Carol Paim 05/06/2015Desnecessário.Eu não iria fazer essa resenha, mas me cobraram, então vou fazer. “O livro era tão ruim que você não quer fazer a resenha?” Na verdade não, ele não é ruim, só é desnecessário, extremamente longo e repetitivo.
Diferente dos outros livros, Twisted foi lido na marra porque a leitura simplesmente não fluía e serviu como o melhor sonífero que eu encontrei nos últimos tempos. Quando terminei de ler o livro dois, sabia que todos os problemas e traumas da Tess não tinham se resolvido de um dia para o outro, assim como sabia que a loucura que Q fez iria trazer algum dano para ele. Comecei ler o livro três com isso em mente, imaginando que a Pepper iria abordar essas arestas que ficaram sem ser aparadas, mas nunca imaginei que ela fosse regredir no trauma da Tess.
Terminei o livro dois com o coração leve e o sentimento de que mesmo tendo o lado negro deles, ambos iriam conseguir se encaixar e chegar a um meio termo. Pois relacionamento não é fácil e não é porque é um livro que precisa se tornar fácil de um dia para o outro. Só que o livro três começou com os mesmos dramas de confiança e segredos que havia pouco antes do fim do livro dois. Eu estava lendo novamente a Tess não se abrindo e tendo pesadelos, enquanto Q tentava conversar com ela e descobrir o que acontecia com ela.
Foram mais de duzentas páginas nessa enrolação. Trechos desnecessários, como a ida deles para uma ilha deserta que era de propriedade do Q, para então deixar a ilha e ir para um hotel. Quando vi que a cena não ia se desenvolver na ilha, minha única pergunta foi: “então porque escrever uma cena inútil dessa? Só pra mostrar que o Q tem seus medos? Ah, pelo amor de Deus, né?!?” Até aqui eu estava odiando ter que ler esse livro. Eu estava odiando a Pepper. Eu estava me odiando por estar perdendo meu tempo com um livro enquanto existem outros me aguardando.
Então eis que Q tem uma ideia de como resolver o problema dos pesadelos da Tess. *~*~* Uma pausa aqui. Eu entendi o conceito da ideia, entendi a intenção, mas algumas coisas que foram explicadas, foram mal explicadas. Não aceitei a facilidade com que Q conseguiu uma casa e não aceitei a facilidade com que Franco arrumou drogas, assim como não entendi o porquê do Q dar drogas pra Tess duas vezes... Foram dois comprimidos, mas porque o segundo, se ela já tinha passado por tudo? Se alguém conseguir me explicar, por favor, eu quero saber. Obrigada. De nada. *~*~* Voltando.
Depois de “curar” Tess dos pesadelos, tudo ficou lindo e maravilhoso no mundo de Q e Tess. Não. Nada disso. Algumas vezes Q deixou claro de que vinha sendo ameaçado e de que em breve algo iria ocorrer, então quando tudo parece que vai ficar bem, os inimigos de Q surgem. Quando li que os caras maus tinham invadido o quarto do Q o meu primeiro pensamento foi “Se sequestrarem a Tess novamente, eu vou pessoalmente à caça da Pepper e vou socar a cara dela.” Mas para a sorte e bem estar da Pepper, a Tess não foi sequestrada, dessa vez quem foi levado foi o Q. *~*~* Mais uma pausa aqui. “Que falta de criatividade. Será que não dá para usar outra coisa? Tudo tem que ser sequestro?” (mesmo que o Q tenha saído do quarto por vontade própria, ele estava sendo levado contra a vontade, o que é configura sequestro.) Pronto, desabafei. *~*~* Como dessa vez foi o Q que foi levado, achei que a pancadaria iria começar logo cedo e que iriam quebrar ele no meio. Tá, começou assim, mas depois que ele encontrou o real bandidão, as coisas foram muito civilizadas. Pelo menos até que ele se recusou a gozar. Não, ele não teve que comer o cara. Não ele não é gay. Quer saber, leia... Sim, eu sou malvada.
