudo que já havia sido tentado antes… A análise de métrica e ritmo é realizada por Paulo Henriques Britto, que faz suas observações específicas para cada tradução realizada.

O CORVO, de Machado de Assis, um dos maiores ficcionistas da língua portuguesa, foi publicado em 1883 na revista A Estação. Segundo Britto, “Tudo leva a crer que Machado, ficcionista por excelência, veja no poma de Poe acima de tudo uma história contada em versos, (…). Assim sendo, Machado nem sequer tenta reproduzir o inusitado metro do original, e o substitui por outro mais estranho ainda, o qual, como será demonstrado, é de todo inapropriado para uma tradução de ‘O corvo’“. Por não ter o ouvido absoluto de um poeta, o autor ignora características formais importantíssimas para o efeito almejado do poema sobre o leitor; além de que não reproduziu no português a monotonia rítmica feita por Poe.

Já a tradução de Fernando Pessoa, um dos maiores poetas da nossa língua, foi lançada em 1924 na revista Athena. Ele foi extremamente fiel ao texto original, ao ponto de promover uma experiência de leitura bem similar à leitura do original. “Não seria exagero dizer que Pessoa conseguiu, em seu ‘O corvo’, não apenas produzir um poema em que são recriados de modo preciso os efeitos do texto inglês em todos os planos – do sentido, do metro, da rima -, como também, por meio de uma pequena mudança, chegou mesmo a aperfeiçoar o original“.

Na “Parte II: Ensaios“, conhecemos três ensaios de Edgar Allan Poe: “A filosofia da composição“, “A razão do verso” e “O princípio poético“, que, posteriormente, são avaliados por Paulo Henriques. Poe fala muito sobre seu processo de escrita, o modo como organizava sua ideias na composição de poemas. “Em sua maioria, os escritores – em particular os poetas – preferem dar a entender que eles produzem por meio de uma espécie de frenesi mágico – uma intuição extática – e se horrorizam diante da possibilidade de permitir que o público veja o que se passa nos bastidores, as complexas e vacilantes imperfeições do pensamento (…)“.

Considero a leitura muito interessante, adorei aprender sobre o autor e seus processos criativos, e esta edição de O CORVO está bem completa, repleta de observações inteligentes feitas por pessoas muito competentes na área da literatura. No entanto, indico para quem realmente gosta de análises críticas, caso contrário a obra pode ser tornar extremamente enfadonha.

site: http://gettub.com.br/2019/04/09/o-corvo/
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Queria Estar Lendo 01/04/2019

Resenha: O Corvo
Seguindo os moldes da antologia Histórias Extraordinárias, O Corvo, de Edgar Allan Poe, chegou às livrarias em uma edição especial divina através do selo Companhia das Letras - que cedeu este exemplar para resenha.

Reunindo as duas mais famosas traduções do poema - de Machado de Assis e Fernando Pessoa, respectivamente -, além do seu original, a obra dá espaço para falar um pouco sobre a construção dessas traduções, desde a métrica e dos ritmos até a profundidade por trás das palavras escolhidas pelo poeta, e do que faz dessa melancólica trama um marco tão grande para a história.

O Corvo é um dos mais conhecidos - se não o mais conhecido - poemas de Edgar Allan Poe. É descrito como um dos poemas mais assustadores da literatura ocidental e é carregado em sombras, melancolia e solidão. Esta edição, além de reunir as três versões do poema, também dá espaço para três textos escritos pelo próprio Poe e traduzidos pelo estudioso Paulo Henrique Britto - responsável por toda a obra. Os textos falam sobre poesia, sobre as influências e estudos e detalhes que Poe usou durante a construção de suas obras.

A tradução de Machado de Assis é clássica, mas passa longe do ritmo e da sensação que o poema original e a tradução de Fernando Pessoa carregam; o estudioso explica isso através do trabalho da tradução - enquanto Pessoa se preocupava com a parte rítmica e estilística, seguindo à risca e até mesmo improvisando para melhorar o entendimento no que concerne a adaptação, Machado de Assis acabou se aproximando mais de um texto narrativo, afastando-se da quantidade de estrofes e sílabas em prol de uma adaptação mais extensiva.

"A melancolia, portanto, é o mais legítimo de todos os tons poéticos."

Eu gostei bastante das explicações a respeito do trabalho de adaptação de um poema, coisas que não pareciam tão complexas quanto realmente são. Os textos de Poe sobre suas inspirações, construções de estrofes e versos e todo o trabalho por trás da história - a morte de uma bela mulher que ele chama de "o tema mais poético do mundo" - são interessantes e por vezes até sombrios de acompanhar. Achei algumas partes um pouquinho arrastadas demais e por isso minha nota não alcançou o máximo.

A edição da Companhia das Letras está impecável e dói de tão bonita. É carregada de um visual gótico e tem ilustrações macabras maravilhosas no miolo do livro.

O Corvo é uma obra completa para quem quer entender tudo a respeito desse poema em específico, mas também um pouco mais sobre seu autor e seu estilo e também a história por trás das duas traduções mais conhecidas. Um livro magnífico e rápido que vale a pena conhecer.

site: http://www.queriaestarlendo.com.br/2019/04/resenha-o-corvo.html
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mari 19/09/2018

The dark side of.
A estrutura é musicalizada, o que já é um ponto alto, já que os poucos poemas que gosto são harmônicos. Algumas partes ainda estão confusas, vale uma releitura ou tentar um outro tradutor; me recomendaram Fernado Pessoa ou Machado. E. Allan Poe é um clássico, não dar para negar.
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Fael Olimpio 30/04/2018

Vou procurar ler as outras traduções ou a obra original, pq fiquei na dúvida se realmente gostei. :/
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mia 10/02/2018

NOTA
O poema em si é ótimo, porém depende da tradução. Recomendo a do Fernando Pessoa, que é a minha preferida, mas a do Machado de Assis também é muito boa.
Não recomendo a do Renato Suttana.
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Tháh Martins 15/10/2017

Espectro torvo...
Algumas pessoas me questinavam se eu já tinha lido Edgar Allan Poe, a resposta era negativa, então, com curiosidade por tantas indicações em favor desta obra resolvir ler "O Corvo".
O conto é super pequeno, não há muito o que falar sobre os acontecimentos, até porque, ela é recheada de falas simbólicas e metafóricas. O conto narra a história do narrador, o Eu-Lírico, que tem sua noite de sono interrompida pela chegada de um corvo negro ao umbral de sua janela. O narrador inicia um diálogo cheio de perguntas, as quais o corvo apenas responde "Nunca Mais".

"Profeta!" - exclamo. - "Ó ser do mal! Profeta sempre, ave infernal!
Pelo alto céu, por esse Deus que adoram todos os mortais,
fala se esta lama sob o guante atroz da dor, no Éden distante,
verá a deusa fulgurante a quem nos céus chamam Lenora,
- essa, mais bela do que a aurora, a quem nos céus chamam Lenora!"
E o Corvo disse: "Nunca mais!"

O corvo é a imagem do sofrimento, da dor, da morte, e acompanhamos o desespero do narrador, que sofre pela perda de sua amada Lenora, a quem espera reencontra algum dia. Porém, o "Nunca mais" é uma frase forte, quase uma sentença de sofrimento eterno, proferido pelo Corvo. E o sofrimento do narrador vai crescendo, expandindo, página a páginas. Quando essa dor terá fim, e ele poderá rever sua Lenora? "Nunca mais", diria o corvo.
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