Vanessa Meiser 22/03/2014balaiodelivros.blogspot.com.brQuem me conhece e acompanha o blog já sabe que sou maluca por capas bonitas e eu arrisco dizer que esta é uma das mais bonitas de toda a minha estante. Não adianta me criticar, eu me rendo mesmo a uma capa caprichada e melhor ainda quando o conteúdo faz justiça à diagramação, este é um destes casos, definitivamente.
Uma Janela no Tempo obviamente traz à tona o tema ''viagem no tempo''. Este sempre foi um tema que me chamou muito a atenção, sou da época em que os filmes "De Volta Para o Futuro" eram febre entre crianças e jovens. Recentemente li o livro (e depois vi o filme) "A Mulher do Viajante no Tempo" e consolidei minha simpatia pelo tema, hehe.
Outro ponto que me agradou bastante neste livro foi o fato dele se passar inicialmente em 1946. Gosto muito de histórias que se passam em meados das décadas de 40/50/60, tenho uma quedinha (quedona) por tudo o que retrô.
A história se passa na cidade de Esplendor. Erick Vander Pope depois de ter sido dado como morto há muitos anos, surpreende a família ao aparecer na mansão do sobrinho Alexander. Uma rápida aparição que acabou por mudar o rumo da família de Alexander Vander Pope, sua esposa Carmélia e de seus filhos Daniel e Lucinda que naquela época eram crianças. Daquele dia em diante nada mais seria igual, mudanças drásticas começariam a ocorrer já no dia seguinte à visita surpresa.
Em conversa particular e confidencial, Erick conta ao sobrinho seu grande segredo e pede que ele fique de posse de um estranho relógio que aparentemente não funciona. Este relógio, segundo ele, é uma máquina do tempo criada por Albert Einstein e com as substâncias corretas, pode proporcionar viagens ao passado, sempre ao passado, nunca ao futuro.
Claro que Alexander a princípio não acredita na loucura que o tio está contando, mas mesmo assim aceita ajudá-lo a esconder o relógio e acobertar seu paradeiro, sustentando a versão de que Erick Vander Pope está morto há muito tempo.
Acontece que esta conversa não foi tão particular quanto eles pensavam, Daniel, escondido atrás da porta, escutou tudo o que foi dito e registrou cada detalhe do segredo do tio, inclusive o paradeiro do relógio.
Daniel e Lucinda têm uma boa relação, mas uma boneca de pano pertencente à Lucinda ocasiona uma briga entre eles no dia seguinte á visita do tio Erick. A menina acredita que seu irmão pegou sua boneca e sai à procura dele na floresta ao redor do palacete em que moram. Lucinda não voltou mais para casa. Daniel sabe que a irmã estava na floresta atrás dele e se culpa por não ter conseguido trazer a menina para casa.
O desaparecimento de Lucinda é um mistério sem solução, não há pista alguma da criança. Aos poucos à polícia vai deixando de acreditar que ela ainda possa ser encontrada e isto vai fazendo com que a família se desestruture um pouco a cada dia.
Daniel é consumido pela culpa de não ter socorrido sua irmã. O pai, ao ver sua família despedaçada, se entrega à bebida e vai gradualmente depredando o patrimônio dos Vander Pope. Sem saber mais como agir com o filho, ele envia Daniel para um internato e aos poucos cresce a distância entre eles. Daniel passa muitos anos no internato e quando volta à Esplendor já é um jovem de 17 anos disposto a viver sua vida da melhor forma possível. Ele não tem boa relação com o pai e decide não ir morar com ele.
O garoto consegue um emprego numa floricultura de um simpático casal. Nesta mesma época ele conhece Cecília, uma jovem jornalista que com seu jeito arredio e sincero, chama muito a atenção de Daniel e os dois acabam por se aproximar.
Depois de um tempo trabalhando na floricultura, ele é chamado para cuidar do jardim de um famoso pintor (Edmund) que depois de uma temporada fora do país, está também de volta à cidade com sua esposa Isadora, a filha Juliana e Helena, tia de sua esposa. Juliana está com leucemia em estado avançado e naquela época, a transfusão de sangue ainda estava em fase de testes e não era realizada no Brasil. Alguns mistérios rondam a família de Edmund e há um motivo muito forte para que ele tenha trazido Juliana tão doente para o Brasil.
Ao mesmo tempo, Alexander procura o filho e conta-lhe a história do misterioso relógio. Daniel pede para que o pai deixe com ele o objeto já que está na cidade um desprezível detetive empenhado em pegar o relógio. Alexander então passa à Daniel a missão de proteger o invento e eis que chega o momento em que o garoto se faz a fatídica pergunta: Se pudesse voltar no tempo e mudar o passado, o que ele mudaria?
Lorena criou um enredo tão perfeito, tão casadinho, que cada um dos acontecimentos ligam-se a outros e todos estão incrivelmente interlaçados de forma que somente uma pessoa extremamente competente poderia fazer. Cada linha, cada palavra é muito importante para a trama. É imprescindível estar focado na leitura afim de não perder o fio da meada.
Este é um daqueles livros que te tiram o sono e te deixam ligado na tomada. Aqui temos uma mescla de drama, ficção, romance e investigação policial em doses generosas. Pode parecer clichê, mas a verdade é que Uma Janela no Tempo prende MESMO o leitor. Sério, não dá pra parar de ler, a cada página você quer saber mais e mais e chegar logo ao desfecho do grande dilema de Daniel que precisa correr contra o tempo e tentar mudar o destino, ou não.
Sem mais palavras para descrever este livro, eu encerro esta resenha dizendo com todas as letras que ADOREI A HISTÓRIA e que sem dúvida já é um dos melhores livros que li neste ano!!!!