Quando você acha que a coisa vai começar a ficar feia, as coisas realmente ficam feias. Q apanha mais que cavalo de bandido. Só que ele é um cara inteligente, ele colocou um rastreador nele mesmo quando começou a ser ameaçado, o que facilitou muito para Franco e Tess irem atrás dele. Depois de serem presos (outra parte que achei muito mal explicada apesar de entender a lógica, afinal a Pepper precisava retardar os dois para que o Q sofresse um pouco), Franco e Tess conseguem ir atrás do Q e quando chegam lá, Tess está virada no Jiraya.
Se eu gostei do resgate e da Tess estar virada na matadora profissional? Gostei. Agora se alguém puder me explicar como uma pessoa que só deu um tiro na vida consegue acertar uma pessoa no pescoço e acertar outra entre as pernas (ok, ela estava perto o suficiente para não errar) e depois dar um tiro na mão do cara pra tirar o revolver dele, eu ficaria muito feliz se alguém conseguisse me explicar da onde ela conseguiu essa mira fatal. Alguém? Alguém? Vou ficar aguardando. Depois de matar o bandidão, Tess resgata um Q que ela acreditava que tinha morrido, mas descobre que não morreu.
Agora parem tudo. Aqui não vou fazer um aparte, pois nesse trecho em diante a coisa só ficou mais ridícula e não merece ser um aparte e sim ser parte.
Depois de resgatar Q, Tess e Franco levam ele até o hospital porque ele está todo machucado, teve paradas cardíacas durante a tortura, teve uma lasca da perna cortada e está com uma costela quebrada. Até aqui, tudo bem. Ele foi espancado então tem lógica. O que não tem lógica é ele se recusar a ficar no hospital porque o casamento dos dois está marcado para o dia seguinte. Sim! O dia seguinte ao resgate é o casamento deles e para o meu espanto, eles não só se casam no dia seguinte, como tem a lua de mel. COMO ASSIM? O cara tá todo estropiado e a autora coloca ele pra casar e ter lua de mel. Para né. E o que dizer do casamento? Lindas palavras, mas foi um casamento completamente surreal. Ficar de espartilho, calcinha, cinta liga e coleira em pleno altar? Oi? Mas quem sou eu na fila da hóstia, né? Vai que o povo que curte sadismo é fá de casamentos diferentes (por falta de palavra melhor para definir)
Resumindo: Li porque sou teimosa, mas queria não ter lido. O amor entre eles está bem (até bem demais) resaltado, os fantasmas do passado da Tess e do Q são declarados de um para o outro e o encontro da Tess com a menina que ela machucou são partes legais, mas no contexto geral esse foi um dos livros mais desnecessários que já li.
Se vou ler o Je suis à toi, que é o livro 3.5? NÃO! E esse não é definitivo. (até porque não tenho o arquivo desse livro..kkk)
Gente, a Tess passou meses sem tomar a injeção anticoncepcional dela e o Q falou sobre ter herdeiros, então não é preciso ter uma bola de cristal para saber o que vai acontecer. Eu até queria saber se ele vai continuar com o sadismo e com o Hematomania que é uma doença onde a pessoa sente desejo por sangue, o que leva inclusive a satisfação sexual (sim, eu pesquisei!!!), mas confesso que tenho medo de pegar ele batendo nela enquanto grávida. Se eu ler uma coisa dessa, é capaz de não me controlar e partir para a pancadaria com a Pepper.
Minha nota? Honestamente? Vou dar uma nota 3 porque estou me sentindo boazinha, porque o Q teve algumas fases fofas (ele levou ela pra um encontro e ele fez amorzinho na noite de núpcias), porque a parte ‘normal’ do casamento foi legal, mas poderia ser um 2 sem problema nenhum.
Bom, acho que é isso. Uma trilogia (ou seria uma série, pq tem o 3.5?) muito louca, com partes emocionantes e um terceiro livro desnecessário. Poderia ter sido uma duologia sem problema nenhum. Algumas histórias não tem necessidade de ter continuações infinitas, e Monster in the Dark é uma delas. Dois livros são mais do que suficientes. Então se você não leu e mesmo depois de ler minhas resenhas vai querer ler, te recomendo que leia sim, mas não se sinta obrigado a ler o livro três. Ele é bom, mas é puro enchimento de linguiça.